20160712

O amor tudo suporta! 1Co 13:4-7. Pr. Edenir Araújo - Culto de Celebração - 10/07/16

O amor tudo suporta!

Falar de amor, mais precisamente do amor de Deus, é um grande desafio, pois me parece que muitos cristãos que conheço estão saturados de tanto ouvir falar sobre este assunto. Mas como escrever um livro sobre relacionamentos saudáveis entre cristãos e não falar sobre o amor de Deus? Desde o primeiro dia da nossa nova vida em Cristo, foi o amor de Deus, o causador do nosso novo nascimento e conversão. É esse amor que nos tem ensinado e capacitado a viver a vida cristã. Este imenso e infinito amor nos tem sustentado e impulsionado a continuar a carreira que nos foi proposta.

Certamente nenhum outro assunto é tão falado na Bíblia quanto o amor. A disposição de Deus é de sempre amar o homem, e Ele espera que nós tenhamos a mesma disposição para com Ele e o nosso próximo.

Na arte de relacionar, o amor de Deus precisa ser o start para a construção de vínculos de amizade, companheirismo e irmandade. Estabelecer e fortalecer de maneira duradoura a alegria, prazer e unidade nos relacionamentos, só será possível a partir da decisão de amar incondicionalmente. Essa decisão nos fará viver melhor e com mais qualidade.
A necessidade maior do mundo, atualmente, não é de mais ciência, nem traquejo social, nem ensino, nem conhecimento, nem poder, nem sermões; o que realmente precisamos hoje é experimentarmos diariamente o amor de Deus nos nossos relacionamentos. A decisão diária de amar é indispensável à sobrevivência, pois as duas maiores necessidades relacionais do ser humano é amar e ser amado. Sem essa atitude interior, perdemos nossas vitalidades emocional e física. Quando pautamos o nosso viver no amor de Deus, sentimos um profundo bem-estar que nos afeta física, mental, social e espiritualmente. A carência afetiva como consequência da falta do amor de Deus, leva muita gente ao divórcio, aos hospitais psiquiátricos e até ao suicídio. A vida cristã autêntica é sustentada pelo amor de Deus, e se ele faltar, nos faltará tudo, pois não haverá sustentação para os relacionamentos. Quando o apóstolo Paulo escrevendo aos corintios diz que "O amor tudo suporta" (1Co 13), ele está dizendo que o amor é o suporte que no entendimento literal da palavra, sustenta todos os relacionamentos que desenvolvemos nas mais diversas áreas de convivência.

Para os cristãos construírem relacionamentos saudáveis, se faz necessário uma compreensão profunda sobre o princípio do amor de Deus. O alvo de todo cristão deve ser amar a Deus e ao próximo sem limites, acima das nossas razões deve estar o amor. Todavia, para amar sem limites, precisamos nos aproximar cada vez mais de Deus, seguir de perto os seus passos, sentir de verdade o seu coração, porque Ele é a única fonte do amor incondicional. A própria Escritura define a pessoa maravilhosa do Senhor dizendo Deus é amor (1 João 4:8). Essa frase relativamente pequena em quantidade de palavras tem um grandioso e poderoso significado. Os mais conhecidos e respeitados pregadores da Palavra de Deus pelo mundo afora concordam que o Amor de Deus, é o principal tema de sermões nas mais diferentes abordagens sobre a Palavra de Deus. Frases como "Jesus te ama" ou "Deus é amor", são as expressões mais usadas e compartilhadas em todo o mundo em aconselhamentos e evangelismos. Isso é maravilhoso! Uma das maiores e mais nobres mensagens que podemos anunciar ao mundo é esta: Deus ama os pecadores incondicionalmente!

O dois versículos mais difundidos das Escrituras Sagradas são João 3:16 e 1Jo 4:8. Por amor a nós pecadores, Jesus deixou o céu para morrer por nós. Nunca haverá uma demonstração de amor maior do que esta. Ele é a fonte de todo amor verdadeiro. Ele tanto amou o mundo que deu o seu Filho em sacrifício para salvar a humanidade (1João 4:8; João 3:16).

A importância do amor, pode ser notada na lista de manifestações do fruto do Espírito Santo em Gálatas 5:22-23. No texto, o amor é o carro chefe, é a porta que se abre para a prática da "...alegria, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fidelidade, mansidão, domínio próprio." Gl 5:22-23

O amor deve sempre se manifestar primeiro, deve ser o motivo das nossas intenções e ações. Após a manifestação do amor de Deus em nós, contemplaremos uma enxurrada de coisas boas invadindo nossas famílias, amigos, vizinhos etc. Só quem aprendeu a amar sem limites de maneira incondicional sabe o que é sufocar o ego para relacionar melhor com Deus e o próximo. Todos os problemas de ordem relacional sem exceção começam quando o amor dá lugar ao ego. Costumamos perguntar aos casais que em crise nos procuram: "Qual é o contrário do amor?" A resposta que ouvimos frequentemente é: "O ódio". Definitivamente o ódio não é o que contraria o amor. O que se opõe ao amor é o ego. A pessoa egoísta sempre vai resistir à prática do amor verdadeiro. O sentimento egoísta sempre quer atrair a atenção para sí, enquanto que o amor segue o caminho oposto. Veja que quando alguém se dispõe a amar, precisa também se dispor a oferecer (João 3:16).

Quem ama verdadeiramente não quer atrair a atenção para si mesmo. O egoísta geralmente quer ser o centro das atenções, quer que tudo e todos orbitem em volta de seu umbigo. Lembro-me de uma tirinha do Garfield em que depois de muito tempo falando sobre si mesmo, ele disse a pessoa com quem conversava: Estou cansado de falar sobre mim; agora você fala sobre mim. Geralmente as pessoas egoístas são assim, pensam exclusivamente nelas mesmas. Pessoas assim terminam sozinhas, sem razão para viver e com uma profunda angústia.

Uma história pode nos fazer enxergar que em pequenas ações podemos identificar o ego em ação.

A esposa depois de preparar a mesa para o jantar, chama seu marido e filho para fazerem a refeição. Um prato com três pedaços de bife acebolado chamava a atenção da família. Quando todos estavam assentados, após a oração de agradecimento pelo alimento, seu esposo mais que depressa arrebata o maior pedaço do bife. Sua esposa escandalizada o repreende dizendo: - O que você fez foi muito feio, para que pegar o maior pedaço do bife? O marido então responde com outra pergunta: - Amor se você fosse a primeira a pegar o bife, pegaria o maior ou o menor pedaço? Então a esposa responde: - Eu e com certeza e também o nosso filho, pegaríamos o menor pedaço! O marido entçao conclui: - O maior pedaço sobraria do mesmo jeito!

Pode parecer engraçada, mas essa história reflete boa parte das decisões que tomamos diariamente. Geralmente nossas ações visam o autobenefício. Aprendi que a maior vitória de um cristão é vencer a si mesmo, vencer seu ego amando sem limites. Vencer os outros é ser vencedor. Vencer a si mesmo é ser mais do que vencedor. Isso porque o ego é o mais poderoso opositor do amor. Derrotar o ego é um grande desafio para os servos de Deus. Li a seguinte definição em um texto dos Neuróticos Anônimos: O egoísmo é um modo de vida falido.

Fora da cruz vencemos os outros. Na cruz vencemos a nós mesmos. A cruz nos fere, esmaga todo nosso egoísmo, orgulho, vaidade, vanglória, e nos faz viver como Cristo viveu. Essa é a vida que devemos expressar, a vida que flui na direção oposta ao ego. O amor é caracterizado por uma atitude de priorizar o próximo. Quando o cristão não exercita a prática do amor, passa a viver para a proteção de seus direitos. Devemos nos lembrar sempre que "o único direito que a alma verdadeiramente crucificada tem é de abrir mão de seus direitos, disse Billheimer. Acho que aqui está o segredo de uma vida cristã vigorosa e transbordante de amor como nos tempos dos primórdios da fé cristã.

Todo o produto das nossas mãos que não procede de amor, pode ser considerado pecado. Não há neutralidade no reino do espírito. Por mais que alguém tente ocultar o que vai no coração, seus relacionamentos o denunciará. O escritor francês Duque de La Rochefoucauld (François Poitou) que viveu no século XVII escreveu que: "Não há disfarce algum que, por muito tempo, possa ocultar o amor onde ele existe, nem fingi-lo onde não existe".

Certa vez Jesus repreendeu alguns homens que profetizavam e expulsavam demônios. Eles faziam muitas coisas grandiosas em seu nome. Sendo assim, por que foram duramente exortados se as faziam em nome do Senhor? Porque o ponto de partida de tais obras era o ego, por isso o Senhor declarou-os "malfeitores".

Veja que o amor de Deus sempre vai na contramão do ego. "Porque Deus amou ao mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito..." João 3:16. Deus amou", e logo depois "deu o seu único filho". Este é o amor de verdade. Amar é a disposição de abrir mão de algo que nos pertence para o benefício do nosso próximo. Amar é dar sem limites. Este sempre será o primeiro passo para o êxito nos relacionamentos.

A importância do amor de Deus como ponto de partida ou como base para tudo o que empreendemos está na carta escrita por Paulo aos Corintios. "Ainda que eu fale as línguas dos homens e dos anjos, se não tiver amor, serei como o bronze que soa ou como o címbalo que retine. 2 Ainda que eu tenha o dom de profetizar e conheça todos os mistérios e toda a ciência; ainda que eu tenha tamanha fé, a ponto de transportar montes, se não tiver amor, nada serei. 3 E ainda que eu distribua todos os meus bens entre os pobres e ainda que entregue o meu próprio corpo para ser queimado, se não tiver amor, nada disso me aproveitará. 4 O amor é paciente, é benigno; o amor não arde em ciúmes, não se ufana, não se ensoberbece, 5 não se conduz inconvenientemente, não procura os seus interesses, não se exaspera, não se ressente do mal; 6 não se alegra com a injustiça, mas regozija-se com a verdade; 7 tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta. 8 O amor jamais acaba; mas, havendo profecias, desaparecerão; havendo línguas, cessarão; havendo ciência, passará; 9 porque, em parte, conhecemos e, em parte, profetizamos. 10 Quando, porém, vier o que é perfeito, então, o que é em parte será aniquilado. 11 Quando eu era menino, falava como menino, sentia como menino, pensava como menino; quando cheguei a ser homem, desisti das coisas próprias de menino. 12 Porque, agora, vemos como em espelho, obscuramente; então, veremos face a face. Agora, conheço em parte; então, conhecerei como também sou conhecido. 13 Agora, pois, permanecem a fé, a esperança e o amor, estes três; porém o maior destes é o amor." 1 Co 13:1-13

A fé a esperança e o amor permanecerão, mas o amor é maior, pois se trata da essência do próprio Deus. Deus é amor! O amor está fincado como uma base que não se remove, um fundamento impossível de ser arrancado. Se o que fazemos está lançado sobre ele, certamente não seremos frustrados e permaneceremos vencendo como Jesus venceu. A força do amor pode ser notada também nas palavras escritas aos Romanos 8:38-39: Porque eu estou bem certo de que nem a morte, nem a vida, nem os anjos, nem os principados, nem as coisas do presente, nem do porvir, nem os poderes, nem a altura, nem a profundidade, nem qualquer outra criatura poderá separar-nos do amor de Deus, que está em Cristo Jesus, nosso Senhor.

Em nenhuma outra crença ou religião encontramos um Deus de amor tão maravilhoso, pronto para dar a sua própria vida por seus filhos. Deus nos amou primeiro e por isso pode pedir a nós hoje que O amemos. Isso não pode ser entendido como um sentimento, mas uma decisão. Não siga pensando no amor como um sentimento ou uma ardente paixão que na hora das adversidades murcha, morre e desaparece. O amor verdadeiro sempre permanecerá. Independente das ofensas que sofremos ou frustrações que sentimos o amor sempre falará mais alto e será bálsamo para as nossas feridas.

Se de fato uma pessoa é nascida de novo em Cristo Jesus, o amor de Deus em seu coração sempre estará trazendo constrangimento, conduzindo a mesma a cruz. No amor não existem razões próprias, somente uma atitude de renúncia e total submissão à vontade de Deus.

Os relacionamentos que temos com Deus e nosso próximo certamente serão melhores enquanto o amor de Deus prevalecer.

A religião é inimiga do amor de Deus

O amor de Deus nos faz romper com a religião e as mais diversas liturgias que durante séculos em muitas épocas sufocou o maravilhoso plano da redenção. Muitos foram impedidos de experimentar a vida e o amor de Deus por causa da religião. Quando Jesus se manifestou entre nós, não foi para competir com o Diabo, Ele se manifestou para destruir as suas obras. "Para isto se manifestou o Filho de Deus: para destruir as obras do diabo." 1Jo 3:8b

As obras do inimigo são várias, mas a pior delas é a própria religião, criando meios de “aproximar” o homem de Deus. Todo esforço para relacionar com Deus e o próximo fora de Jesus e seu princípio do amor incondicional é falido. Foram os "sacerdotes" da época de Jesus os seus maiores opositores. Foram eles, os doutores da lei, que corromperam Judas para trair a Jesus. Foi o dinheiro deles que corromperam o traidor. A religião foi e ainda é a maior oposição ao cristianismo nos dias de hoje.

Devemos compreender que nenhum cristão pode dizer que segue a Jesus por causa de uma determinada religião. Algumas pessoas dizem que “o importante e o homem ter uma religião”. Importante para que? As religiões podem até ajudar o homem a ter uma vida melhor e mais responsável, mas o amor verdadeiro só poderá ser experimentado e compartilhado quando Jesus entrar e reinar na vida do homem.

Muitos cristãos religiosos estão alimentando em seus corações, de maneira sutil, sentimentos contrários ao amor de Deus. Se apresentam bem vigilantes quanto a atuação de espíritos estranhos que querem os levar e nos influenciar para a prostituição, drogas, soberba, etc. Porém descuidam quando deixam pensamentos errados invadirem seus corações. O amor que um dia foi derramado em nossos corações, pode se esvair dando lugar à competição, indiferença, posições, gostos, crenças das mais diversas. Muitas das doutrinas supostamente bíblicas (religiosidade), na verdade são produtos de mentes insanas, e fazem divisões separando cada vez mais aqueles que deveriam viver em unidade amando a Deus e o próximo. Veja que é muito fácil sermos um, manifestando o amor de Deus quando pensamos, falamos e convivemos tendo Jesus como o centro das nossas vidas. Agora veja como é difícil sermos um quando tiramos Jesus do centro. Se começarmos a considerar as denominações, doutrinas, costumes, logo estaremos separados uns dos outros. Essa separação ou divisão, sempre será objeto de escândalo entre os que não conhecem a Cristo. A maior estratégia de Evangelismo segundo nos ensina Jesus é o amor uns pelos outros. Em João 13 34-35, o Senhor mesmo disse: "Novo mandamento vos dou: que vos ameis uns aos outros; assim como eu vos amei, que também vos ameis uns aos outros. Nisto conhecerão todos que sois meus discípulos: se tiverdes amor uns aos outros." João 13:34-35.

Foi só isso que o Senhor nos pediu neste novo mandamento, amai-vos uns aos outros. Não pode existir outra maneira de se identificar uma igreja cristã a não ser pelo amor a Deus e ao próximo. Esta Igreja não se divide, não prega a desunião entre quem quer que seja e nem explora ninguém. Infelizmente sabemos o quanto ela é assim desconhecida, porque a maioria das pessoas que se diz cristã, esta cega por outras doutrinas, não enxerga a igreja (2 Cor 4:4) (Isa 6:9 até 10). Esses religiosos são os mesmos a quem Jesus, usando as palavras de Isaias, disse a respeito: "Bem profetizou Isaías a respeito de vós, hipócritas, como está escrito: Este povo honra-me com os lábios, mas o seu coração está longe de mim." Mc 7:6. Eles não têm o amor de Deus como a base de seus relacionamentos. Todavia até mesmo os que reconhecem a prática do amor como verdadeira religião, acham difícil exercê-la. Porque para isso não basta usar palavras; tem que haver atitudes, realizações de um amor incondicional: é necessário amar até aos inimigos. E a forma de evangelizar não é simplesmente apontando para o exemplo de Cristo, mas principalmente o imitando fazendo tudo o que ele fez. O princípio do cristianismo é: "Amar a Deus sobre todas as coisas, e amar ao teu próximo como a ti mesmo". Fora disso, qualquer adoração a Deus é vã (João 15:l2).

Deus, como Pai, sente-se feliz em ver a união dos seus filhos, muito mais do que pela simples adoração que se presta a Ele. Aliás, a melhor forma de venerá-lo, é amando ao seu semelhante. O verdadeiro cristão é, antes de tudo, um amigo, um irmão, um ser generoso, sincero, humilde e solidário, pronto a perdoar e a auxiliar ao outro em qualquer circunstância. O amor ao seu semelhante está acima de tudo, até mesmo da sua crença. Afinal, seremos julgados não pela fé que professamos, mas pelo amor que praticamos ou deixamos de praticar. Essa é a mensagem bíblica. No grande Dia do Julgamento o Senhor não nos perguntará qual é a nossa fé, a nossa crença. Não deverá nem mesmo indagar se acreditávamos n'Ele. Os olhos divinos estarão sobre o nosso coração, para provar se de fato nossa existência seguiu a Jesus amando a Deus e ao próximo de maneira incondicional. Para o nosso Deus, o homem simples, generoso e solidário, este é o único digno da herança divina (Mt 25:31-40; Gl 6:12).

Declarou Jesus em Mateus 7:21: "Nem todo o que me diz: Senhor, Senhor! entrará no reino dos céus, mas aquele que faz a vontade de meu Pai, que está nos céus." Mateus 7:21. O passaporte para entrar no Reino é fazer a vontade do Pai, e qual é essa vontade? Setecentos anos antes de Jesus nascer o profeta Isaias nos deu um vislumbre de como se deve fazer a vontade de Deus. "Porventura, não é também que repartas o teu pão com o faminto, e recolhas em casa os pobres desabrigados, e, se vires o nu, o cubras, e não te escondas do teu semelhante?" Isaías 58:7. Fica claro que a vontade de Deus é que sejamos servos, solícitos uns para com os outros, principalmente com os mais necessitados. Esse espírito de servo só se manifestará depois que este homem for impreguinado do amor de Deus.

No dia em que haveremos de dar contas ao Senhor muitos também dirão: "...Senhor, Senhor! Porventura, não temos nós profetizado em teu nome, e em teu nome não expelimos demônios, e em teu nome não fizemos muitos milagres? 23 Então, lhes direi explicitamente: nunca vos conheci. Apartai-vos de mim, os que praticais a iniquidade." Mt 7:22-23. Parece-me que Jesus está dizendo: "Vocês fizeram muitas coisas em meu nome, mas em tudo o que vocês fizeram eu não vi o amor em vocês". Aliás, como pregou o apóstolo Paulo: "Ainda que eu tenha o dom de profetizar e conheça todos os mistérios e toda a ciência; ainda que eu tenha tamanha fé, a ponto de transportar montes, se não tiver amor, nada serei." 1Co 13:2. Em outra passagem ele também, diz: "Levai as cargas uns dos outros e, assim, cumprireis a lei de Cristo." Gl 6:2

É angustiante ler que muitos são chamados mas poucos serão escolhidos. Você já parou para pensar que de uma totalidade, "muitos" é quase o todo? Mais angustiante ainda é seguir esse mesmo raciocínio considerando o que Jesus disse em Mateus 24:12: "E, por se multiplicar a iniquidade, o amor de muitos se esfriará." Mt 24:12 (RC)

Quero ser achado pelo meu Senhor envolto em um estilo de vida de amor a Ele e ao meu próximo. Não consigo desvincular a vontade de Deus de ações praticas que me levam a amar meu próximo. Também não acredito ser possível agir de acordo com a vontade de Deus sem amor. Por essa razão aos Romanos Paulo também escreveu: "A ninguém fiqueis devendo coisa alguma, exceto o amor com que vos ameis uns aos outros; pois quem ama o próximo tem cumprido a lei. 9 Pois isto: Não adulterarás, não matarás, não furtarás, não cobiçarás, e, se há qualquer outro mandamento, tudo nesta palavra se resume: Amarás o teu próximo como a ti mesmo. Rm 13:8-9

O apóstolo João também observou: "Se alguém disser: Amo a Deus, e odiar a seu irmão, é mentiroso; pois aquele que não ama a seu irmão, a quem vê, não pode amar a Deus, a quem não vê. Ora, temos, da parte dele, este mandamento: que aquele que ama a Deus ame também a seu irmão." 1Jo 4:20-21. E o próprio Cristo declarou que se conhecerá os seus seguidores por aqueles que se amarem mutuamente (João 13:34). Até o precursor de Jesus Cristo, João Batista já mostrava que o único caminho para o Reino, era o amor. Dizia ele ao povo: "Produzi, pois, frutos dignos de arrependimento e não comeceis a dizer entre vós mesmos: Temos por pai a Abraão; porque eu vos afirmo que destas pedras Deus pode suscitar filhos a Abraão. 9 E também já está posto o machado à raiz das árvores; toda árvore, pois, que não produz bom fruto é cortada e lançada ao fogo. 10 Então, as multidões o interrogavam, dizendo: Que havemos, pois, de fazer? Respondeu-lhes: Quem tiver duas túnicas, reparta com quem não tem; e quem tiver comida, faça o mesmo." Lucas 3:8-11

Repartir a túnica e dar de comer aos necessitados só pode acontecer por uma atitude de amor. Portanto, podemos parafrasear Tiago 1:27, dizendo que a religião cristã pura e verdadeira é a que pratica e ensina o amor com o seu próprio exemplo, e não simplesmente apenas apontando para o exemplo de Cristo. Esse papo carnal de alguns irmãos que dizem: "Olhe para Jesus, não olhe para mim", é ilegítimo e luciferiano. As pessoas só podem contemplar Jesus e o seu agir através de homens. O amor de Deus só pode ser manifesto através de homens. Essa é a principal razão porque devemos ser generosos, solidários, sabendo repartir com o outro, esses são os sacrifícios que verdadeiramente agradam a Deus e manifestam o seu amor (Hb 13:16).

Deus é Amor. E seus filhos também devem ser!

O amor como um fator terapêutico

Está comprovado que as pessoas que mais expressam amor são mais saudáveis física e espiritualmente. Menos resfriados, melhor controle do estresse e pressão sanguínea mais baixa são apenas alguns poucos benefícios para aqueles que amam sem limites. Muitos doutores em medicina dizem que boa parte das doenças psicossomáticas são decorrentes de sentimentos negativos entulhados nos corações de pessoas amarguradas. Sigmund Freud, médico e professor, que abriu as portas para a era da psicoterapia, disse: "Você precisa amar para não adoecer. Outro médico chamado McMillen, afirmou que ao Jesus dizer que devemos perdoar até setenta vezes sete, estava pensando não só em nossas almas, mas em salvar nossos corpos da síndrome de colite, da doença das coronárias, da hipertensão arterial e de muitas outras enfermidades.

A decisão de amar para os crentes, antes de ser uma atitude espiritual é definitivamente racional e inteligente. Pesquisas constataram que quando recebemos o afeto de uma pessoa próxima, há uma liberação de endorfina, substância capaz de relaxar a parede das veias e artérias. Dessa forma, a pressão arterial fica equilibrada, além de o sangue fluir com mais facilidade. Estudiosos do comportamento humano, psiquiatras e psicólogos têm chegado à conclusão, à luz de experiências vivenciadas, que além de ser uma necessidade básica, o amor é um dos mais eficazes processos terapêuticos. O Dr James Colleman, no seu livro "A Psicologia do Anormal e a Vida Contemporânea", assim escreve: "É estranho notar que pouco se sabe a respeito de um dos mais poderosos fatores terapêuticos - o Amor".

Amor e saúde estão entrelaçados de maneira surpreendente. Os homens são feitos para conectarem-se uns aos outros, e quando bons relacionamentos são cultivados (não apenas no campo amoroso sentimental), as recompensas são imensas. Deixe-me frisar que não estou me referindo a paixão de um novo relacionamento emocional ou sentimental. Na verdade a respeito da paixão não existe nenhuma evidência de que o intenso e apaixonado estágio de um novo romance é benéfico a saúde. "Pessoas que se apaixonam dizem que se sentem maravilhosas e agoniadas ao mesmo tempo diz Harry Reis, PhD, co-editor da Enciclopédia dos Relacionamentos Humanos. Ou seja, todo esse sobe e desce pode ser um ponto de partida do estresse. Já o amor cultivado nos relacionamentos duradouros trazem segurança, calma e estabilidade.

Existem muitas evidências de que pessoas que estão em relacionamentos longos, satisfatórios e principalmente saudáveis se dão melhor em toda variedade de exames médicos. A maior parte das pesquisas nessa área se concentra no relacionamento conjugal, mas acredita-se que muitos desses benefícios se estendem a outras relações próximas, como amigos ou parentes e principalmente nos relacionamentos entre cristãos. As pessoas precisam se sentir conectadas com outras, como parte de um grupo, além de respeitada e valorizada.

A seguir alistei alguns benefícios que a prática do amor traz a saúde segundo pesquisas com casais e que acredito ter resultados parecidos nas outras áreas de relacionamento entre pessoas.

·      Menos visitas médicas
·      Menos depressão
·      Menos uso de substâncias tóxicas
·      Pressão sanguínea mais baixa
·      Menos ansiedade
·      Controle natural da dor
·      Melhor controle do estresse
·      Menos resfriados
·      Cicatrização mais rápida
·      Vida mais longa

O contra ponto disso é que quando não cultivamos o amor, alimentamos ressentimentos que além de nos fazer inimigos do nosso próximo, nos fará adoecer fisicamente. Pesquisas recentes constataram que boa parte dos doentes com câncer, também temalgum problema de amargura ou rancor no coração.

Alimentar a íra adoece e pode conduzir pessoas até mesmo a agressões e em casos extremos até a prática de crimes contra o próximo. Certamente o que não se divulga é, que geralmente, o maior dano se observa na própria pessoa, que como já mencionei se torna candidato a desenvolver patologias diversas. A mágoa, rancor ou amargura são ingredientes de um veneno que nós mesmos tomamos e esperamos que o outro morra.

O estado emocional de uma pessoa ressentida pode ser considerado um gatilho prestes a disparar agressões de maneira exagerada. Qualquer motivo insignificante pode ser uma fagulha que detonará discussões e brigas sem fim. Pessoas são transformadas nos momentos de íra. Uma mudança profunda radical da fisionomia e expressões físicas, poderão ser facilmente notadas em pessoas desprovidas de equilíbrio emocional.

Na prática de exercícios para o condicionamento físico, deve-se ter diligência e disciplina para se ter um corpo saudável. Exercícios físicos praticados com regularidade condicionarão nosso corpo e trarão mais vitalidade. Da mesma forma, amar pode ser considerado um exercício e o seu desenvolvimento deve ser progressivo. Quanto mais dispostos estivermos para amar a Deus e os outros, mais seremos amados. O conhecido efeito bumerangue que nada mais é do que a lei da semeadura e colheita fará você colher amor enquanto permanecer semeando amor.

Não se preocupe em reter amor, pois quando o mesmo é compartilhado nunca será diminuído. Pódemos dividí-lo infinitamente e ainda assim não diminuir. O amor é o único tesouro que se multiplica e cresce espantosamente por divisão. É o único dom que aumenta enquanto você o reparte. Lembro-me de ter lido isso em algum lugar: "Doe amor; jogue-o fora; esparrame-o; esvazie seus bolsos; sacuda o cesto, vire o copo para baixo, e amanhã você terá mais do que nunca." Isso é tremendo!!!

A semente do amor que está dentro de nós pelo Espírito Santo deve ser semeada nos nossos relacionamentos. Quando a semente germinar, a plantinha precisará ser cultivada e nutrida para que não morra. Com fé e perseverança amaremos mais e melhor. Assim todos os nossos relacionamentos serão transformados.

A base dos relacionamentos saudáveis deve ser fortalecida por uma decisão racional de amar, custe o que custar. Mesmo após termos decidido amar sem limites, surgirão momentos de insatisfação emocional, dúvidas e até mesmo um sentimento de desistência. Será que vale a pena insistir em determinada pessoa?, é o que alguns perguntam quando se frustram nos relacionamentos. É a partir daí que devemos decidir e escolher amar novamente. Mesmo que aparentemente o sentimento tenha se esvaído, não devemos achar que não podemos amar novamente. Essa é uma questão de decisão, e é simples assim. O justo vive pela fé e não por sentimentos. Quando decidimos amar o sentimento acompanhará a nossa decisão.


Nosso alvo é ser como Jesus, e para isso, devemos pedir a Deus que nos ensine a amar. Me lembro que em uma manhã, enquanto fazia minha leitura bíblica, me deparei com um texto que saltou das páginas direto para o meu coração. Em Lucas 23 li que Jesus intercedeu pelos seus ofensores dizendo: "Pai, perdoa-lhes, porque não sabem o que fazem." Lucas 23:34a. Não consegui entender a palavra "perdoa-lhes", achei que seria correto Jesus orar dizendo: "Eu perdoo vocês". Afinal de contas, Jesus estava sendo agredido e injustiçado, portando, ele deveria perdoar. Mas depois de meditar sobre isso, entendi que quando Jesus ora dizendo perdoa-lhes, ele estava nos dizendo que em seu coração não havia lugar para a mágoa, tristeza e amargura. Devemos guardar nossos corações de sentimentos errados. Quando o amor enche o coração, não deixa nele lugar para mais nada. Nem para o ódio, nem para o rancor, nem para o orgulho. Esse é o modelo a ser seguido.

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