Deus
fez você para o outro
“Disse mais o Senhor Deus: Não é bom que o homem esteja só; far-lhe-ei uma auxiliadora que lhe seja idônea.” Gn 2:18
“Se, porém, andarmos na luz, como ele
está na luz, mantemos comunhão uns com os outros, e o sangue de Jesus, seu
Filho, nos purifica de todo pecado.” 1 Jo 1:7
Introdução
É
interessante o paradoxo da Igreja quando o assunto é união. Ao mesmo tempo em
que temos uma Bíblia repleta de orientações para que nos amemos uns aos outros
(Rm 12.10; 1Pe 1.22), o que vemos na maior
parte das relações é uma terrível crise de comunhão.
Ao
ministrar exaustivamente sobre relacionamentos ou sobre os mandamentos da
mutualidade, Deus não nos propõe encontrar culpados para crise de comunhão, mas
a proposta de Deus é focar em resoluções, visto que, todos nós, como parte de
um mesmo corpo, somos responsáveis pelo bom relacionamento, pela vida, pelo bem
estar comum. Da mesma forma que um
casamento que não da certo tem nos cônjuges a responsabilidade da separação,
não havendo culpado, mas, culpados, na Igreja todos nós somos partes
integrantes das soluções e dos problemas na área da comunhão.
Porque
ainda vamos falar sobre isso?
Primeiro porque Jesus disse que a marca de um
discípulo é o amor (a base da comunhão). Em João 13:35, ele disse o seguinte: “Nisto conhecerão todos que
sois meus discípulos: se tiverdes amor uns aos outros”.
Segundo por que Jesus ensinou aos seus discípulos
que a união entre eles testificaria da presença do próprio Cristo na Igreja: “a fim de que todos sejam um; e como és tu, ó Pai,
em mim e eu em ti, também sejam eles em nós; para que o mundo creia que tu
me enviaste”. Jo 17:21
E em terceiro, por uma questão lógica: Uma Igreja
desunida terá dificuldade de crescer, pois, não passará uma boa mensagem para
os de fora. Sobre
esse assunto, o escritor Loweel Bailey, em seu livro 25 segredos para derrotar a crise da comunhão, diz: “... a desunião e a falta de amor entre os cristãos
podem levar os perdidos a duvida de que essa gente realmente esteja seguindo a
Jesus. Pior ainda, por notar que os cristãos não se salvaram do seu egoísmo,
eles podem duvidar que Jesus seja “verdadeiramente o salvador do mundo” (Jo 4:42)
O
desejo de Deus é que o homem se relacione
“Disse mais o Senhor
Deus: Não é bom que o homem esteja só; far-lhe-ei uma auxiliadora que lhe seja
idônea.” Gn 2:18
Em
Gênesis 1 e 2 até o verso 17 Deus cria todas as coisas e as sustenta pelo poder
da Sua palavra. No processo de criação, por várias vezes, nós vemos Deus
criando e dizendo que aquilo que Ele havia criado era bom. Porém, em Gênesis
2:18, Deus diz que algo não estava certo, Deus vê algo que não o agrada, e pela
primeira vez Deus vê algo que não era bom. Não era bom que o homem vivesse
solitário ou sozinho.
Deus não
nos fez para vivermos isolados como ilhas, a vida que Ele nos deu precisa ser
compartilhada.
Baseado
no texto de Genesis 2:18, podemos dizer que fomos feitos para o outro. Deus viu
que Adão não poderia estar sozinho porque ele foi criado para alguém. Eva
também foi criada no mesmo propósito para o outro.
A
comunhão é o nosso alvo!
1. O conceito de comunhão
“1 Oh! Como é bom e agradável viverem
unidos os irmãos! 2 É como o
óleo precioso sobre a cabeça,
o qual desce para a barba, a barba de Arão, e desce para a gola de suas vestes.
3 É como o orvalho do Hermom,
que desce sobre os montes de Sião.
Ali, ordena o SENHOR a sua bênção e a
vida para sempre.” Sl 133:1-3
O que é
comunhão para você? Um encontro para confraternização? Um cafezinho? Ou quem
sabe um belo almoço de domingo? No senso comum, esses são os fatores definidores da comunhão, porém eles
não refletem o sentido bíblico da palavra.
Comunhão
é a tradução portuguesa mais comum para a palavra grega koinomia. Essa
palavra traz a ideia de fraternidade, associação, participação conjunta,
relação íntima.
Observe
como o sentido é bem mais amplo do que parece.
De acordo
com o Novo Testamento, a comunhão tem a ver com aquela relação pessoal que os
cristãos gozam com Deus e uns com os outros, em virtude de serem unidos com
Jesus Cristo.
Quem
estabeleceu essa relação foi o Espírito Santo, que habita em todo cristão,
unindo-o a Cristo e a todos que são de Cristo. Essa associação pode ser
percebida nos seguintes aspectos:
- Compartilhamento
de bens e objetos
- Cooperação
na obra do Evangelho
-
Disposição para servir a todos
- Manter
a unidade e o amor entre os cristãos
O texto
de Atos 2:41-47 reflete bem a ideia bíblica de comunhão. Esse texto
também nos ensina que a responsabilidade da comunhão na Igreja não é apenas dos
líderes, mas de toda a Igreja, isto é, você é responsável por fazer a comunhão
da sua Igreja dar certo.
“41 Os que aceitaram a mensagem foram batizados, e naquele dia houve um
acréscimo de cerca de três mil pessoas. 42 Eles se dedicavam ao ensino dos
apóstolos e à comunhão, ao
partir do pão e às orações. 43 Todos estavam cheios de temor, e
muitas maravilhas e sinais eram feitos pelos apóstolos. 44 Todos
os que criam mantinham-se unidos e tinham tudo em comum. 45 Vendendo
suas propriedades e bens, distribuíam a cada um conforme a sua necessidade. 46 Todos
os dias, continuavam a reunir-se no pátio do templo. Partiam o pão em suas
casas, e juntos participavam das refeições, com alegria e sinceridade de
coração, 47 louvando a Deus e tendo a simpatia de todo o povo. E o Senhor
lhes acrescentava todos os dias os que iam sendo salvos.” At 2:41-47
2. A relação entre comunhão e mutualidade
A
comunhão pode ser classificada como uma experiência subjetiva, ela precisa de
um mecanismo prático para que seja percebida. Um exemplo do que estou falado se
refere a comunhão dos crentes com Cristo. Existem laços que nos unem a Cristo,
fazemos parte do seu corpo místico, entretanto, essa relação é invisível, não
pode ser vista, somente percebida.
A
mutualidade é o processo através do qual a comunhão se expressa. O termo se
refere a expressões recíprocas. No Novo Testamento o processo de mutualidade
aparece nas palavras uns aos outros (Rm 12:10; 2Co 13:12; Ef 4:2;
Cl 3:13; 1Ts 4:18).
A
mutualidade faz da comunhão uma via de mão dupla. Um irmão se dispondo a fazer
o bem a outro irmão, que por sua vez corresponde fazendo a mesma coisa. A
relação é recíproca.
Entretanto,
a mutualidade não está limitada ao que eu faço de bom pelo outro, mas também o que
eu deixo de fazer de prejudicial pelo outro. Nesse caso existem dois aspectos,
um positivo (eu faço o bem) e outro negativo (eu deixo de fazer o que é ruim).
Você ajuda a sua Igreja a ser mútua? 6
3. A comunhão
libera poder
“É como o óleo precioso sobre a cabeça ,
o qual desce para
a barba , a barba
de Arão, e desce para a gola
de suas vestes .”
Sl 133:2
O óleo
precioso do Espírito
de Deus desce da cabeça .
Evidentemente somente
aqueles que
estão conectados à cabeça desfrutam do óleo fresco da unção . Nestes dias
de jejum , queremos experimentar
esse óleo
juntos , em
comunhão .
O Espírito
Santo é o poder
de Deus e este
poder está em
você . O Espírito
Santo é a unção
de Deus sobre
nós . Mas ,
quando estamos juntos
em comunhão ,
essa unção é potencializada e este poder pode ser liberado de forma explosiva sobre
nós . Gn 11:9
O óleo
representa a unção na Palavra de Deus .
O azeite era
um elemento
muito versátil
no mundo antigo ,
ele servia para
virtualmente qualquer
coisa e simboliza a provisão
completa da unção
do Espírito . O fato
de o Salmo 133 nos
dizer que a comunhão libera o óleo
é algo muito
precioso . Quando
estamos unidos aos nossos irmãos , esse óleo desce da cabeça ,
que é Cristo ,
e alcança todos os membros .
O uso
do óleo entre
o povo de Israel é um
retrato claro
da provisão completa da unção para o povo de Deus hoje . Todas essas coisas
vêm sobre nós
porque estamos unidos aos irmãos na agradável
comunhão do Corpo
de Cristo .
a. O óleo
é Alimento
A primeira
utilidade do azeite
estava na preparação dos alimentos , sendo ele
mesmo , na verdade ,
um alimento .
No mesmo princípio ,
nós precisamos receber
periodicamente uma porção da unção de azeite
do céu como
alimento . Quando
deixamos de nos alimentar
dessa unção , somos enfraquecidos e nos sentimos incapazes
de fazer a vontade
de Deus . A unção ,
portanto , é alimento .
b. O óleo
nos limpa
A segunda
utilidade do azeite
nos dias
antigos estava na feitura
de sabão . A unção
do azeite também
tem a função de limpar
e purificar as nossas vidas .
Quando digo purificar ,
não me
refiro propriamente à purificação do pecado , mas à purificação da sujeira do mundo . A morte do mundo nos
contamina e nos faz ficar
insensíveis a Deus .
A unção , então ,
nos purifica da poeira
da carne que
nos contamina. Todos
nós testificamos que ,
quando estamos na comunhão
dos irmãos , nossos
pés são
lavados da poeira do mundo .
c. O óleo
é combustível
As lamparinas
do mundo bíblico eram mantidas acesas
usando o azeite como
combustível . No mesmo
princípio , nossa
luz somente
pode brilhar diante
do mundo se houver o azeite do céu em combustão dentro do espírito .
E esse azeite
vem sobre nós
na comunhão dos irmãos .
Cada vez
que nos
reunimos, devemos esperar uma medida
do combustível celestial
sobre nós .
d. O óleo
é para uso
sacerdotal
O azeite
também era
usado pelo sacerdote para ungir e consagrar
pessoas e coisas
a Deus , como
também era
usado pelo médico
como remédio .
A unção é também
para consagração .
O propósito de Deus
somente pode ser cumprido
por meio
da unção . O suprimento de Deus para nossas vidas vem somente pela unção e todo jugo do pecado pode ser quebrado e destruído pelo poder da unção . Quando estamos em
comunhão , os jugos
do pecado e do diabo
são quebrados
e experimentamos o refrigério de Deus .
e. O óleo
cura
A comunhão
é algo realmente
poderoso . Paulo chega
a dizer que a
igreja de Corinto estava doente
porque seus
membros não
entendiam a comunhão :
“Pois quem come e bebe sem discernir o corpo , come e bebe juízo
para si . Eis a razão por que há entre vós muitos fracos e
doentes e não
poucos que
dormem.” 1Co 11:29-30