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Contribuição, uma graça pouco apreciada. 2Co 8:1-15. Pr. Edenir Araújo - Culto de Celebração - 27/11/16

1 Também, irmãos, vos fazemos conhecer a graça de Deus concedida às igrejas da Macedônia; 2 porque, no meio de muita prova de tribulação, manifestaram abundância de alegria, e a profunda pobreza deles superabundou em grande riqueza da sua generosidade. 3 Porque eles, testemunho eu, na medida de suas posses e mesmo acima delas, se mostraram voluntários, 4 pedindo-nos, com muitos rogos, a graça de participarem da assistência aos santos. 5 E não somente fizeram como nós esperávamos, mas também deram-se a si mesmos primeiro ao Senhor, depois a nós, pela vontade de Deus; 6 o que nos levou a recomendar a Tito que, como começou, assim também complete esta graça entre vós. 7 Como, porém, em tudo, manifestais superabundância, tanto na fé e na palavra como no saber, e em todo cuidado, e em nosso amor para convosco, assim também abundeis nesta graça. 8 Não vos falo na forma de mandamento, mas para provar, pela diligência de outros, a sinceridade do vosso amor; 9 pois conheceis a graça de nosso Senhor Jesus Cristo, que, sendo rico, se fez pobre por amor de vós, para que, pela sua pobreza, vos tornásseis ricos.10 E nisto dou minha opinião; pois a vós outros, que, desde o ano passado, principiastes não só a prática, mas também o querer, convém isto. 11 Completai, agora, a obra começada, para que, assim como revelastes prontidão no querer, assim a leveis a termo, segundo as vossas posses.12 Porque, se há boa vontade, será aceita conforme o que o homem tem e não segundo o que ele não tem.13 Porque não é para que os outros tenham alívio, e vós, sobrecarga; mas para que haja igualdade, 14 suprindo a vossa abundância, no presente, a falta daqueles, de modo que a abundância daqueles venha a suprir a vossa falta, e, assim, haja igualdade, 15 como está escrito: O que muito colheu não teve demais; e o que pouco, não teve falta. 2Co 8:1-15

Introduçao

“Um dos primeiros sinais de alguém alcançado pela Graça é a disposição para dar sem limites.” Pr. Edenir Araújo
"O caminho da graça é uma via de mão dupla. Quando somos abençoados por tão maravilhosa graça, somos capacitados para abençoar outros. A Graça que nos acrescenta bênçãos sem medidas, é a mesma que nos impulsiona a abençoar outros sem limites." Pr. Edenir Araújo

Graça é sinônimo de felicidade?

A maior parte dos crentes que conheço, sabe exatamente que Graça significa “favor imerecido”. Jamais conseguiríamos pagar pela Graça, por isso é favor imerecido. Todavia, na cabeça de muitos crentes, facilidade, bênçãos sem medidas, prosperidade; apenas isso. Nunca imaginamos que Graça possa implicar em sofrimento, aflições ou angústias. Nunca pensamos em graça como uma oportunidade de padecer por Cristo, um meio sofrer pela causa do evangelho de Jesus.
Quero apresentar nessa palavra, um outro lado da Graça, que muitos pastores ocultam em suas plataformas. “Não convêm dizer que Graça produza sofrimento”, dizem muitos desses pastores e líderes.

Vamos ler o que Paulo escreveu aos Filipenses e fazer algumas considerações que acredito serem necessárias para avançarmos no entendimento e desfrute da Graça de Deus.
“Por que vos foi concedida a graça de padecerdes por Cristo, e não somente crerdes nele...”. Fp 1:29

Além da graça que recebemos para substituir-nos na cruz para recebermos salvação, temos uma graça que se manifesta após a conversão, que nos dá o privilégio de sofrer por amor ao nosso Senhor. Sim! Graça para padecermos por Cristo, foi exatamente o que disse Paulo aos Filipenses. 
Poucos querem essa graça, ela não é muito atrativa, pois tudo o que esperamos da Graça é provisão, conforto, descanso, alívio, etc. No entanto, embora saibamos destes benefícios que a Graça nos possibilita receber, há ainda, outra manifestação da graça não tão desejável. Poucos crentes a veem como privilégio, como favor imerecido. Estou me referindo a graça de contribuir.

A disposição para contribuir é uma das principais marcas da Graça de Deus operando no crente.

A atitude de contribuir na igreja cristã é uma graça de Deus concedida aos cristãos. O Reverendo Hernandes Dias Lopes escreveu: “A contribuição cristã é uma prática bíblica, legítima e contemporânea.

O homem é julgado pelo seu dinheiro tanto no reino deste mundo quanto no reino dos céus.

O mundo pergunta: Quanto este indivíduo possui? Cristo pergunta: Como este homem usa o que tem? O mundo pensa, sobretudo, em ganhar dinheiro; Cristo fala da forma de dá-lo. E quando um homem doa, o mundo ainda pergunta: Quanto doou? Cristo pergunta: Como doou? O mundo leva em conta o dinheiro e sua quantidade; Cristo leva em conta o homem e os seus motivos. Nós perguntamos quanto um indivíduo doa. Cristo pergunta o que lhe resta. Nós olhamos a oferta. Cristo pergunta se a oferta foi um sacrifício”.

A graça de contribuir é ensinada aos corintios
Podemos perceber a contribuição como graça, na ocasião em que Paulo leva ao conhecimento da igreja de Corinto a atitude generosa e singular de amor que permeava os irmãos da igreja da Macedônia. Essas igrejas se solidarizaram com a comunidade cristã da Judéia, enviando-lhes muitas contribuições financeiras. O volume dessa oferta deve ter sido grande, uma vez que o próprio rei Félix esperava receber algum dinheiro de Paulo (At 24:25,26). O gesto generoso dos crentes da Macedônia inspirou e motivou Paulo a enviar Tito a Corinto a fim de promover a mesma compreensão, desencadeadora da mesma atitude.
"o que nos levou a recomendar a Tito que, como começou, assim também complete esta graça entre vós." 2Co 8:6

Paulo apresentou a igreja dos macedônios como um padrão de generosidade

Paulo enxergou no gesto dos macedônios, um padrão mais elevado de igreja. A igreja de corinto que se julgava madura, superabundando em fé, teologia, sabedoria e serviço social, no mínimo, deveria agir de maneira semelhante à dos irmãos macedônios.
Por essa razão Paulo lhes diz:
"7 Como, porém, em tudo, manifestais superabundância, tanto na fé e na palavra como no saber, e em todo cuidado, e em nosso amor para convosco, assim também abundeis nesta graça. 8 Não vos falo na forma de mandamento, mas para provar, pela diligência de outros, a sinceridade do vosso amor..." 2Co 8:7,8
Nas palavras acima, podemos observar com clareza a posição do apóstolo Paulo relacionado à questão da contribuição. A conclusão é que, ofertar para a obra do Senhor é um privilégio, bem como é um privilégio ser curado, restaurado, transformado pelo poder de Deus. Nós não merecemos, mas Deus nos favoreceu de maneira incondicional. Quanto a oportunidade de contribuir, também podemos entender que é graça, pois nenhum de nós merece.

A oportunidade de ofertar e dizimar é uma concessão de Deus

Em seu livro, “Uma graça que poucos desejam”, o pastor Caio Fábio escreve: “Nossa contribuição é uma concessão de Deus. A santidade absoluta de Deus, se praticada sobre nós, não nos permitiria “nem contribuir”; mas na sua graça, Ele santifica nosso dinheiro, quando a grande motivação que nos leva a adquiri-lo é poder viver com dignidade e promover a causa do reino de Deus. Se não for essa a propulsão secreta de nossos corações, a nossa contribuição não passará de uma abominação. De uma atitude semelhante a aquela que norteou a oferta de Caim (Gn. 4:1-7; Jd. 11).”
Nossa oferta ou contribuição ao Senhor não é de fato uma oferta para Deus. É, antes de tudo, uma oferta de Deus a nós. Quem oferta a Deus, oferta a si mesmo, na medida em que dar, antes de ser uma graça de nós a outros, é uma graça de Deus a nós. Se alguém é impelido a dar, humilde e alegremente, é porque já foi tocado pela graça de Deus (Rm. 7:18; Fp. 2:13).
Mas poucos querem essa graça. Poucos abriram seus olhos para essa maravilhosa revelação, de termos sido escolhidos para participar de tão excelente obra.

Quando contribuímos, com que coração o fazemos?

O medo é um dos tantos equivocados fatores de motivação para a devolução de dízimos e contribuição nas igrejas. Muitos pensam, “se eu não dizimar, serei chamado de ladrão”. Fica claro que estes não estão debaixo da graça, mas debaixo da lei. O Sentimento é carnal. É como atrazar uma conta de luz ou água e ficar com medo de ser protestado no S.P.C. ou SERASA. Isso é muito triste. Tudo na graça é um produto do amor, mas na lei tudo funciona na base do medo e intimidação. O ato de contribuir sob a graça é consequência de temor e não medo, amor a Deus e sua obra. Os cativos do medo, não se sentem movidos pela graça. Não percebem que não teriam direito algum de investir em tão nobre projeto.
Fomos privilegiados com a graça de contribuir e não podemos deixar escapar a oportunidade de parecer com os macedônios, pois quem apenas dá o dízimo ou se deixa motivar a contribuir pelos mesmos sentimentos daqueles que pagam suas despesas mensais para não serem protestados legalmente, ainda não passaram da Velha Aliança para a Nova Aliança, ainda não pensam com a mente de Cristo, mas relacionam com Deus na base de sua justiça própria.
O Novo Testamento estabelece um padrão mais elevado de relacionamento com Deus e vai além do Velho Testamento também na questão da contribuição. Em Cristo, o dízimo não é a mensalidade dos crentes na entidade religiosa da igreja ou no filantropo clube da fé e muito menos na pessoa jurídica do pastor presidente.

Quais sinais evidenciam que alguém de fato está vivendo regido pela graça???

A prática do dízimo e das ofertas é um dos primeiros sinais de conversão na vida de um cristão, são valores de referência mínima para estabelecer o piso de nossas contribuições, entendidas não como cobrança, mas como graça, como privilégio.

A seguir alistei alguns princípios de contribuição provenientes da graça de Deus.

1. A boa situação financeira não deve ser pré-requisito para alguém contribuir.

"porque, no meio de muita prova de tribulação, manifestaram abundância de alegria, e a profunda pobreza deles superabundou em grande riqueza da sua generosidade." 2Co 8:2

2. Alegria, generosidade, voluntariedade e boa-vontade são motivações indispensáveis a quem quer contribuir.

 "Porque eles, testemunho eu, na medida de suas posses e mesmo acima delas, se mostraram voluntários," 2Co 8:3

3. A contribuição deve ser extra-ordinária (Que foge do usual ou previsto) e não ordinária (Que repete regularmente)

"e a profunda pobreza deles superabundou em grande riqueza da sua generosidade. 2Co 8:2b
 "Porque eles, testemunho eu, na medida de suas posses e mesmo acima delas, se mostraram voluntários..." 2Co 8:3

4. A contribuição deve ser uma extensão do compromisso que se tem com o louvor a Deus, com a maturidade espiritual e com a propagação do Reino de Deus.

"E não somente fizeram como nós esperávamos, mas também deram-se a si mesmos primeiro ao Senhor, depois a nós, pela vontade de Deus..." 2Co 8:5
”7 Como, porém, em tudo, manifestais superabundância, tanto na fé e na palavra como no saber, e em todo cuidado, e em nosso amor para convosco, assim também abundeis nesta graça.2Co 8:7
"10 E nisto dou minha opinião; pois a vós outros, que, desde o ano passado, principiastes não só a prática, mas também o querer, convém isto. 11 Completai, agora, a obra começada, para que, assim como revelastes prontidão no querer, assim a leveis a termo, segundo as vossas posses." 2Co 8:10-11

5. A contribuição tem que ter uma motivação correta.

"pedindo-nos, com muitos rogos, a graça de participarem da assistência aos santos." 2Co 8:4
 "Não vos falo na forma de mandamento, mas para provar, pela diligência de outros, a sinceridade do vosso amor..." 2Co 8:8
"16 Mas graças a Deus, que pôs no coração de Tito a mesma solicitude por amor de vós; 17 porque atendeu ao nosso apelo e, mostrando-se mais cuidadoso, partiu voluntariamente para vós outros. 18 E, com ele, enviamos o irmão cujo louvor no evangelho está espalhado por todas as igrejas. 19 E não só isto, mas foi também eleito pelas igrejas para ser nosso companheiro no desempenho desta graça ministrada por nós, para a glória do próprio Senhor e para mostrar a nossa boa vontade; 20 evitando, assim, que alguém nos acuse em face desta generosa dádiva administrada por nós; 21 pois o que nos preocupa é procedermos honestamente, não só perante o Senhor, como também diante dos homens." 2Co 8:16-21

6. A contribuição só é efetiva mediante diligência, presteza, zelo e aprovação!

 "Não vos falo na forma de mandamento, mas para provar, pela diligência de outros, a sinceridade do vosso amor..." 2Co 8:8
"porque bem reconheço a vossa presteza, da qual me glorio junto aos macedônios, dizendo que a Acaia está preparada desde o ano passado; e o vosso zelo (nas ofertas) tem estimulado a muitíssimos." 2 Co 9:2

7. A contribuição tem que ser feita ainda que ela signifique um auto-empobrecimento.

"pois conheceis a graça de nosso Senhor Jesus Cristo, que, sendo rico, se fez pobre por amor de vós, para que, pela sua pobreza, vos tornásseis ricos." 2Co 8:9
"Melhor é o pouco, havendo o temor do SENHOR, do que grande tesouro onde há inquietação." Pv 15:16
"Melhor é o pouco, havendo justiça, do que grandes rendimentos com injustiça." Pv 16:8

8. A contribuição deve ser o resultado da compreensão de que no ciclo da solidariedade toda abundância é dada para suprir a pobreza.

"13 Porque não é para que os outros tenham alívio, e vós, sobrecarga; mas para que haja igualdade, 14 suprindo a vossa abundância, no presente, a falta daqueles, de modo que a abundância daqueles venha a suprir a vossa falta, e, assim, haja igualdade, 15 como está escrito: O que muito colheu não teve demais; e o que pouco, não teve falta." 2Co 8:13-15

9. O espírito de contribuição deve estar alerta em todos os crentes afim de que não haja necessitados despercebidos.

"Contudo, enviei os irmãos, para que o nosso louvor a vosso respeito, neste particular, não se desminta, a fim de que, como venho dizendo, estivésseis preparados, 4 para que, caso alguns macedônios forem comigo e vos encontrem desapercebidos, não fiquemos nós envergonhados (para não dizer, vós) quanto a esta confiança. 5 Portanto, julguei conveniente recomendar aos irmãos que me precedessem entre vós e preparassem de antemão a vossa dádiva já anunciada, para que esteja pronta como expressão de generosidade e não de avareza." 2 Co 9:3-5

10. A contribuição alegre e voluntária é desencadeadora de um ciclo de bênçãos.

"6 E isto afirmo: aquele que semeia pouco pouco também ceifará; e o que semeia com fartura com abundância também ceifará. 7 Cada um contribua segundo tiver proposto no coração, não com tristeza ou por necessidade; porque Deus ama a quem dá com alegria. 8 Deus pode fazer- vos abundar em toda graça, a fim de que, tendo sempre, em tudo, ampla suficiência, superabundeis em toda boa obra, 9 como está escrito:Distribuiu, deu aos pobres, a sua justiça permanece para sempre. 10 Ora, aquele que dá semente ao que semeia e pão para alimento também suprirá e aumentará a vossa sementeira e multiplicará os frutos da vossa justiça, 11 enriquecendo- vos, em tudo, para toda generosidade, a qual faz que, por nosso intermédio, sejam tributadas graças a Deus." 2 Co 9:6-11
“9 É por isso que também nos esforçamos, quer presentes, quer ausentes, para lhe sermos agradáveis. 10 Porque importa que todos nós compareçamos perante o tribunal de Cristo, para que cada um receba segundo o bem ou o mal que tiver feito por meio do corpo.” 2Co 5:9-10

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