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Série de mensagens Uns aos Outros - Parte 8 - Ofensa retida, a pior de todas as armadilhas. Pr. Edenir Araújo - Culto de Celebração - 10/06/18

Qualquer caçador que tenha preparado uma armadilha para capturar animais, sabe que uma armadilha precisa de duas coisas para ter êxito. Ela precisa estar escondida para que o animal tropece nela e seja apanhado. E também precisa precisa ter uma isca para atrair o animal para as suas garras mortais.

Satanás é o inimigo das nossas almas, é um caçador implacável dos homens. Ele sempre prepara sua armadilha para destruir os homens. Sua armadilha está escondida e sua isca preparada. Podemos dizer com certeza que existem muitas iscas para fazer o homem cair em pecado, porém uma das iscas mais destrutivas e malditas é a ofensa. A ofensa em sí não é mortal, no entanto,  quando ela entra e se aloja no coração do homem, um escândalo é provocado. OS frutos da ofensa são: Mágoa, tristeza, ira, ultraje, ciúme, inveja, ressentimento, discórdia, amargura e ódio.

Muitos cristãos estão presos pela ofensa retida e impedidos de experimentarem algo além da parte de Deus. Essas mesmas pessoas estão incapacitadas e impedidas de cumprirem o seu potencial.

Pessoas ofendidas ofendem outras pessoas.

Pessoas curadas curam pessoas, pessoas amadas amam pessoas, pessoas transformadas transformam pessoas, pessoas santificadas santificam pessoas, pessoas alegres alegram pessoas. Na contra-mão disso, podemos dizer que pessoas tristes entristecem pessoas, pessoas feridas ferem pessoas, pessoas amarguradas amarguram pessoas, pessoas ofendidas ofendem pessoas. Que eu sou interfere diretamente naqueles que estão ao meu redor.      

Deus é amor, e o amor não se ofende!

A ofensa é algo com o qual nós vamos ter que lidar durante toda a nossa vida até Jesus voltar. O próprio Jesus diz que: (RA)

“1 Disse Jesus a seus discípulos: É inevitável que venham escândalos, mas ai do homem pelo qual eles vêm! 2 Melhor fora que se lhe pendurasse ao pescoço uma pedra de moinho, e fosse atirado no mar, do que fazer tropeçar a um destes pequeninos. 3 Acautelai-vos. Se teu irmão pecar contra ti, repreende-o; se ele se arrepender, perdoa-lhe. 4 Se, por sete vezes no dia, pecar contra ti e, sete vezes, vier ter contigo, dizendo: Estou arrependido, perdoa-lhe.” Lc17:1-4

Neste texto, o escândalo é provocado por uma ofensa. A expressão escândalos nas versões de língua inglesa aparece como offenses, palavra que pode ser traduzida como escândalo ou ofensa. Lucas 17 se refere a ofensas que alguém pode cometer contra nós, bem como ofensas em geral, as quais geram escândalos. Observe que nos versículos seguintes Jesus fala sobre a importância de perdoar nosso irmão, tenha ele pecado contra nós ou contra qualquer pessoa, gerando escândalos.

A ofensa é a mais poderosa isca de satanás para os cristãos

Mas se a pegarmos e ficamos ofendidos, então ela alimentará seu coração e você ficará escandalizado e ofendido. As pessoas que se sentem ofendidas sequer percebem que caíram em uma armadilha. Elas estão tão concentradas no mal que alguém lhe fez e nem percebem que isso mudou o seu coração.

Quanto a ofensa, Jesus ensina que tanto a pessoa que se deixa ofender como aquele que ofende, estão ambos agindo de maneira errada. O que se deixa ofender ficou amarrado pelo diabo, e aquele que ofende fez o papel do verdugo ou carrasco do diabo.

As ofensas constituem umas das poucas certezas na vida.

Alguém disse que a morte e os impostos são duas certezas na vida. Eu quero aumentar essa lista e dizer que, a morte, os impostos e as ofensas são certezas nesta vida. As ofensas fazem parte da vida de todo homem, e a questão não é se eu fui ofendido ou se não fui ofendido, se uns foram mais ou menos ofendidos que outros, a questão não está ai, a questão é: O que é que eu vou fazer numa situação dessas?

Lembrando o que disse Paul Jean Satre: “Mais importante do que o que acontece com você, é o que acontece em você”. O importante no dia da ofensa é como você reagirá.

É certo que todas as pessoas sem exceção sofrem algum tipo de ataque. Ninguém está isento de enfrentar mal entendidos. Encontrar pessoas com as emoções feridas é mais comum do que se pensa. Você mesmo, que agora me ouve, pode estar passando por uma crise emocional, ferido interiormente por alguma ofensa sofrida. Isso acontece com todas as pessoas, todavia a questão é: O que é que você vai fazer agora? Sua atitude fará a diferença entre a vitória e o fracasso, entre ficar amargurado ou ficar livre das ataduras de satanás, porque a ofensa é uma armadilha de satanás para nos amarrar.

Quando a ofensa alcança o nosso coração, as nossas emoções são feridas, e a ofensa é retida.

A locomotiva da desgraça e maldição

A ofensa retida é uma locomotiva que puxa os vagões da desgraça e da maldição. Quando ela se manifesta no coração do homem, traz consigo a sua trupe. Rancor, mágoa, tristeza, amargura, ressentimento e murmuração, estão sempre presentes no coração da pessoa que reteve a ofensa. Mas o pior destes sinais do inferno é a murmuração. Porque a pessoa ofendida não fica calada; a pessoa que retém a ofensa, perde o controle da sua língua e facilmente se tornará um instrumento útil para os desígnios das trevas.

Pessoas ofendidas não perdoaram e estão impedidas de experimentarem perdão.

A pessoa ofendida vencida pela amargurada, fica privada da graça de Deus; a pessoa ofendida fica impedida de receber de Deus e é neste lugar de derrota que o diabo a quer colocar. A pessoa ofendida geralmente é uma pessoa que ainda não perdoou. E se ainda não perdoou não está na condição de receber perdão, não está em posição de receber de Deus.

“Porque, se perdoardes aos homens as suas ofensas, também vosso Pai celeste vos perdoará; 15 se, porém, não perdoardes aos homens [as suas ofensas], tampouco vosso Pai vos perdoará as vossas ofensas.” Mt 6:14-15

Somos seres espirituais (Jo 3), e racionais (Rm 12), mas principalmente emocionais. Temos grande facilidade de reagir na região da alma e geralmente nos sentimos ofendidos e ficamos feridos quando somos tocados no nosso ego. Guarde essa verdade: Nos sentimos ofendidos quando somos confrontados no nosso ego. Existem muitas situações que nos ofendem ou nos fazem sentir ofendidos. Uma delas é quando somos exortados. Um exemplo disso é o que nos escreve o escritor aos Hebreus.

“Na verdade, nenhuma correção parece no momento ser motivo de gozo, porém de tristeza...” Hb 12:11ª

Outra situação é quando somos caluniados, difamados, perseguidos. Quanto a essas situações, Jesus disse que elas devem nos alegrar, pois nos servem para o nosso crescimento.

A falta de reconhecimento, também nos soa como ofensa. Às vezes pensamos: “Porque minha esposa não me comunicou sobre tal decisão?”, ou, “Como ele pode decidir sem falar nada comigo?”, “depois de tudo o que eu fiz...”. Independente das razões que você tenha, não é bom guardar a ofensa em seu coração. Ficar ofendido é pecado!

Cultura americana

Na cultura americana, é ensinado que é sempre melhor abrir mão da ofensa do que retê-la. Nos Estados Unidos é uma virtude muito grande perdoar e não ficar ofendido. No meio dos americanos ficar ofendido é uma atitude reprovada, e os que assim se comportam são vistos como pessoas imaturas. Aqui no Brasil parece que é ao contrário, as pessoas enxergam como uma virtude a ação de ficar ofendido. Os adeptos do “ofendismo” dizem: “Eu não posso aceitar isso!”, “Isso não vai ficar assim!”, “Não levo desaforo para casa!”.

Precisamos aprender que a cultura certa é a cultura Bíblica, e ela diz que DEVEMOS PERDOAR TODA OFENSA COMETIDA CONTRA NÓS!

Outras razões porque as pessoas se ofendem?

·   Por não serem ouvidas;
·   Por não serem reconhecidas;
·   Por não serem participadas;
·   Por se sentirem injustiçadas;
·   Por se sentirem humilhadas;
·   Por serem traídas;
·   Por não serem valorizadas;
·   Por não serem consultadas;

A ingratidão alimenta a ofensa

Diante de todas as razões para se ofenderem a principal causa da ofensa geralmente é a ingratidão. Deixe-me explicar melhor sobre isso. Se você for ofendido por um estranho, isso vai te deixar triste? Dificilmente. Quando alguém com quem você não tem relação, alguém desconhecido te calunia, você fica chateado? Claro que não. Agora veja que as pessoas que nos conseguem chatear e ofender são os mais íntimos, geralmente são as pessoas com quem convivemos em família ou caminhamos no ministério ou trabalho. Agora veja bem; quantas alegrias essa pessoa já te proporcionou? Quantos momentos felizes você já viveu com essa pessoa? É importante você considerar as boas experiências que teve com o seu ofensor, pois os praticantes do “ofendismo” são ingratos e apagam tudo de bom que já aconteceu.
 Apague as ofensas escrevendo-as na areia

Precisamos aprender com Jesus a lidar com a ofensa. A história a seguir pode ilustrar bem o que eu quero dizer.

Dois amigos viajavam pelo deserto e, em um determinado ponto da viagem, discutiram e um deu uma bofetada no outro. O outro, ofendido, sem nada poder fazer, escreveu na areia: "Hoje, meu melhor amigo me deu uma bofetada no rosto." Seguiram adiante, e chegaram a um oásis onde resolveram banhar-se. O que havia sido esbofeteado e ofendido começou a afogar-se, sendo salvo pelo amigo. Ao recuperar-se, pegou um canivete e escreveu em uma pedra: "Hoje, meu melhor amigo salvou minha vida." Intrigado, o amigo perguntou: Por que, depois que te ofendi, escreveu na areia, e agora, que te salvei, escreve na pedra? Sorrindo, o amigo respondeu: Quando um grande amigo nos ofende, devemos escrever onde o vento do esquecimento e o perdão se encarreguem de apagar. Quando nos acontece algo grandioso, devemos gravar isso na pedra da memória do coração onde vento nenhum, em todo o mundo, poderá sequer borrá-lo. Onde você tem gravado as suas frases?

As agressões ou ofensas dos outros não devem ficar retidas em nosso coração. Toda ofensa retida faz se esvair o vigor e prazer na vida. Se estiver procurando ocasiões para ficar ofendido, você as encontrará a cada oportunidade. Este é o seu ego operando, convencendo-o de que o mundo não deveria ser assim. Como ensinou William Shakespeare: Quem alimenta a ofensa, come veneno esperando que o outro morra.

Ofensa retida é ira amanhecida, e contamina outros!

Quando nos sentimos ofendidos, é natural querer levar essa ofensa a mais alguém compartilhando a nossa dor e sofrimento. Fazemos isso na tentativa de buscar ajuda. Queremos que os outros sejam solidários com o nosso ponto de vista. Ainda que de maneira involuntária, procuramos agregar adeptos ao “ofendismo”, associados que nos defendam, que nos dêem as pancadinhas nas costas e digam: “Pois é, realmente o outro foi injusto, malvado... você é que tem razão..., você não merece isso!”. Preste bastante atenção: As pancadinhas nas costas e a concordância dos outros com a nossa ofensa não curam as nossas feridas!

É muito importante compartilhar suas dores para oração e cura, mas publicar isso com espírito de melindre a autocomiseração é uma grande armadilha. Leia com atenção o texto a seguir:
“O que encobre a transgressão adquire amor, mas o que traz o assunto à baila separa os maiores amigos.” Pv 17:9

Quem decide ficar ofendido, decide construir uma prisão para si mesmo.

Diz uma história que certo criador de pássaros tinha duas gaiolas. Em uma das gaiolas, ele tinha uma pássaro preso que cantava e ao lado um alçapão (gaiola menor que serve de armadilha para pegar outros pássaros). O pássaro preso estava sempre a cantar e os outros livres que estavam nas redondezas ouviam o canto deste e se aproximavam. Então, cantando o pássaro preso dizia: “Olha só o que fizeram comigo! Veja bem onde me colocaram! Todos querem o meu mal”. O pássaro que estava livre, então toma as dores e diz: “Espera ai que eu já vou te ajudar! Deixe chegar mais pertinho de você, deixe-me dar um ombro amigo”. Simpático a causa alheia, aproximava-se do alçapão para dar ouvidos ao pobrezinho do pássaro. Coitado do pássaro que ouviu os lamentos de seu semelhante preso, quando menos esperava, já estava ele também preso.

É assim também conosco quando paramos para ouvir e tomamos para nós os lamentos de pessoas ofendidas.

Não quero dizer com isso que devemos ignorar as pessoas ofendidas não lhes dando atenção. Não é isso! Devemos sim, ouvi-las e ampará-las em amor, porém, não devemos ser coniventes com o sentimento de melindre e autocomiseração. Devemos conduzir a pessoa pelo caminho do perdão e reconciliação. É isso que fomos chamados para fazer (Mt 5:9).


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