Qualquer caçador que tenha preparado uma armadilha
para capturar animais, sabe que uma armadilha precisa de duas coisas para ter
êxito. Ela precisa estar escondida para que o animal tropece nela e seja
apanhado. E também precisa precisa ter uma isca para atrair o animal para as
suas garras mortais.
Satanás é o inimigo das nossas almas, é um caçador implacável dos
homens. Ele sempre prepara sua armadilha para destruir os homens. Sua armadilha
está escondida e sua isca preparada. Podemos dizer com certeza que existem
muitas iscas para fazer o homem cair em pecado, porém uma das iscas mais
destrutivas e malditas é a ofensa. A ofensa em sí não é mortal, no entanto,
quando ela entra e se aloja no coração do homem, um escândalo é
provocado. OS frutos da ofensa são: Mágoa, tristeza, ira, ultraje, ciúme,
inveja, ressentimento, discórdia, amargura e ódio.
Muitos cristãos estão presos pela ofensa retida e impedidos de
experimentarem algo além da parte de Deus. Essas mesmas pessoas estão
incapacitadas e impedidas de cumprirem o seu potencial.
Pessoas
ofendidas ofendem outras pessoas.
Pessoas curadas curam pessoas, pessoas amadas amam
pessoas, pessoas transformadas transformam pessoas, pessoas santificadas
santificam pessoas, pessoas alegres alegram pessoas. Na contra-mão disso,
podemos dizer que pessoas tristes entristecem pessoas, pessoas feridas ferem
pessoas, pessoas amarguradas amarguram pessoas, pessoas ofendidas ofendem
pessoas. Que eu sou interfere diretamente naqueles que estão ao meu redor.
Deus é amor, e o amor não se ofende!
A ofensa é algo com o qual nós vamos
ter que lidar durante toda a nossa vida até Jesus voltar. O próprio Jesus diz
que: (RA)
“1 Disse Jesus a seus
discípulos: É inevitável que venham escândalos, mas ai do homem
pelo qual eles vêm! 2 Melhor fora que se lhe pendurasse ao pescoço uma pedra de
moinho, e fosse atirado no mar, do que fazer tropeçar a um destes pequeninos. 3
Acautelai-vos. Se teu irmão pecar contra ti, repreende-o; se ele se
arrepender, perdoa-lhe. 4 Se, por sete vezes no dia, pecar contra ti e, sete
vezes, vier ter contigo, dizendo: Estou arrependido, perdoa-lhe.”
Lc17:1-4
Neste texto, o escândalo é provocado
por uma ofensa. A expressão escândalos nas versões de língua inglesa aparece
como offenses, palavra que pode ser traduzida como escândalo ou ofensa. Lucas 17 se refere a ofensas que alguém pode cometer
contra nós, bem como ofensas em geral, as quais geram escândalos. Observe que
nos versículos seguintes Jesus fala sobre a importância de perdoar nosso irmão,
tenha ele pecado contra nós ou contra qualquer pessoa, gerando escândalos.
A ofensa é a mais poderosa isca de satanás para os
cristãos
Mas se a pegarmos e
ficamos ofendidos, então ela alimentará seu coração e você ficará escandalizado
e ofendido. As pessoas que se sentem ofendidas sequer percebem que caíram em
uma armadilha. Elas estão tão concentradas no mal que alguém lhe fez e nem
percebem que isso mudou o seu coração.
Quanto a ofensa, Jesus ensina que tanto
a pessoa que se deixa ofender como aquele que ofende, estão ambos agindo de
maneira errada. O que se deixa ofender ficou amarrado pelo diabo, e aquele que
ofende fez o papel do verdugo ou carrasco do diabo.
As
ofensas constituem umas das poucas certezas na vida.
Alguém disse que a morte e os impostos
são duas certezas na vida. Eu quero aumentar essa lista e dizer que, a morte,
os impostos e as ofensas são certezas nesta vida. As
ofensas fazem parte da vida de todo homem, e a questão não é se eu fui ofendido
ou se não fui ofendido, se uns foram mais ou menos ofendidos que outros, a
questão não está ai, a questão é: O que é que eu vou fazer numa situação
dessas?
Lembrando o que disse
Paul Jean Satre: “Mais importante do que o que acontece com você, é o que
acontece em você”. O importante no dia da ofensa é como você reagirá.
É certo que todas as pessoas sem
exceção sofrem algum tipo de ataque. Ninguém está isento de enfrentar mal
entendidos. Encontrar pessoas com as emoções feridas é mais comum do que se
pensa. Você mesmo, que agora me ouve, pode estar passando por uma crise
emocional, ferido interiormente por alguma ofensa sofrida. Isso acontece com
todas as pessoas, todavia a questão é: O que é que você vai fazer agora? Sua
atitude fará a diferença entre a vitória e o fracasso, entre ficar amargurado
ou ficar livre das ataduras de satanás, porque a ofensa é uma armadilha de
satanás para nos amarrar.
Quando a ofensa alcança o nosso
coração, as nossas emoções são feridas, e a ofensa é retida.
A
locomotiva da desgraça e maldição
A ofensa retida é uma
locomotiva que puxa os vagões da desgraça e da maldição. Quando ela se
manifesta no coração do homem, traz consigo a sua trupe. Rancor, mágoa,
tristeza, amargura, ressentimento e murmuração, estão sempre presentes no
coração da pessoa que reteve a ofensa. Mas o pior destes sinais do inferno é a
murmuração. Porque a pessoa ofendida não fica calada; a pessoa que retém a
ofensa, perde o controle da sua língua e facilmente se tornará um instrumento
útil para os desígnios das trevas.
Pessoas
ofendidas não perdoaram e estão impedidas de experimentarem perdão.
A pessoa ofendida vencida pela
amargurada, fica privada da graça de Deus; a pessoa ofendida fica impedida de
receber de Deus e é neste lugar de derrota que o diabo a quer colocar. A pessoa
ofendida geralmente é uma pessoa que ainda não perdoou. E se ainda não perdoou
não está na condição de receber perdão, não está em posição de receber de Deus.
“Porque, se perdoardes aos homens as
suas ofensas, também vosso Pai celeste vos perdoará; 15 se, porém, não
perdoardes aos homens [as suas ofensas], tampouco vosso Pai vos perdoará as
vossas ofensas.” Mt 6:14-15
Somos seres espirituais (Jo 3), e
racionais (Rm 12), mas principalmente emocionais. Temos grande facilidade de
reagir na região da alma e geralmente nos sentimos ofendidos e ficamos feridos
quando somos tocados no nosso ego. Guarde essa verdade: Nos sentimos ofendidos
quando somos confrontados no nosso ego. Existem muitas situações que nos
ofendem ou nos fazem sentir ofendidos. Uma delas é quando somos exortados. Um
exemplo disso é o que nos escreve o escritor aos Hebreus.
“Na verdade, nenhuma correção parece
no momento ser motivo de gozo, porém de tristeza...” Hb 12:11ª
Outra situação é quando somos
caluniados, difamados, perseguidos. Quanto a essas situações, Jesus disse que
elas devem nos alegrar, pois nos servem para o nosso crescimento.
A falta de reconhecimento, também nos
soa como ofensa. Às vezes pensamos: “Porque minha esposa não me comunicou sobre
tal decisão?”, ou, “Como ele pode decidir sem falar nada comigo?”, “depois de
tudo o que eu fiz...”. Independente das razões que você tenha, não é bom
guardar a ofensa em seu coração. Ficar ofendido é pecado!
Cultura
americana
Na cultura americana, é ensinado que é
sempre melhor abrir mão da ofensa do que retê-la. Nos Estados Unidos é uma
virtude muito grande perdoar e não ficar ofendido. No meio dos americanos ficar
ofendido é uma atitude reprovada, e os que assim se comportam são vistos como
pessoas imaturas. Aqui no Brasil parece que é ao contrário, as pessoas enxergam
como uma virtude a ação de ficar ofendido. Os adeptos do “ofendismo” dizem: “Eu
não posso aceitar isso!”, “Isso não vai ficar assim!”, “Não levo desaforo para
casa!”.
Precisamos aprender que a cultura certa
é a cultura Bíblica, e ela diz que DEVEMOS PERDOAR TODA OFENSA COMETIDA CONTRA
NÓS!
Outras razões porque as pessoas se
ofendem?
· Por não serem
ouvidas;
· Por não serem
reconhecidas;
· Por não serem
participadas;
· Por se sentirem
injustiçadas;
· Por se sentirem
humilhadas;
· Por serem traídas;
· Por não serem
valorizadas;
· Por não serem
consultadas;
A
ingratidão alimenta a ofensa
Diante de todas as razões para se
ofenderem a principal causa da ofensa geralmente é a ingratidão. Deixe-me
explicar melhor sobre isso. Se você for ofendido por um estranho, isso vai te
deixar triste? Dificilmente. Quando alguém com quem você não tem relação,
alguém desconhecido te calunia, você fica chateado? Claro que não. Agora veja
que as pessoas que nos conseguem chatear e ofender são os mais íntimos,
geralmente são as pessoas com quem convivemos em família ou caminhamos no
ministério ou trabalho. Agora veja bem; quantas alegrias essa pessoa já te
proporcionou? Quantos momentos felizes você já viveu com essa pessoa? É
importante você considerar as boas experiências que teve com o seu ofensor,
pois os praticantes do “ofendismo” são ingratos e apagam tudo de bom que já
aconteceu.
Apague as ofensas escrevendo-as na areia
Precisamos aprender com Jesus a lidar com a ofensa. A história a seguir
pode ilustrar bem o que eu quero dizer.
Dois
amigos viajavam pelo deserto e, em um determinado ponto da viagem, discutiram e
um deu uma bofetada no outro. O outro, ofendido, sem nada poder fazer, escreveu
na areia: "Hoje, meu melhor amigo me deu uma bofetada no rosto."
Seguiram adiante, e chegaram a um oásis onde resolveram banhar-se. O que havia
sido esbofeteado e ofendido começou a afogar-se, sendo salvo pelo amigo. Ao
recuperar-se, pegou um canivete e escreveu em uma pedra: "Hoje, meu melhor
amigo salvou minha vida." Intrigado, o amigo perguntou: Por que, depois
que te ofendi, escreveu na areia, e agora, que te salvei, escreve na pedra?
Sorrindo, o amigo respondeu: Quando um grande amigo nos ofende, devemos
escrever onde o vento do esquecimento e o perdão se encarreguem de apagar.
Quando nos acontece algo grandioso, devemos gravar isso na pedra da memória do
coração onde vento nenhum, em todo o mundo, poderá sequer borrá-lo. Onde você
tem gravado as suas frases?
As agressões ou ofensas
dos outros não devem ficar retidas em nosso coração. Toda ofensa retida faz se
esvair o vigor e prazer na vida. Se estiver procurando ocasiões para ficar
ofendido, você as encontrará a cada oportunidade. Este é o seu ego operando,
convencendo-o de que o mundo não deveria ser assim. Como ensinou William
Shakespeare: Quem alimenta a ofensa, come veneno esperando que o outro morra.
Ofensa retida é ira amanhecida, e contamina outros!
Quando nos sentimos ofendidos, é
natural querer levar essa ofensa a mais alguém compartilhando a nossa dor e
sofrimento. Fazemos isso na tentativa de buscar ajuda. Queremos que os outros
sejam solidários com o nosso ponto de vista. Ainda que de maneira involuntária,
procuramos agregar adeptos ao “ofendismo”, associados que nos defendam, que nos
dêem as pancadinhas nas costas e digam: “Pois é, realmente o outro foi injusto,
malvado... você é que tem razão..., você não merece isso!”. Preste bastante
atenção: As pancadinhas nas costas e a concordância dos outros com a nossa
ofensa não curam as nossas feridas!
É muito importante compartilhar suas
dores para oração e cura, mas publicar isso com espírito de melindre a
autocomiseração é uma grande armadilha. Leia com atenção o texto a seguir:
“O que encobre a
transgressão adquire amor, mas o que traz o assunto à baila separa os maiores
amigos.” Pv 17:9
Quem decide ficar
ofendido, decide construir uma prisão para si mesmo.
Diz uma história que
certo criador de pássaros tinha duas gaiolas. Em uma das gaiolas, ele tinha uma
pássaro preso que cantava e ao lado um alçapão (gaiola menor que serve de
armadilha para pegar outros pássaros). O pássaro preso estava sempre a cantar e
os outros livres que estavam nas redondezas ouviam o canto deste e se
aproximavam. Então, cantando o pássaro preso dizia: “Olha só o que fizeram
comigo! Veja bem onde me colocaram! Todos querem o meu mal”. O pássaro que
estava livre, então toma as dores e diz: “Espera ai que eu já vou te ajudar!
Deixe chegar mais pertinho de você, deixe-me dar um ombro amigo”. Simpático a
causa alheia, aproximava-se do alçapão para dar ouvidos ao pobrezinho do
pássaro. Coitado do pássaro que ouviu os lamentos de seu semelhante preso,
quando menos esperava, já estava ele também preso.
É assim também conosco quando paramos
para ouvir e tomamos para nós os lamentos de pessoas ofendidas.
Não quero dizer com isso que devemos
ignorar as pessoas ofendidas não lhes dando atenção. Não é isso! Devemos sim,
ouvi-las e ampará-las em amor, porém, não devemos ser coniventes com o
sentimento de melindre e autocomiseração. Devemos conduzir a pessoa pelo
caminho do perdão e reconciliação. É isso que fomos chamados para fazer (Mt
5:9).
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