“11 Crede-me que estou no Pai, e o
Pai, em mim; crede ao menos por causa das
mesmas obras. 12 Em verdade, em verdade vos digo que aquele que crê em mim fará também as obras que eu faço e outras maiores fará, porque eu vou para junto do
Pai.” Jo 14:11-12
É
interessante o paradoxo da igreja quando o assunto é união. Ao mesmo tempo em
que temos uma Bíblia repleta de orientações para que nos amemos uns aos outros
(Rm 12:10; 1Pe 1:22), o que vemos na
maior parte das relações é uma terrível crise de comunhão.
Ao falar conosco sobre união, comunhão ou unidade, Deus não nos propõe
encontrar culpados para a grave crise que vivemos, mas a proposta de Deus é
focar em resoluções, visto que, todos nós, como parte de um mesmo corpo, somos
responsáveis pelo bom relacionamento, pela vida, pelo bem estar comum. Da mesma
forma que um casamento que não da certo tem nos cônjuges a responsabilidade da
separação, não havendo culpado, mas, culpados, na Igreja todos nós somos partes
integrantes das soluções e dos problemas na área da comunhão.
Porque
ainda vamos falar sobre isso?
Primeiro porque Jesus disse que a marca de um
discípulo é o amor, e o que evidencia esse amor é a comunhão, a unidade. Em João 13:35, ele disse o seguinte:
“Nisto conhecerão todos que sois meus discípulos: se
tiverdes amor uns aos outros”.
Segundo porque Jesus ensinou aos
seus discípulos que a união entre eles testificaria da presença do próprio
Cristo na Igreja:
“a fim de que todos sejam um; e como és tu, ó Pai,
em mim e eu em ti, também sejam eles em nós; para que o mundo creia que
tu me enviaste”. Jo 17:21
E em terceiro, por uma questão
lógica: Uma Igreja desunida terá dificuldade de crescer, pois, não passará uma
boa mensagem para os de fora. Sobre esse
assunto, o escritor Loweel Bailey, em seu livro 25 segredos para derrotar a crise da comunhão, diz: “... a desunião e a falta de amor entre os cristãos
podem levar os perdidos a duvida de que essa gente realmente esteja seguindo a
Jesus. Pior ainda, por notar que os cristãos não se salvaram do seu egoísmo,
eles podem duvidar que Jesus seja “verdadeiramente o salvador do mundo” (Jo
4:42)
O
desejo de Deus é que o homem se relacione
“Disse
mais o Senhor Deus: Não é bom que o homem esteja só; far-lhe-ei uma auxiliadora
que lhe seja idônea.” Gn 2:18
Em Gênesis 1 e 2 até o verso 17 Deus cria todas as coisas e as sustenta
pelo poder da Sua palavra. No processo de criação, por várias vezes, nós vemos
Deus criando e dizendo que aquilo que Ele havia criado era bom. Porém, em
Gênesis 2:18, Deus diz que algo não estava certo, Deus vê algo que não o
agrada, e pela primeira vez Deus vê algo que não era bom. Não era bom que o
homem vivesse solitário ou sozinho.
Deus não nos fez para vivermos
isolados como ilhas, a vida que Ele nos deu precisa ser compartilhada.
Baseado no texto de Genesis 2:18, podemos dizer que fomos feitos para o
outro. Deus viu que Adão não poderia estar sozinho porque ele foi criado para
alguém. Eva também foi criada no mesmo propósito para o outro.
A
comunhão é o nosso alvo!
1. O conceito de comunhão
“1
Oh!
Como é bom e agradável viverem unidos
os irmãos! 2 É como o óleo precioso sobre a cabeça, o
qual desce para a barba, a barba de Arão, e desce para a gola de suas vestes. 3 É como o orvalho do Hermom, que desce sobre os montes de Sião.
Ali, ordena o SENHOR a sua bênção e a
vida para sempre.” Sl 133:1-3
O que é comunhão para você? Um encontro para confraternização? Um
cafezinho? Ou quem sabe um belo almoço de domingo? No senso comum, esses são os fatores definidores da
comunhão, porém eles não refletem o sentido bíblico da palavra.
Comunhão é a tradução portuguesa mais comum para a palavra grega koinomia.
Essa palavra traz a ideia de fraternidade, associação,
participação conjunta, relação íntima.
Observe como o sentido é bem mais amplo do que parece.
De acordo com o Novo Testamento, a comunhão tem a ver com aquela relação
pessoal que os cristãos gozam com Deus e uns com os outros, em virtude de serem
unidos com Jesus Cristo. Quem estabeleceu essa relação foi o Espírito Santo,
que habita em todo cristão, unindo-o a Cristo e a todos que são de Cristo. Essa
associação pode ser percebida nos seguintes aspectos:
- Compartilhamento de bens e objetos;
- Cooperação na obra do Evangelho;
- Disposição para servir a todos;
- Manter a unidade e o amor entre os cristãos.
O texto de Atos 2:41-47 reflete bem a ideia bíblica de comunhão.
Esse texto também nos ensina que a responsabilidade da comunhão na Igreja não é
apenas dos líderes, mas de toda a Igreja, isto é, você é responsável por fazer
a comunhão da sua Igreja dar certo.
“41
Os
que aceitaram a mensagem foram batizados, e naquele dia houve um acréscimo de
cerca de três mil pessoas. 42 Eles se dedicavam ao ensino dos apóstolos e à comunhão, ao partir do pão e às orações. 43 Todos
estavam cheios de temor, e muitas maravilhas e sinais eram feitos pelos
apóstolos. 44 Todos os que criam mantinham-se unidos e tinham tudo em comum.
45 Vendendo
suas propriedades e bens, distribuíam a cada um conforme a sua necessidade. 46 Todos
os dias, continuavam a reunir-se no pátio do templo. Partiam o pão em suas
casas, e juntos participavam das refeições, com alegria e sinceridade de
coração, 47 louvando a Deus e tendo a simpatia de todo o povo. E o Senhor
lhes acrescentava todos os dias os que iam sendo salvos.” At 2:41-47
2. A relação entre comunhão e mutualidade
A comunhão
pode ser classificada como uma experiência subjetiva, ela precisa de um
mecanismo prático para que seja percebida. Um exemplo do que estou falado se
refere a comunhão dos crentes com Cristo. Existem laços que nos unem a Cristo,
fazemos parte do seu corpo místico, entretanto, essa relação é invisível, não
pode ser vista, somente percebida.
A mutualidade é o processo através do qual a comunhão se expressa. O
termo se refere a expressões recíprocas. No Novo Testamento o processo de
mutualidade aparece nas palavras uns aos outros (Rm 12:10; 2Co
13:12; Ef 4:2; Cl 3:13; 1Ts 4:18). A mutualidade faz da comunhão
uma via de mão dupla. Um irmão se dispondo a fazer o bem a outro irmão, que por
sua vez corresponde fazendo a mesma coisa. A relação é recíproca. Entretanto, a
mutualidade não está limitada ao que eu faço de bom pelo outro, mas também o que
eu deixo de fazer de prejudicial pelo outro. Nesse caso existem dois aspectos,
um positivo (eu faço o bem) e outro negativo (eu deixo de fazer o que é ruim). Você
ajuda a sua Igreja a ser mútua?
3. A comunhão
libera poder
“É
como o óleo
precioso sobre
a cabeça , o qual
desce para a barba ,
a barba de Arão, e desce para
a gola de suas
vestes .” Sl 133:2
O óleo precioso do Espírito de Deus
desce da cabeça . Evidentemente
somente aqueles
que estão conectados à cabeça desfrutam do óleo
fresco da unção .
O Espírito Santo
é o poder de Deus
e este poder
está em você .
O Espírito Santo
é a unção de Deus
sobre nós .
Mas , quando
estamos juntos em
comunhão , essa unção
é potencializada e este poder
pode ser liberado de forma
explosiva sobre
nós (Gn 11:9).
O óleo representa a unção
na Palavra de Deus .
O azeite era
um elemento
muito versátil
no mundo antigo ,
ele servia para
virtualmente qualquer
coisa e simboliza a provisão
completa da unção
do Espírito . O fato
de o Salmo 133 nos
dizer que a comunhão libera o óleo
é algo muito
precioso . Quando
estamos unidos aos nossos irmãos , esse óleo desce da cabeça ,
que é Cristo ,
e alcança todos os membros trazendo
provisão completa.
O uso do óleo entre o povo de
Israel é um retrato
claro da provisão
completa da unção
para o povo de
Deus hoje .
Todas essas coisas vêm sobre nós porque estamos unidos aos irmãos
na agradável comunhão
do Corpo de Cristo .
a. O óleo
é Alimento
A primeira
utilidade do azeite
estava na preparação dos alimentos , sendo ele
mesmo , na verdade ,
um alimento .
No mesmo princípio ,
nós precisamos receber
periodicamente uma porção da unção de azeite
do céu como
alimento . Quando
deixamos de nos alimentar
dessa unção , somos enfraquecidos e nos sentimos incapazes
de fazer a vontade
de Deus . A unção ,
portanto , é alimento .
“Eis a razão por que há entre vós muitos fracos e doentes
e não poucos que dormem.” 1Co 11:30
Qual era a
razão de muitos estarem doentes naquela igreja?
“17 Nisto, porém,
que vos prescrevo, não vos louvo, porquanto vos ajuntais não para melhor, e sim
para pior. 18 Porque, antes de tudo,
estou informado haver divisões entre vós quando vos reunis na igreja; e eu, em
parte, o creio.” 1Co 11:17-18
b. O óleo
nos limpa
A segunda
utilidade do azeite
nos dias
antigos estava na feitura
de sabão . A unção
do azeite também
tem a função de limpar
e purificar as nossas vidas .
Quando digo purificar ,
não me
refiro propriamente à purificação do pecado , mas à purificação da sujeira do mundo .
A morte do mundo nos contamina e nos
faz ficar insensíveis
a Deus . A unção ,
então , nos
purifica da poeira da carne que nos contamina. Todos
nós testificamos que ,
quando estamos na comunhão
dos irmãos , nossos
pés são
lavados da poeira do mundo .
c. O óleo
é combustível
As lamparinas
do mundo bíblico eram mantidas acesas
usando o azeite como
combustível . No mesmo
princípio , nossa
luz somente
pode brilhar diante
do mundo se houver o azeite do céu em combustão dentro do espírito .
E esse azeite
vem sobre nós
na comunhão dos irmãos .
Cada vez
que nos
reunimos, devemos esperar uma medida
do combustível celestial
sobre nós .
d. O óleo
é para uso
sacerdotal
O azeite
também era
usado pelo sacerdote para ungir e consagrar
pessoas e coisas
a Deus , como
também era
usado pelo médico
como remédio .
A unção é também
para consagração .
O propósito de Deus
somente pode ser cumprido
por meio
da unção . O suprimento de Deus para nossas vidas vem somente pela unção e todo jugo do pecado pode ser quebrado e destruído pelo poder da unção . Quando estamos em
comunhão , os jugos
do pecado e do diabo
são quebrados
e experimentamos o refrigério de Deus .
e. O óleo
cura
A comunhão é algo
realmente poderoso .
Como já mencionamos Paulo chega a dizer que a igreja de Corinto estava doente
porque seus
membros não
entendiam a importância da comunhão.
Quando não
temos discernimento do corpo experimentamos morte e enfermidade. Se a falta de
comunhão traz doenças sabemos que a comunhão produz tudo o que já mencionamos:
alimento, purificação, combustível, libertação e, principalmente, cura.
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