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Aparência ou frutos duradouros? Mc 11:12-14. Pr. Edenir Araújo. Culto de Celebração - 15/09/19


Os psicólogos estudaram e descobriram um fenômeno chamado acomodação. A ideia é que toda vez que um novo objeto ou estímulo entra no nosso ambiente, ficamos intensamente atentos a ele, mais a atenção enfraquece com o tempo. Assim, por exemplo, quando usamos um relógio de pulso pela primeira vez, percebemos o relógio o tempo todo, mas depois de algum tempo nem sequer notamos que ele está ali.

Isso é acomodação. O pastor John Ortberg disse que “A acomodação espiritual é em alguns casos pior do que a depravação espiritual”. Isso procede de fato porque a acomodação espiritual gera aparência apenas.

Uma dos maiores desafios da vida é lutar contra o que pode ser chamado de aparência espiritual.

12 No dia seguinte, quando estavam saindo de Betânia, Jesus teve fome. 13 Vendo à distância uma figueira com folhas, foi ver se encontraria nela algum fruto. Aproximando-se dela, nada encontrou, a não ser folhas, porque não era tempo de figos . 14 Então lhe disse: ‘Ninguém mais coma de seu fruto’. E os seus discípulos ouviram-no dizer isso.” Mc 11:12-14

Existem somente três registros nos Evangelhos que apresentam Jesus com fome. O primeiro foi depois dos 40 dias de jejum e oração no deserto, “Depois de jejuar por quarenta dias e quarenta noites, teve fome.” Mt 4:1. O segundo, quando ele disse aos discípulos: uma comida tenho para comer que vós não conheceis.” Jo 4:32, e o terceiro quando voltava de Betânia para Jerusalém. “No dia seguinte, quando eles estavam saindo de Betânia, Jesus teve fome.” Mc 11:12

Na primeira vez que Jesus teve fome, Ele foi servido pelos anjos (Mt 4:11). Na segunda a vontade do Pai o alimentou, pois ele mesmo disse “A minha comida é fazer a vontade daquele que me enviou e concluir a sua obra”, Jo 4:34, podemos imaginar que banquete foi aquele. Mas aqui em Betânia, Jesus queria um lanche rápido, algo do tipo Drive thru, um breakfast, só pra forrar o estômago.

Daí, como providência divina, no seu caminho estava aquela bela figueira, e a Bíblia diz no relato de Mateus, que ela estava “à beira do caminho”.

Tente imaginar que combinação extraordinária. O Mestre do Universo, o Criador de todos os seres vivos, o divino Agricultor com fome, e no caminho d’Ele, uma figueira, cheia de folhas verdinhas, promissora, bem à mão, como que dizendo: “Chegue mais perto, faça o seu pedido, pegue o que precisa, mate a sua fome.”

De repente, o inesperado acontece. Jesus se aproxima da figueira, olha de um lado, olha de outro, bate num galho aqui, noutro acolá e ai... Nada! Nada acontece, Ele não acha nadanenhum fruto.

Jesus reage com justa e legítima indignação, e ali mesmo pronuncia o seu julgamento: “Que nunca mais ninguém coma de seu fruto!O mesmo relato em Mateus diz que “imediatamente a figueira secou”Mas há um detalhe importante, o evangelista Marcos disse que: “não era tempo de figos”.

Será que Jesus se enganou? Certamente Ele não se enganou! Ora, então por que Jesus foi tão radical com aquela pobre figueira? Por que procurar figos fora de época? Será então que ele não gostava de figueiras? Também não era isso.

O problema dessa figueira não era o de não ter figos, mas dar a aparência de tê-los.

Ela atraía pessoas com uma imagem bonita, folhas verdes, parecia uma árvore saudável, mas o que era uma promessa acabou numa frustraçãoTodos os nutrientes extraídos da terra, deveriam terminar em frutos, mas aquela figueira se alimentava para manter sua beleza exterior, porque aquela figueira só tinha aparência e era uma figueira sem frutos Jesus a amaldiçoou.

Durante muito tempo a mídia veiculou um comercial que procurava nos convencer dizendo: “Cara de remédio, cheiro de remédio, embalagem de remédio, mas não era remédio.” Era um shampoo. “Parece, mas não é”. Esta frase ganhou vida própria e a população incorporou a expressão como forma de dizer que nem sempre o que se vê corresponde à realidade. As aparências enganam.

Infelizmente a cultura da aparência tomou conta das pessoas, e principalmente no nosso meio cristão evangélico. Vivemos numa sociedade que alimenta e idolatra a cultura da aparência, onde a imagem é tudo. Este é o nosso mundo, o MUNDO DA IMAGEM, O MUNDO DAS APARÊNCIAS. O importante é parecer ser. Muitas vezes olhamos para alguém que comprou um carro zero e logo pensamos: “O fulano tá podendo”. Entretanto, muitas vezes se formos analisar o caso mais de perto, chegaremos a conclusão de que ele tem um carro zero e atrás de tudo isso uma dívida imensa, e ele está fazendo uma força enorme para poder pagar. Mas, o que vale é a aparência, a imagem.

Saiba meu amado irmão, ter aparência e não ter um comportamento santo, não ter frutos, diante de Deus é pecado!

Paulo não viveu de aparência, ele foi uma árvore frutífera!

Veja que o apóstolo Paulo, preocupou-se em ser uma árvore frutífera quando disse:

“Antes, subjugo o meu corpo e o reduzo à servidão (renúncia Mt 16:24 e serviço), para que, pregando aos outros, eu mesmo não venha, de alguma maneira, a ficar reprovado (não ter fruto).” 1Co 9:27

Nós fomos chamados para prestar um serviço! Servir à mesa!

1 Coríntios 4:1-2 (Almeida Revista e Atualizada with Strong's Numbers)

Os pregadores responsáveis a Deus

1 Assim, pois, importa que os homens nos considerem como ministros de Cristo e despenseiros dos mistérios de Deus. 2 Ora, além disso, o que se requer dos despenseiros é que cada um deles seja encontrado fiel. 1Co 4:1-2

Como um despenseiro devemos oferecer comida do céu para as pessoas sedentas e esfomeadas por Deus.

Jesus se manifestou no nosso meio produzindo muitos frutos

Estamos querendo nos parecer com o Senhor, queremos ser segundo a imagem e semelhança de Deus, mas nos esquecemos que nosso comportamento fala mais de quem somos do que as palavras que saem da nossa boca.

Lembre-se de que Jesus é o verbo que se fez carne, Ele era e é a palavra, mas se manifestou de maneira prática entre nós.

“No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus.” João 1:1

Jesus é a Palavra, mas se fez carne e habitou entre nós! Se manifestou não ficando somente na palavra.

“E o Verbo se fez carne e habitou entre nós, cheio de graça e de verdade, e vimos a sua glória, glória como do unigênito do Pai.” João 1:14

Jesus foi o grão de trigo lançado na terra que depois de morrer produziu e produz muito fruto. Gerou muitos filhos para Deus. Precisamos nos seus passos, no seu encalço, também produzir muitos frutos.

Em outra de suas cartas, Paulo fala de não somente pregar um evangelho verbal, mas de produzir frutos.

“Porque o nosso evangelho não foi a vós somente em palavras, mas, também, em poder (Dunamis), e no Espírito Santo (Fogo), e em muita certeza (fé, convicção), como bem sabeis quais fomos entre vós, por amor de vós.” 1Ts 1:5

Paulo tinha o “dunamis” que significa poder explosivo e gerador. O apóstolo usou este poder para gerar muitos filhos para Deus, legitimando seu ministério pelos muitos frutos que produziu.

Voltando ao texto de Marcos 11:12-14 - Uma curiosidade sobre a figueira

Uma curiosidade sobre a figueira nos permite entender porque tal árvore foi utilizada por Jesus como exemplo do que o pecado provocou em Israel e pode provocar no crente.

1. Ela produz o seu fruto antes das folhas, ao contrário das demais árvores. Ela simbolizava, assim, a necessidade de uma espiritualidade verdadeira (os frutos), antes de uma religiosidade aparente (as folhas).

2. Veja que a folha de figueira aparece pela primeira vez na Bíblia como uma maneira de esconder o pecado, ou de encobertar uma realidade, produzindo apenas uma aparência de concerto. (Gênesis 3). A figueira coberta de folhas aponta para o homem escondido, coberto de aparência apenas.

Na carta de Judas, há várias figuras que ilustram esse comportamento. Ali, o Apóstolo fala de rochas submersas, nuvens sem água, árvores secas, Ondas de espuma, estrelas errantes, movimentos produzindo apenas aparência, sem nenhum fruto, etc.

“São nuvens sem água, impelidas pelo vento; árvores de outono, sem frutos, duas vezes mortas, arrancadas pela raiz. 13 São ondas bravias do mar, espumando seus próprios atos vergonhosos; estrelas errantes, para as quais estão reservadas para sempre as mais densas trevas.” Jd 12b-13 (NVI)

Por isso Jesus proferiu a sentença: Ninguém mais coma de seu fruto.”

É triste saber que algumas pessoas não fazem diferença alguma na vida de outras pessoas.

A figueira enganou Jesus? Como já disse, a Ele não. Jesus sabe todas as coisas. Mas havia um princípio que Jesus queria ensinar aos seus discípulos.

O princípio é esse:

Você não precisa ser o que não é; não precisa dar o que não tem, mas também não pode mostrar a outros o que você não é, não pode prometer o que não pode cumprir.



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