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Qual a razão da minha existência? Jo 10:10b. Pr. Edenir Araújo - Culto de Celebração - 01/02/14

“...eu vim para que tenham vida e a tenham em abundância.” Jo 10:10b

“...eu vim para que tenham uma vida verdadeira e eterna, uma vida melhor e mais rica que qualquer outra com que tenham sonhado.” Jo 10:10b (A Mensagem) 

Introdução

Todo ser humano em algum momento da sua vida se pergunta: Qual a razão do meu viver? Porque eu existo? Para que eu existo? Podemos dizer que essa é a percepção do vazio existencial, vazio interior, ou vazio de sentido. Todos os seres humanos em algum momento ou fase de suas vidas tiveram, tem ou ainda terão esse pensamento. Pensar dessa forma é perfeitamente normal e sadio quando se encontra as respostas certas e quando se descobre a verdade, mas quando não temos as respostas para essa indagação, corremos o risco de vivermos uma vida vazia de razões e propósito. Corremos o risco de viver de maneira desorientada gastando nosso tempo de vida sem produzir algo significativo.

Eu li um livro interessante cujo título é “1 Mês para se viver”. Este livro não fala exatamente sobre o assunto “Vazio Existencial”, mas trata sobre doentes em fase terminal que após descobrirem que tinham apenas alguns meses de vida decidiram mudar radicalmente o estilo de vida que tinham. A partir dai esses mesmos enfermos decidiram fazer algo relevante nos poucos dias que lhes restavam para viver. Fizeram isso porque diante da dura realidade de terem tão pouco tempo de vida, a maior parte deles descobriu que viveu uma vida fútil, irrelevante e pouco produtiva. Descobriram que viveram muito, mas pouco fizeram de significativo.

Quanto antes descobrirmos a verdadeira razão da nossa existência, e preenchermos o vazio existencial com uma motivação de vida correta, mais tempo teremos para cumprir o propósito de Deus nessa terra.

O que é a vossa vida???

“Digo-vos que não sabeis o que acontecerá amanhã. Porque que é a vossa vida? É um vapor que aparece por um pouco e depois se desvanece.” Tg 4:14

Jesus desde cedo sabia da razão de sua existência

Muitas pessoas não sabem, mas a chave que abriu todas as portas para Jesus ser plenamente feliz foi desde cedo descobrir e viver o propósito da sua existência. Com apenas 12 anos, quando ainda era um garoto, Jesus tinha uma forte convicção sobre a razão do seu viver. Em Lucas 2:49, Jesus responde ao questionamento de sua mãe que estava à sua procura: “Mas que necessidade havia de me procurarem?, disse ele. Não calcularam que eu estaria aqui no templo, na casa de meu Pai, pois que me é necessário tratar dos seus assuntos?” Lc 2:49 (O Livro)

Por que Jesus tinha plena convicção da razão de sua existência, 21 anos depois Ele disse: “Eu te glorifiquei na terra, completando a obra que me deste para fazer.” Jo 17:4

E pouco tempo depois, já crucificado, em seus últimos instantes, Ele pode dizer:Está consumado. E, inclinando a cabeça, entregou o espírito.” Jo 19:30

Outra pessoa que descobriu sua razão de viver foi Paulo. Bem próximo de sua decapitação, o Apóstolo Paulo expressa algo parecido com o que Cristo disse:“Combati o bom combate, terminei a carreira, guardei a fé.” Paulo disse que havia terminado a carreira porque no encontro que teve com Cristo, descobriu a razão de sua existência, vivendo a partir dai, intensamente para cumprir seu propósito.

Se o Jesus voltasse hoje, qual seria a sua postura diante d’Ele?

Qual a razão da sua existência?

Mark Twain, escritor e humorista norte-americano que viveu no século 19 disse:

Os dois dias mais importantes da vida de um ser humano são: O dia em que ele nasce, e o dia em que ele descobre o porquê.” Mark Twain

O que acontece com os cristãos que não descobriram a verdadeira razão da sua existência?

Numa perspectiva individual, as pessoas procuram uma realização pessoal para satisfazer seus anseios e dar rumo a sua vida tentando preencher o vazio interior.

  1. Por exemplo, a prática de esportes, o condicionamento físico, pode ser uma maneira de se dar razão a existência. Muitos vivem para esse fim, passando toda a vida cuidando e cultuando seus corpos. Vivem intensamente para esse fim. Mas o corpo veio do pó, e ao pó voltará.
  2. O anseio profissional também é uma maneira legítima de preencher o vazio interior. Muitos dedicam seu tempo quase que numa totalidade ao trabalho e formação profissional. Vivem para suas empresas e gastam todas as suas forças e tempo para esse fim. Isso é errado? Depende de quem analisa.
  3. A arte em suas tantas vertentes também se torna um caminho ou opção para explorar e preencher esse vazio seja através da música, dança, pintura, escultura, teatro, cinema, literatura e tantas outras expressões artísticas. Isso pode ser bom, mas está longe de ser o melhor para te dar razão para viver.
Qual é o problema em torno disso?

Do ponto de vista natural, não há problema algum. Todavia, não somos naturais, somos espirituais e devemos sempre considerar como isso afeta nossa vida com Deus, porque fomos criados para um propósito supremo. Fomos criados por Ele e para Ele.O que não podemos fazer é priorizar essas coisas, pois todas elas por mais importantes que sejam para você, vão passar e não trarão nenhuma repercussão para a eternidade. A nossa vida na terra precisa ecoar na eternidade.

Quando você enfrenta algum problema ou na hora das dificuldades, qual é o nome por quem você chama?

Outros, no anseio de suprir o vazio existencial se deixam levar por caminhos ilícitos e de morte.

  • Drogas
  • Prostituição
  • Pornografia
  • Promiscuidade
  • Jogos
Com relação a todas essas vãs tentativas de preencherem o vazio existencial Blase Pascal disse:

“E assim é o ser humano: Tão vazio que se preenche com qualquer coisa, ainda que seja insignificante”. Blase Pascal

Na perspectiva agostiniana o vazio existencial seria preenchido apenas através de uma figura divina.

Segundo Santo Agostinho, “o homem que não entra em contato com Deus seria, em sua visão, inacabado, incompleto, vazio. Na contra mão, aquele que entra e compartilha do divino torna-se iluminado, completo, descobrindo a verdadeira felicidade. Como o homem é a imagem de Deus, encontra-o, como num espelho, na intimidade de sua alma; afastar-se de Deus é como extrair as próprias entranhas, esvaziar-se e ser cada vez menos; quando o homem, em troca, entra em si mesmo, descobre a Divindade. Mas é apenas mediante uma iluminação sobrenatural que o homem pode conhecer Deus de modo direto.” (MARÍAS, 2004, p. 127, grifo do autor).

Dostoiévski disse que: “Em todo ser humano existe um vazio do tamanho de Deus”.

A mulher Samaritana (Jo 4:1-38)

Quando, pois, o Senhor soube que os fariseus tinham ouvido dizer que ele, Jesus, fazia e batizava mais discípulos do que João 2 (ainda que Jesus mesmo não batizava, mas os seus discípulos) 3 deixou a Judeia, e foi outra vez para a Galileia. E era-lhe necessário passar por Samaria. 5 Chegou, pois, a uma cidade de Samaria, chamada Sicar, junto da herdade que Jacó dera a seu filho José; achava-se ali o poço de Jacó. Jesus, pois, cansado da viagem, sentou-se assim junto do poço; era cerca da hora sexta. Veio uma mulher de Samaria tirar água. Disse-lhe Jesus: Dá-me de beber. 8 Pois seus discípulos tinham ido à cidade comprar comida. Disse-lhe então a mulher samaritana: Como, sendo tu judeu, me pedes de beber a mim, que sou mulher samaritana? (Porque os judeus não se comunicavam com os samaritanos.) 10Respondeu-lhe Jesus: Se tivesses conhecido o dom de Deus e quem é o que te diz: Dá-me de beber, tu lhe terias pedido e ele te haveria dado água viva. 11 Disse-lhe a mulher: Senhor, tu não tens com que tirá-la, e o poço é fundo; donde, pois, tens essa água viva? 12 És tu, porventura, maior do que o nosso pai Jacó, que nos deu o poço, do qual também ele mesmo bebeu, e os filhos, e o seu gado?. 13 Replicou-lhe Jesus: Todo o que beber desta água tornará a ter sede; 14 mas aquele que beber da água que eu lhe der nunca terá sede; pelo contrário, a água que eu lhe der se fará nele uma fonte de água que jorre para a vida eterna. 15 Disse-lhe a mulher: Senhor, dá-me dessa água, para que não mais tenha sede, nem venha aqui tirá-la. 16 Disse-lhe Jesus: Vai, chama o teu marido e vem cá. 17 Respondeu a mulher: Não tenho marido. Disse-lhe Jesus: Disseste bem: Não tenho marido; 18 porque cinco maridos tiveste, e o que agora tens não é teu marido; isso disseste com verdade.  19 Disse-lhe a mulher: Senhor, vejo que és profeta. 20 Nossos pais adoraram neste monte, e vós dizeis que em Jerusalém é o lugar onde se deve adorar. 21 Disse-lhe Jesus: Mulher, crê-me, a hora vem, em que nem neste monte, nem em Jerusalém adorareis o Pai. 22Vós adorais o que não conheceis; nós adoramos o que conhecemos; porque a salvação vem dos judeus. 23 Mas a hora vem, e agora é, em que os verdadeiros adoradores adorarão o Pai em espírito e em verdade; porque o Pai procura a tais que assim o adorem. 24 Deus é Espírito, e é necessário que os que o adoram o adorem em espírito e em verdade. 25 Replicou-lhe a mulher: Eu sei que vem o Messias (que se chama o Cristo); quando ele vier há de nos anunciar todas as coisas. 26 Disse-lhe Jesus: Eu o sou, eu que falo contigo. 27 E nisto vieram os seus discípulos, e se admiravam de que estivesse falando com uma mulher; todavia nenhum lhe perguntou: Que é que procuras? ou: Por que falas com ela? 28 Deixou, pois, a mulher o seu cântaro, foi à cidade e disse àqueles homens: 29 Vinde, vede um homem que me disse tudo quanto eu tenho feito; será este, porventura, o Cristo? 30 Saíram, pois, da cidade e vinham ter com ele. 31 Entrementes os seus discípulos lhe rogavam, dizendo: Rabi, come. 32 Ele, porém, respondeu: Uma comida tenho para comer que vós não conheceis. 33 Então os discípulos diziam uns aos outros: Acaso alguém lhe trouxe de comer? 34 Disse-lhes Jesus: A minha comida é fazer a vontade daquele que me enviou, e completar a sua obra. 35 Não dizeis vós: Ainda há quatro meses até que venha a ceifa? Ora, eu vos digo: levantai os vossos olhos, e vede os campos, que já estão brancos para a ceifa. 36 Quem ceifa já está recebendo recompensa e ajuntando fruto para a vida eterna; para que o que semeia e o que ceifa juntamente se regozijem. 37 Porque nisto é verdadeiro o ditado: Um é o que semeia, e outro o que ceifa. 38 Eu vos enviei a ceifar onde não trabalhaste; outros trabalharam, e vós entrastes no seu trabalho. Jo 4:1-38

Neste texto vemos a vida de uma mulher que vivia um grande vazio existencial. Essa mulher já havia se relacionado com 5 homens e agora já estava no sexto relacionamento tentando encontrar respostas para seu vazio existencial. Jesus aparece em cena e interfere significativamente em sua vida. Primeiro, mostrando que seu estilo de vida estava errado, depois dizendo a ela o que ela deveria fazer. A partir dai uma transformação radical acontece e aquela mulher que até então tinha uma vida vazia de sentido e propósito, passa a viver intensamente a vida de Deus, evangelizando seus conterrâneos de maneira entusiasmada e viva. De fato ela foi transformada!

Que lições podemos aprender com a experiência da mulher samaritana?

  1. Ela era crente como nós somos!

Sim, ela chama Jacó de Pai e cria na existência de Deus. Ela também sabia que havia sido chamada para adorar a Deus, mas tinha uma vida profana. Tinha um estilo de vida mundano e secular, que ela mesma fazia questão de esconder. Mas o dia de confessar seus pecados chegou, e graças a graça, ela não foi condenada por homens.

  1. Mesmo conhecendo a Palavra, a mulher samaritana não tinha revelação da verdade.

Ela sabia que não deveria continuar vivendo daquela forma, mas insistia no erro. Isso fica evidenciado na vida dos cristãos que não conseguem seguir e nem cumprir o propósito de Deus. São crentes, mas vivem como se não fossem. Geralmente naturalizam tudo vivendo como ímpios, entregues aos prazeres mundanos e naturais. Se fartam das alfarrobas oferecidas pela diabo, e se lambuzam na lama do pecado. Sentem prazer e bem estar em relacionamentos extra-conjugais, não fazem separação entre luz e trevas e por isso vivem a deriva, sendo levados por qualquer vento de doutrina. Não sabem em quem crer, seguem todos ao mesmo tempo. Não tem identidade e nem propósito definido. São neutros, só tem aparência.

“12 A presença dessas pessoas nas vossas reuniões de confraternização são como nódoas. Satisfazem-se a si próprios, sem receio de nada. São como nuvens que não dão chuva, que os ventos empurram de um lado para o outro. São como árvores sem folhas e que nenhum fruto apresentam, e que se tornam assim completamente mortas porque lhes morreram as raízes. 13 Tudo o que deixam atrás de si é desonra, tal como a espuma que deixam as vagas agitadas do mar. Vagueiam como estrelas errantes que desaparecem depois nas trevas infinitas, o que é também o destino deles.” Jd 12

  1. São inconstantes e sem compromisso duradouro.

A mulher já estava no sexto marido e certamente este novo parceiro seria mais um homem na sua lista de relacionamentos. Relacionamentos não devem ser descartáveis! Relacionamentos devem ser duradouros e progressivos. Não devemos investir e insistir em relacionamentos que nos afastem de Deus e do seu santo propósito, mas devemos sempre valorizar as pessoas que Deus colocou ao nosso redor.

  1. Um encontro com a verdade pode trazer libertação e um estilo de vida que vale a pena viver!

Foi uma transformação radical! De adúltera para evangelista. De pecadora para pregadora. De derrotada para vencedora. A partir do encontro que teve com Cristo, aquela Mulher decidiu deixar sua vida torta para andar nos caminhos retos do Senhor.

Talvez ela conhecesse o texto de Isaias 61:1-3, e cheia de alegria gritou aos seus conterrâneos:

“1 O Espírito do SENHOR Deus está sobre mim, porque o SENHOR me ungiu para pregar boas-novas aos quebrantados, enviou-me a curar os quebrantados de coração, a proclamar libertação aos cativos e a pôr em liberdade os algemados; 2 a apregoar o ano aceitável do SENHOR e o dia da vingança do nosso Deus; a consolar todos os que choram 3 e a pôr sobre os que em Sião estão de luto uma coroa em vez de cinzas, óleo de alegria, em vez de pranto, veste de louvor, em vez de espírito angustiado; a fim de que se chamem carvalhos de justiça, plantados pelo SENHOR para a sua glória.” Is 61:1-3

16 Chegando a Nazaré, onde fora criado; entrou na sinagoga no dia de sábado, segundo o seu costume, e levantou-se para ler. 17 Foi-lhe entregue o livro do profeta Isaías; e abrindo-o, achou o lugar em que estava escrito: 18 O Espírito do Senhor está sobre mim, porquanto me ungiu para anunciar boas novas aos pobres; enviou-me para proclamar libertação aos cativos, e restauração da vista aos cegos, para pôr em liberdade os oprimidos, 19 e para proclamar o ano aceitável do Senhor.” Lc 4:16-19

A razão da nossa existência é ser boca de Deus na Terra!

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