Introdução
Tornou-se comum nas igrejas células o que as
pessoas chama de competição santa. Dizem que a competição é santa porque
acontece no meio dos santos e o seu objetivo é supostamente motivar os crentes
ao trabalho. Mas a verdade é que não existe competição santa.
A competição pode ser uma forma válida de interação
no mundo, mas não dentro da igreja. Competição não é um meio que Deus usa para
edificar a sua igreja. Creio que essa é a causa de muitos problemas no
ministério, pois é a competição que leva pastores a verem outros ministros como
adversários e competidores. Não há competição do reino de Deus.
Se eu puder, eu quero dar espaço para que o meu
irmão cresça. Muitos pastores não permitem que outros obreiros cresçam, pois
temem perder o seu lugar. Vivem numa eterna competição para serem sempre
considerados os melhores. Isso tem distruido a igreja do Senhor. Você não tem
que ser melhor que ninguém, você tem que ser o que Deus chamou para ser.
Jesus
teve de fugir do espírito da competição
o Senhor
Jesus fugiu da competição e não permitiu que os fariseus
o comparassem com João Batista. Os fariseus
adoravam a competição, então começaram discutir para saber quem fazia mais
discípulos, quem batizava mais, a quem o povo queria seguir; João Batista ou
Jesus? Quando o Senhor percebeu aquele espírito de competição ele se retirou e
foi pregar na Galiléia.
Quando, pois, o Senhor veio saber que os fariseus tinham ouvido dizer que
ele, Jesus, fazia e batizava mais discípulos que João, deixou a Judéia,
retirando-se outra vez para a Galiléia. Jo. 4:1-3
João
Batista teve a mesma atitude de Jesus, não aceitou o espírito de competição
João Batista também não aceitou nenhum espírito de
competição.
E foram ter com João e lhe disseram: Mestre, aquele
que estava contigo além do Jordão, do qual tens dado testemunho, está
batizando, e todos lhe saem ao encontro. Respondeu João: O homem não pode
receber coisa alguma se do céu não lhe for dada. Vós mesmos sois testemunhas de
que vos disse: eu não sou o Cristo, mas fui enviado como seu precursor. O que
tem a noiva é o noivo; o amigo do noivo que está presente e o ouve muito se
regozija por causa da voz do noivo. Pois esta alegria já se cumpriu em mim.
Convém que ele cresça e que eu diminua. Jo. 3:26-30
Tudo
que temos pertence a Deus
Em João 3.27, ele disse: “O homem não pode receber
coisa alguma se do céu não lhe for dada.” Tudo que você tem foi Deus que lhe
deu. Quem é competidor pensa que tudo provém da sua capacidade e força própria.
Se um ministério conseguiu crescer e se tornar uma multidão, ele nunca vêem
isso como sendo obra de Deus. Presumem que tudo é fruto da capacidade humana.
trabalhamos do mesmo lado, lutamos contra o mesmo
inimigo, edificamos o mesmo reino, o Reino de Deus. Há também aqueles que estão
competido dentro da mesma igreja, líderes de células chateados com outros que
supostamente estão “roubando” membros de suas células, membros que perguntam a
qual rede tal pessoa pertence, pois estão dispostos a ajudar somente se for da
mesma rede que ele. Isso é pecado. Não há competição santa. Por causa desse
espírito de competição, as redes de células se transformam em times, uma
competindo com a outra para ver quem fecha o encontro primeiro, quem batiza
mais ou quem multiplica mais células
Jesus e João Batista estavam desenvolvendo
ministérios ao mesmo tempo. Mas ambos tinham a postura correta no coração. A
respeito de Jesus, João Batista disse: “Convém que ele cresça e que eu diminua”
(Jo. 3:30). Por sua vez Jesus
testemunhou a respeito de João Batista: “entre os nascidos de mulher, ninguém é
maior do que João” (Lc. 7:29). Jesus era nascido de mulher e ele disse que João
era maior do que ele mesmo. Ele considerou João como superior a si mesmo. Esse
é o espírito de Cristo.
Jesus disse que não
havia profeta maior que João, e João desejou que Jesus crescesse. Não temos
visto muitos líderes de célula com essa mesma postura, que têm a disposição de
enviar membros para fortalecer uma outra célula
Um
exemplo de líder que competiu
Saul é um
exemplo de alguém que se deixou levar pelo espírito de competição e o resultado
é que um espírito maligno entrou nele, conforme o relato de I Samuel
18.7-10.
As mulheres se alegravam e, cantando alternadamente,
diziam: Saul feriu os seus milhares, porém Davi, os seus dez milhares. Então,
Saul se indignou muito, pois estas palavras lhe desagradaram em extremo; e
disse: Dez milhares deram elas a Davi, e a mim somente milhares; na verdade,
que lhe falta, senão o reino? Daquele dia em diante, Saul não via a Davi com
bons olhos. No dia seguinte, um espírito maligno, da parte de Deus, se apossou
de Saul, que teve uma crise de raiva em casa. I Sm. 18:7-10
Com qual escala você mede a liderança? Como você chegou
a essa conclusão? Quando fazemos isso não incentivamos a edificação, mas apenas
estimulamos o ego, o desejo carnal de ser melhor que o outro.
O que levou Saul a aquele estado de opressão?
O diabo usou aquelas mulheres ara instigar nele o espírito de competição.
Nenhum líder está aqui para ser melhor que o outro, ter uma célula maior que a
do outro.
Os fariseus sempre competiam com Jesus. E no final
das contas eles mataram a Jesus justamente por causa dessa competição.
O resultado da competição
Você deve se perguntar: “Qual o problema de
permitir o espírito de competição dentro da igreja? O importante não são
resultados?” Isso quem diz é o diabo. Para Deus, a maneira como alcançamos algo
é tão importante quanto os resultados. Precisamos alcançar o alvo da maneira de
Deus e não da nossa maneira.
Então qual é o problema da competição?
1-É que ela faz surgir a inveja
porque o seu alvo é descobrir quem é o
melhor Toda
competição gera inveja, pois estou sempre invejando o outro que tem algo que e
eu não tenho, que consegue realizar algo que eu não consigo. A inveja produz
todo tipo de pecado. O diabo estimula a inveja, o Espírito Santo estimula a
admiração e o respeito. A admiração e a inveja estão muito perto uma da outra,
mas estão separadas por um mundo de diferença. Na admiração eu fico motivado e
contente pelo sucesso do outro, mas na inveja o sucesso do outro me irrita, ao
ponto de não conseguimos nem ouvir falar daquele assunto, pois não é admiração,
é apenas inveja. No lugar de inveja, gere admiração na sua vida.
2- Toda competição produz sectarismo
ou seja, ela
separa os irmãos em vez de uni-los. Tiago diz que onde há inveja e sentimento
faccioso, nesse lugar surgirá todo tipo de obra maligna.
Pois, onde há inveja e sentimento faccioso, aí há
confusão e toda espécie de coisas ruins. Tg. 3:16
3- Competição produz
o orgulho
competição produz o orgulho de se achar melhor.
Sempre haverá um grupo que se acha melhor que os demais e evidência que eles
possuem são os resultados superiores. Não se espera que os que vencem uma
competição sejam humildes. Eles se vangloriam em suas próprias habilidades. No
meio de uma competição não se vê generosidade ou bondade, mas cada um deve
buscar intensamente seus próprios objetivos.
O espírito de competição não produz os frutos
do espírito (Gl 5.22). Na verdade, os frutos do espírito são incompatíveis com
a competição, pois toda competição produz provocação, difamações, suspeitas
malignas dos irmãos, dolo, engano e contendas. No meio da competição não dá para
ser paciente e longânimo com o irmão. Como não se vangloriar depois de ser
considerado o melhor? Competidores não são bondosos e nem generosos com o
adversário na competição. Já viu alguém servir o adversário ou o competidor?
Competição não combina com o espírito de servo, Não podemos trazer isso para
dentro da igreja. Não vamos transformar nossas redes em times para competirem
entre si para descobrir qual é a melhor.
Dentro disso, o fruto da carne podem dividi em três
grupo (Gal 5-18-21)
Grupo (1) desejo sexuais, , que são prostituição,
impureza e lascívia.
Grupo (2) o grupo da glutonaria, desejos de comer e
beber, que são bebedices e glutonaria
Grupo (3) há o grupo maior, dos pecados de
relacionamento: idoalatria, feitiçaria, inimizades, porfias, ciúmes,iras,
discordia, dissensões, facções e invejas
Esse grupo
está ligado à relacionamentos. Observe como esses últimos estão intimamente
associados com qualquer competição. Sem eles, uma competição fica sem graça,
porque sem carne não há competição.
O primeiro pecado aqui relacionado é a idolatria.
Nós competimos para descobrir quem é o ídolo, quem é o melhor, o campeão
Toda inimizade está ligada à competição. O meu
competidor é meu adversário e até inimigo. Não teremos como desenvolver uma
amizade genuina e nem ter uma comunhão verdadeira
O último fruto da carne são as facções. Mas as
facções são os times, as nossas redes podem se tornar grupos facciosos. Não
podemos deixar de servir os irmãos porque não estão debaixo da liderança
da nossa rede. Temos que servir a todos irmãos, independentemente da célula,
discipulado ou rede a que pertencem. Esse é o espírito de Cristo.
Conta-se que nos Estados Unidos
estava acontecendo uma corrida de crianças com necessidades especiais. Na
verdade, eram adolescentes, mas que tinham um comportamento infantil. Foi dada
então a largada, e quando estavam na corrida um deles tropeçou e caiu, o outro
que estava na frente voltou atrás para pegar ele, os demais que estavam à
frente também voltaram para socorrê-lo, pegaram e sua mão enquanto as pessoas
reprovavam a atitude daqueles competidores, eles o puxaram até a linha de
chegada. Isso nos mostra que aqueles deficientes estão muito mais perto do céu
que nós. Para eles, a graça era de chegarem juntos, não havia prazer em
chegarem, se aquele colega não pudesse chegar com eles.
Conclusão:
Motivação encorajadora
Nossa motivação não
pode ser a de querer ser o melhor entre os irmãos. Não existe problemas em
elogiar e em receber elogios, mas quando consideramos um como o melhor de
todos, estabelecemos um ranking. Há muitos irmãos que querem ter a melhor
célula, ser o melhor líder, o melhor discipulador, o melhor pastor, ter a
melhor rede. Quando desejam isso, é porque estão movidos pelo espírito de
competição. Esse espírito pode até motivar por um momento, mas não resultará em
uma edificação genuína, porque esse não é o espírito de Cristo. Nesse espírito
temos sempre a intensão de ceder, e não de reter para nós mesmos.
Nada façais por contenda ou por
vanglória, mas por humildade, considerando cada um os outros superiores a si
mesmo. Não tenha cada um em vista o que é propriamente seu, senão também cada
qual o que é dos outros. Tende em vós o mesmo sentimento que houve também em
Cristo Jesus, pois ele, subsistindo em forma de Deus, não julgou como usurpação
o ser igual a Deus; antes, a si mesmo se esvaziou, assumindo a forma de
servo... Fp. 2:3-7
Paulo motivava elogiando e
testemunhando, como vemos em II Coríntios 8 e 9. Há aqueles que não motivam,
apenas pressionam. Ao invés de encorajar, colocam um fardo nas costas dos
irmãos. Isso não é motivar. Ganhar almas não pode ser um fardo; multiplicar
células não pode ser fardo. Alvos de crescimento não existem para ser fardo.
Devemos fazer tudo isso com alegria.
(Rm
8.28-29). O propósito não é apenas gerar filhos, mas trabalhar para que todos
os filhos sejam colocados na forma que é Jesus. Deus deseja muitos filhos
semelhantes a Jesus.
Alguns se motivam pela competição
comparando-se com outros e exaltando a si mesmo um em detrimento do outro. Não
use seus liderados como trampolim para o seu sucesso motivando-os pelo espírito
de competição. Que a sia motivação seja ver seus filhos serem aprovados por
Deus. Tenha intimidade com o Senhor e você gerará muitos frutos (2Co13.6-10).
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