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Atos, uma história inacabada! Parte 4 - Para que serve o poder de Deus? At 1:1-9 - Pr. Edenir Araújo - Culto de Celebração - 19/04/11

“1 Escrevi o primeiro livro, ó Teófilo, relatando todas as coisas que Jesus começou a fazer e a ensinar 2 até ao dia em que, depois de haver dado mandamentos por intermédio do Espírito Santo aos apóstolos que escolhera, foi elevado às alturas. 3 A estes também, depois de ter padecido, se apresentou vivo, com muitas provas incontestáveis, aparecendo-lhes durante quarenta dias e falando das coisas concernentes ao reino de Deus. 4 E, comendo com eles, determinou-lhes que não se ausentassem de Jerusalém, mas que esperassem a promessa do Pai, a qual, disse ele, de mim ouvistes. 5 Porque João, na verdade, batizou com água, mas vós sereis batizados com o Espírito Santo, não muito depois destes dias. 6 Então, os que estavam reunidos lhe perguntaram: Senhor, será este o tempo em que restaures o reino a Israel? 7 Respondeu-lhes: Não vos compete conhecer tempos ou épocas que o Pai reservou pela sua exclusiva autoridade; 8 mas recebereis poder, ao descer sobre vós o Espírito Santo, e sereis minhas testemunhas tanto em Jerusalém como em toda a Judeia e Samaria e até aos confins da terra. 9 Ditas estas palavras, foi Jesus elevado às alturas, à vista deles, e uma nuvem o encobriu dos seus olhos.” At 1:1-9

Introdução

Vamos dar continuidade ao nosso estudo do livro de Atos pois estamos focados no avanço da igreja e não podemos nos distrair com outros assuntos que não estejam ligados ao crescimento e avanço do Reino de Deus.
Temos usado muito os termos “poder”, “glória”, “fogo” para nos referir ao mover de Deus nestes dias. Todavia, a grande questão hoje é saber a finalidade deste mover, para que serve esse poder? Depois de participar de uma conferência, uma campanha, ou um encontro onde você recebe poder de Deus, o que você vai fazer depois disso, o que fazer tempos de estar cheio do poder de Deus??? Como aplicar isso de maneira prática no processo da edificação da igreja??? A maior parte das pessoas que se enchem da glória e poder de Deus, guardam para si o que receberam, penso que não porque querem, mas porque talvez não saibam como se comportar após serem cheios do Espírito Santo.

Tudo o que Deus faz para você no fim do processo não é só para você, mas sempre que Deus opera em nós, sua finalidade é operar através de nós, para o alcance de outras pessoas. Veja esse princípio de maneira clara na manifestação dos dons. Com exceção do dom de línguas, todos os outros são para serem oferecidos e manifestados na vida de terceiros.
Sempre que Deus nos enche com sua presença, isso é abundante, derrama, transborda para que outras pessoas sejam alcançadas também. Mt 14:20; 15:37. O derramamento do Espírito Santo certamente tem um objetivo, um alvo final. Alguns podem dizer que o poder do Espírito Santo é para curar os enfermos; expulsar demônios, outros diriam que o poder do Espírito Santo é para conquistar coisas, derrubar gigantes etc. Tudo isso de fato será uma conseqüência de ser cheio do Espírito Santo, mas não significa que isso é um fim em si mesmo.

Para que nos serve o poder de Deus???

1º Para falar

“Mas recebereis poder ao descer sobre vós o Espírito Santo e ser-me-eis testemunhas...”

Na interpretação simples e literal do texto, o poder de Deus é para falar ou testemunhar do amor de Cristo. No verso 8 do capítulo 1, a promessa para os que recebessem o Espírito Santo é que estes seriam “testemunhas”. Isso pode ser comprovado logo no ato do derramamento, pois o verso 3 diz: “e viram línguas repartidas como que de fogo, as quais pousaram sobre cada um deles”. O texto do livro do profeta Joel mencionado em At 2:17-21 menciona que após o derramamento o primeiro sinal seria o de profetizar. “E os vossos filhos e as vossas filhas profetizarão...” Jl 2:28b
Jesus foi batizado nas águas por João Batista e também foi cheio do Espírito Santo segundo o relato de Lucas 4:1, após essa experiência de ser cheio, foi tentado no deserto e sua resposta à tentação foi falar, dar testemunho da palavra de Deus. Voltando para Nazaré foi à sinagoga, para mais uma vez dar testemunho lendo as Escrituras. O texto que Jesus compartilhou foi o do profeta Isaias 61:1-3:

“1 O espírito do Senhor DEUS está sobre mim; porque o SENHOR me ungiu, para pregar boas novas aos mansos; enviou-me a restaurar os contritos de coração, a proclamar liberdade aos cativos, e a abertura de prisão aos presos; 2 A apregoar o ano aceitável do SENHOR e o dia da vingança do nosso Deus; a consolar todos os tristes; 3 A ordenar acerca dos tristes de Sião que se lhes dê glória em vez de cinza, óleo de gozo em vez de tristeza, vestes de louvor em vez de espírito angustiado; a fim de que se chamem árvores de justiça, plantações do SENHOR, para que ele seja glorificado.” Is 61:1-3

Voltando ao livro de Atos, no capítulo 2, o verso 14 nos traz o relato do apóstolo Pedro levantando a sua voz para falar das boas novas do Reino de Deus fazendo cumprir a profecia de Isaias 61:1-2.
Pessoas que nasceram de novo e não sentem arder dentro de seus corações o desejo de falar de Cristo e ganhar os perdidos precisam do enchimento do Espírito Santo.
Você é cheio para falar do amor de Deus!!!

2º Para uma visão mais clara do propósito. Quando Deus derrama seu espírito, ele nos dá uma visão clara de seu propósito.

“e ser-me-eis testemunhas tanto em Jerusalém, como em toda a Judéia, e Samaria e até aos confins da terra."

Isso se confirma na variedade de línguas vistas pelos estrangeiros presentes na festa de pentecostes. At 2:5-12

A igreja nasceu em Jerusalém com o desafio missionário fervendo em seu coração. No dia de Pentecoste, como já vimos a maior manifestação sobrenatural que acompanhou o derramar do Espírito, foi o fato de que os crentes começaram a falar noutros idiomas e os estrangeiros que estavam na cidade para a festa judaica ouviram a Palavra do Senhor em suas línguas maternas. Isto foi um sinal profético! Uma igreja cheia do Espírito será levada a comunicar as grandezas de Deus entre os povos, falando as línguas das nações.
Não podemos correr o risco de nos entusiasmar muito com o poder de Deus, perdendo o enfoque missionário que Deus plantou no nosso chamado original. Sua expectativa é que sejamos testemunhas, falemos de seu amor e plano de salvar a humanidade.

"tanto em Jerusalém, como em toda a Judéia e Samaria e até aos confins da terra". At 1:8

Em outras palavras, o Senhor espera que tenhamos olhos para perto, mas também para longe, pois o fluxo do seu Reino é sempre "ir" e nunca "ficar".
Muito se falou sobre a quantidade de células desta ou daquela igreja, mas confesso que sentia uma ausência da ênfase missionária translocal no nosso meio. Creio que está chegando a hora de, não apenas abrirmos células, mas plantarmos igrejas através das células. Se os ministérios que adotaram a "visão em células" resistirem à tentação de investir apenas na localidade, reservando seus melhores obreiros para "ficar" ao invés de "ser enviados", estou certo de que estaremos inaugurando o maior mover missionário mundial de toda a História.

Estou fazendo uma observação em relação à prática da "visão de células" pela maioria dos ministérios que a receberam. Estão ainda muito voltados para "eu quero crescer aqui". É uma questão de prática e não de teoria, pois no processo o último estágio de seu papel de crente aponta para fora.

“Portanto ide e fazei discípulos de todos os povos...” Mt 28:19

O degrau mais alto da escada que galgamos é "enviar". Este é o ápice do ministério, segundo a palavra do próprio Jesus. Esta verdade é ainda mais profunda quando se trata de enviar alguém de uma localidade a outra, de um estado a outro, de uma nação a outra, com o propósito de levantar discípulos e formá-los para a multiplicação.
Como você pode notar, para nós e para Deus o fogo é para termos uma visão clara e de longo alcance. Babel é cegueira e falta de visão: edificar uma grande obra para não sermos espalhados pela superfície da Terra.

3º Para investirmos no projeto de plantação de igrejas.

Comecemos no plano original de Deus de multiplicar sua imagem e semelhança através dos homens espalhando-se por toda a terra. Esse é o nosso maior objetivo e somente a igreja de Jesus pode cumprir isso. Jesus disse que as portas do inferno não prevaleceriam contra a igreja. Mt 16:18
Jesus é o maior investidor que já existiu. Jesus investiu toda a sua vida, e nós como filhos também precisamos investir. A verdade é que fomos chamados para investir, investir em nossos filhos, cônjuge, discípulos, e principalmente na igreja. Devemos ter esse princípio em nosso coração, pois, se Jesus investiu a sua vida em prol de muitos, precisamos também dar a nossa vida para outros que ainda não conhecem a Ele. Como igreja, devemos investir financeiramente nna Igreja de Deus aqui na terra, pois somos seus filhos e queremos dar o melhor que temos para agradar o nosso Pai.

Cinco motivos para investirmos na igreja de Jesus

1. Dever (ML 3:10)

Devemos contribuir na igreja de Deus porque o Senhor nos ordenou. A prática do dízimo, instituída no Antigo Testamento na relação de Deus com o povo de Israel, também foi referida por Jesus aos seus discípulos, que deveriam não apenas dar o dízimo, mas ir além, doando medida maior, excedendo em justiça. Alguns acham que o dever de trazer o dízimo é uma prática somente para o Velho Testamento, mas será que o padrão para o Novo Testamento aumentou ou diminuiu? (MT 5:17, 5:21-22, 5:27 e 5:20)

2- Causa (MC 16:15)

Devemos investir na igreja de Jesus em razão de nosso compromisso com a causa, com a visão, pois, quem diz que acredita em alguma coisa, mas não coloca a mão no bolso, no fundo não acredita. Apenas os cristãos que patrocinam, são os que acreditam.

3- Semeadura (2Co 9:6 e 10)

Princípios da semeadura: “Cada semente gera segundo a sua espécie”, “o que colhemos é da mesma espécie do que semeamos”.
3.1 - Para colhermos presença de Deus em nossa vida temos que sacrificar nosso tempo na presença de Deus (SL 105:4).
3.2 - Para colhermos vidas salvas temos que nos sacrificar em jejuns, pois o jejum traz a conotação de morte, pela falta de alimento para sustentar a vida (ET 4:16).
3.3 - Para colhermos abundância de prosperidade e riquezas de Deus temos que sacrificar recursos materiais (ML 3:10-12).

4. Gratidão (SL 106:12)

A gratidão é o ato de reconhecimento de uma pessoa por alguém que lhe prestou um benefício, um auxílio, um favor etc. Alguns mais nobres doam por gratidão, pensam: "estou recebendo tanto de Deus que devo retribuir, contribuindo de alguma maneira". Mesmo doar com gratidão não é o caminho mais excelente, pois corremos o risco de doar apenas enquanto temos ou apenas enquanto estou sendo abençoado. A gratidão é uma motivação legítima, mas ainda não é a melhor motivação para a contribuição financeira.

5- Adoração (Jó 1:13-21)

Finalmente, há os que contribuem por adoração. Esse é um gesto que visa tão somente a glória de Deus. Na verdade as pessoas contribuem porque amam a Deus, independente se estão recebendo algo d’Ele ou não, ou da situação que estão vivendo. A adoração é a resposta do coração, cheio de graça. Contribuir é adorar, por isso, que é possível dar sem amar, mas é impossível adorar sem dar. 

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