“1 Escrevi o
primeiro livro, ó Teófilo, relatando todas as coisas que Jesus começou a fazer
e a ensinar 2 até ao dia em que, depois de haver dado mandamentos por
intermédio do Espírito Santo aos apóstolos que escolhera, foi elevado às
alturas. 3 A
estes também, depois de ter padecido, se apresentou vivo, com muitas provas
incontestáveis, aparecendo-lhes durante quarenta dias e falando das coisas
concernentes ao reino de Deus. 4 E, comendo com eles, determinou-lhes que não
se ausentassem de Jerusalém, mas que esperassem a promessa do Pai, a qual,
disse ele, de mim ouvistes. 5 Porque João, na verdade, batizou com água, mas
vós sereis batizados com o Espírito Santo, não muito depois destes dias. 6
Então, os que estavam reunidos lhe perguntaram: Senhor, será este o tempo em
que restaures o reino a Israel? 7 Respondeu-lhes: Não vos compete conhecer
tempos ou épocas que o Pai reservou pela sua exclusiva autoridade; 8 mas
recebereis poder, ao descer sobre vós o Espírito Santo, e sereis minhas
testemunhas tanto em Jerusalém como em toda a Judeia e Samaria e até aos
confins da terra. 9 Ditas estas palavras, foi Jesus elevado às alturas, à vista
deles, e uma nuvem o encobriu dos seus olhos.” At 1:1-9
Introdução
Vamos dar continuidade
ao nosso estudo do livro de Atos pois estamos focados no avanço da igreja e não
podemos nos distrair com outros assuntos que não estejam ligados ao crescimento
e avanço do Reino de Deus.
Temos usado muito os
termos “poder”, “glória”, “fogo” para nos referir ao mover de Deus nestes dias.
Todavia, a grande questão hoje é saber a finalidade deste mover, para que serve
esse poder? Depois de participar de uma conferência, uma campanha, ou um
encontro onde você recebe poder de Deus, o que você vai fazer depois disso, o
que fazer tempos de estar cheio do poder de Deus??? Como aplicar isso de
maneira prática no processo da edificação da igreja??? A maior parte das
pessoas que se enchem da glória e poder de Deus, guardam para si o que
receberam, penso que não porque querem, mas porque talvez não saibam como se
comportar após serem cheios do Espírito Santo.
Tudo o que Deus faz
para você no fim do processo não é só para você, mas sempre que Deus opera em
nós, sua finalidade é operar através de nós, para o alcance de outras pessoas.
Veja esse princípio de maneira clara na manifestação dos dons. Com exceção do
dom de línguas, todos os outros são para serem oferecidos e manifestados na
vida de terceiros.
Sempre que Deus nos
enche com sua presença, isso é abundante, derrama, transborda para que outras
pessoas sejam alcançadas também. Mt 14:20; 15:37. O derramamento do
Espírito Santo certamente tem um objetivo, um alvo final. Alguns podem dizer
que o poder do Espírito Santo é para curar os enfermos; expulsar demônios,
outros diriam que o poder do Espírito Santo é para conquistar coisas, derrubar
gigantes etc. Tudo isso de fato será uma conseqüência
de ser cheio do Espírito Santo, mas não significa que isso é um fim em si
mesmo.
Para que nos serve o poder de Deus???
1º Para falar
“Mas recebereis
poder ao descer sobre vós o Espírito Santo e ser-me-eis testemunhas...”
Na interpretação
simples e literal do texto, o poder de Deus é para falar ou testemunhar do amor
de Cristo. No verso 8 do capítulo 1, a promessa para os que recebessem o
Espírito Santo é que estes seriam “testemunhas”. Isso pode ser comprovado logo
no ato do derramamento, pois o verso 3 diz: “e viram línguas repartidas como que de
fogo, as quais pousaram sobre cada um deles”. O texto do livro do
profeta Joel mencionado em At 2:17-21 menciona que após o derramamento o
primeiro sinal seria o de profetizar. “E os vossos filhos e as vossas filhas profetizarão...”
Jl 2:28b
Jesus foi batizado nas
águas por João Batista e também foi cheio do Espírito Santo segundo o relato de
Lucas 4:1, após essa experiência de ser cheio, foi tentado no deserto e sua
resposta à tentação foi falar, dar testemunho da palavra de Deus. Voltando para
Nazaré foi à sinagoga, para mais uma vez dar testemunho lendo as Escrituras. O
texto que Jesus compartilhou foi o do profeta Isaias 61:1-3:
“1 O espírito
do Senhor DEUS está sobre mim; porque o SENHOR me ungiu, para pregar boas novas
aos mansos; enviou-me a restaurar os contritos de coração, a proclamar
liberdade aos cativos, e a abertura de prisão aos presos; 2 A apregoar o ano
aceitável do SENHOR e o dia da vingança do nosso Deus; a consolar todos os
tristes; 3 A ordenar acerca dos tristes de Sião que se lhes dê glória em vez de
cinza, óleo de gozo em vez de tristeza, vestes de louvor em vez de espírito
angustiado; a fim de que se chamem árvores de justiça, plantações do SENHOR,
para que ele seja glorificado.” Is 61:1-3
Voltando ao livro de Atos, no capítulo 2, o
verso 14 nos traz o relato do apóstolo Pedro levantando a sua voz para falar
das boas novas do Reino de Deus fazendo cumprir a profecia de Isaias 61:1-2.
Pessoas que nasceram de novo e não sentem
arder dentro de seus corações o desejo de falar de Cristo e ganhar os perdidos
precisam do enchimento do Espírito Santo.
Você é cheio para falar do amor de Deus!!!
2º
Para uma visão mais clara do propósito. Quando Deus derrama seu espírito, ele
nos dá uma visão clara de seu propósito.
“e ser-me-eis testemunhas tanto em
Jerusalém, como em toda a Judéia, e Samaria e até aos confins da terra."
Isso se confirma na variedade de línguas
vistas pelos estrangeiros presentes na festa de pentecostes. At 2:5-12
A igreja nasceu em Jerusalém com o desafio
missionário fervendo em seu coração. No dia de Pentecoste, como já vimos a
maior manifestação sobrenatural que acompanhou o derramar do Espírito, foi o
fato de que os crentes começaram a falar noutros idiomas e os estrangeiros que
estavam na cidade para a festa judaica ouviram a Palavra do Senhor em suas
línguas maternas. Isto foi um sinal profético! Uma igreja cheia do Espírito
será levada a comunicar as grandezas de Deus entre os povos, falando as línguas
das nações.
Não podemos correr o risco de nos
entusiasmar muito com o poder de Deus, perdendo o enfoque missionário que Deus
plantou no nosso chamado original. Sua expectativa é que sejamos testemunhas,
falemos de seu amor e plano de salvar a humanidade.
"tanto em Jerusalém, como em toda a Judéia e Samaria
e até aos confins da terra". At 1:8
Em
outras palavras, o Senhor espera que tenhamos olhos para perto, mas também para
longe, pois o fluxo do seu Reino é sempre "ir" e nunca
"ficar".
Muito se falou sobre a quantidade de
células desta ou daquela igreja, mas confesso que sentia uma ausência da ênfase
missionária translocal no nosso meio. Creio que está chegando a hora de, não
apenas abrirmos células, mas plantarmos igrejas através das células. Se os
ministérios que adotaram a "visão em células" resistirem à tentação
de investir apenas na localidade, reservando seus melhores obreiros para
"ficar" ao invés de "ser enviados", estou certo de que
estaremos inaugurando o maior mover missionário mundial de toda a História.
Estou fazendo uma observação em relação à
prática da "visão de células" pela maioria dos ministérios que a
receberam. Estão ainda muito voltados para "eu quero crescer aqui". É
uma questão de prática e não de teoria, pois no processo o último estágio de
seu papel de crente aponta para fora.
“Portanto ide e fazei discípulos de todos os povos...” Mt
28:19
O degrau mais alto da escada que galgamos é
"enviar". Este é o ápice do ministério, segundo a palavra do próprio
Jesus. Esta verdade é ainda mais profunda quando se trata de enviar alguém de
uma localidade a outra, de um estado a outro, de uma nação a outra, com o
propósito de levantar discípulos e formá-los para a multiplicação.
Como você pode notar, para nós e para Deus
o fogo é para termos uma visão clara e de longo alcance. Babel é cegueira e
falta de visão: edificar uma grande obra para não sermos espalhados pela
superfície da Terra.
3º
Para investirmos no projeto de plantação de igrejas.
Comecemos no plano original de Deus de
multiplicar sua imagem e semelhança através dos homens espalhando-se por toda a
terra. Esse é o nosso maior objetivo e somente a igreja de Jesus pode cumprir
isso. Jesus disse que as portas do inferno não prevaleceriam contra a igreja.
Mt 16:18
Jesus é o maior investidor que já existiu.
Jesus investiu toda a sua vida, e nós como filhos também precisamos investir. A
verdade é que fomos chamados para investir, investir em nossos filhos, cônjuge,
discípulos, e principalmente na igreja. Devemos ter esse princípio em nosso
coração, pois, se Jesus investiu a sua vida em prol de muitos, precisamos
também dar a nossa vida para outros que ainda não conhecem a Ele. Como igreja,
devemos investir financeiramente nna Igreja de Deus aqui na terra, pois somos
seus filhos e queremos dar o melhor que temos para agradar o nosso Pai.
Cinco
motivos para investirmos na igreja de Jesus
1. Dever (ML 3:10)
Devemos contribuir na igreja de Deus porque
o Senhor nos ordenou. A prática do dízimo, instituída no Antigo Testamento na
relação de Deus com o povo de Israel, também foi referida por Jesus aos seus
discípulos, que deveriam não apenas dar o dízimo, mas ir além, doando medida
maior, excedendo em justiça. Alguns acham que o dever de trazer o dízimo é uma
prática somente para o Velho Testamento, mas será que o padrão para o Novo
Testamento aumentou ou diminuiu? (MT 5:17, 5:21-22, 5:27 e 5:20)
2- Causa (MC 16:15)
Devemos investir na igreja de Jesus em
razão de nosso compromisso com a causa, com a visão, pois, quem diz que
acredita em alguma coisa, mas não coloca a mão no bolso, no fundo não acredita.
Apenas os cristãos que patrocinam, são os que acreditam.
3- Semeadura (2Co 9:6
e 10)
Princípios da semeadura: “Cada semente gera
segundo a sua espécie”, “o que colhemos é da mesma espécie do que semeamos”.
3.1 - Para colhermos presença de Deus em
nossa vida temos que sacrificar nosso tempo na presença de Deus (SL 105:4).
3.2 - Para colhermos vidas salvas temos que
nos sacrificar em jejuns, pois o jejum traz a conotação de morte, pela falta de
alimento para sustentar a vida (ET 4:16).
3.3 - Para colhermos abundância de
prosperidade e riquezas de Deus temos que sacrificar recursos materiais (ML
3:10-12).
4. Gratidão (SL
106:12)
A gratidão é o ato de reconhecimento de uma
pessoa por alguém que lhe prestou um benefício, um auxílio, um favor etc.
Alguns mais nobres doam por gratidão, pensam: "estou recebendo tanto de
Deus que devo retribuir, contribuindo de alguma maneira". Mesmo doar com
gratidão não é o caminho mais excelente, pois corremos o risco de doar apenas
enquanto temos ou apenas enquanto estou sendo abençoado. A gratidão é uma
motivação legítima, mas ainda não é a melhor motivação para a contribuição
financeira.
5- Adoração (Jó
1:13-21)
Finalmente, há os que contribuem por
adoração. Esse é um gesto que visa tão somente a glória de Deus. Na verdade as
pessoas contribuem porque amam a Deus, independente se estão recebendo algo
d’Ele ou não, ou da situação que estão vivendo. A adoração é a resposta do
coração, cheio de graça. Contribuir é adorar, por isso, que é possível dar sem
amar, mas é impossível adorar sem dar.
Nenhum comentário:
Postar um comentário