“mas recebereis poder, ao descer sobre vós o Espírito Santo, e sereis minhas testemunhas
tanto em Jerusalém como em toda a Judéia e Samaria e até aos confins da terra.”
At 1:8
“4 Todos
ficaram cheios do Espírito Santo e passaram a falar em outras línguas, segundo o Espírito lhes concedia
que falassem. 5 Ora, estavam
habitando em Jerusalém judeus, homens piedosos, vindos de todas as nações debaixo
do céu. 6 Quando, pois, se fez ouvir
aquela voz, afluiu a multidão, que se possuiu de perplexidade, porquanto cada um os ouvia falar na sua
própria língua.” At 2:4-6
“...pois nós não podemos deixar de falar das
coisas que vimos e ouvimos.” At 4:20b
“Tendo eles orado, tremeu o lugar onde estavam reunidos; todos
ficaram cheios do Espírito Santo e, com intrepidez, anunciavam a palavra de Deus.” At 4:31
“E todos os dias, no
templo e de casa em casa, não cessavam de ensinar e de pregar Jesus, o Cristo.”
At 5:42
“4 Entrementes,
os que foram dispersos iam por toda
parte pregando a palavra. 5 Filipe, descendo à cidade de Samaria, anunciava-lhes a Cristo. 6 As
multidões atendiam, unânimes, às coisas que Filipe dizia, ouvindo-as e vendo os
sinais que ele operava. 7 Pois os espíritos imundos de muitos possessos saíam
gritando em alta voz; e muitos paralíticos e coxos foram curados. 8 E houve
grande alegria naquela cidade.” At 8:4-5
“pregando o reino de
Deus, e, com toda a intrepidez, sem impedimento algum, ensinava as coisas referentes ao
Senhor Jesus Cristo.” At 28:31
Se eu tivesse de narrar
esses versículos nessa mesma sequência conectados uma história, ficaria assim:
E
Jesus prometeu aos seus discípulos dizendo: Vocês vão receber muito poder, ao
descer sobre vós o Espírito Santo. A partir daí vocês serão tranformados em
minhas testemunhas. Só então, pregarão minha palavra em Jerusalém e também por
toda a Judéia e Samaria e até as extremidades da terra (At 1:8).
Dez
dias depois dessa promessa, o Espírito Santo foi derramado, fazendo valer as
palavras de Jesus. Então, todos ficaram cheios do Espírito Santo e passaram a
falar em outras línguas, segundo o Espírito lhes concedia que falassem. Nessa
mesma ocasião, estavam habitando em Jerusalém judeus, homens piedosos, vindos
de todas as nações da Terra.
Quando,
pois, se fez ouvir a voz celestial, afluiu a multidão, que se possuiu de
perplexidade, porquanto cada um os ouvia falar na sua própria língua (At 2:4-6).
Transbordantes e cheios do Espírito Santo, muitos daqueles crentes eram
reprimidos e exortados pra que não pregassem a Jesus, mas tomados de coragem e
ousadia eles diziam: Nós não podemos deixar de falar das coisas que vimos e
ouvimos (At 4:20b). Dias depois enquanto alguns irmãos oravam, tremeu o lugar
onde estavam reunidos; todos ficaram novamente cheios do Espírito Santo e, com
intrepidez, anunciavam a palavra de Deus (At 4:31). O amor pelo Senhor Jesus e
Pela Igreja era tão forte que todos os dias, no templo e de casa em casa, não
cessavam de ensinar e de pregar Jesus, o Cristo (At 5:42). Os religiosos da
época, inquietos e preocupados com o avanço da igreja, passaram a perseguir
ferozmente os primeiros cristãos, e os que foram dispersos iam por toda parte
pregando a palavra. Um discípulo chamado Filipe, descendo à cidade de Samaria,
anunciava-lhes a Cristo. Assim as multidões atendiam unânimes, às coisas que
Filipe dizia, ouvindo-as e vendo os sinais que ele operava. Pois os espíritos imundos
de muitos possessos saíam gritando em alta voz; e muitos paralíticos e coxos
foram curados. E houve grande alegria naquela cidade (At 8:4-5). Por fim um dos
maiores perseguidores dos cristãos, um homem chamado Saulo, se converteu ao
Senhor, tornando-se um dos maiores evangelistas e plantador de igrejas de sua
época. Por fim, foi confinado em uma prisão na casa de Cesar. Todavia, mesmo
preso, não desistiu de anunciar as boas novas do Reino de Deus. Continuou sua
missão pregando o reino de Deus com toda a intrepidez e sem impedimento algum.
Assim ensinava as coisas referentes ao Senhor Jesus Cristo (At 28:31).
Introdução
O assunto que eu gostaria de
abordar hoje é a proclamação do evangelho como prioridade e razão da existência
da igreja. Proclamar as boas novas do reino de Deus é a principal tarefa do
povo de Deus em relação ao mundo. Em muitas passagens no Novo Testamento
podemos ver a importância da proclamação da mensagem de Cristo, mas
principalmente no livro de Atos. Este livro apresenta-nos a evangelização como tarefa
principal da igreja do primeiro século e mostra que essa deve ser a atividade
mais importante da igreja nos dias de hoje com relação ao mundo. Reuniões de
célula, culto de celebração, cursos, conferências, campanhas, são coisas boas e
necessárias dentro da nossa dinâmica de igreja, mas tudo deve ser feito para
edificação e evangelismo. Cremos que essa é a vontade de Deus.
Na oração modelo, Jesus ensina
seus discípulos que a vontade e o Reino de Deus devem ser manifestados na Terra
como já são no céu.
Por essa razão sua orientação em
Mateus 6:33 é: “Mas buscai primeiro o Reino de Deus, e a sua justiça...” Mt 6:33a
Mas o que significa buscar o
Reino? Se interpretarmos de maneira literal, veremos que buscar o reino
significa trazer o governo de Deus para este mundo. Muitos querem ir para a
glória, mas Deus quer trazer sua glória para a terra através da expansão de seu
reino. A igreja é a expressão do Reino de Deus e esse reino não pode ser
desprezado. A igreja precisa crescer para que o Reino de Deus cresça. Não
despreze a grande comissão dada à igreja. O evangelismo e a consolidação de
almas é o elevado chamado de Deus para todos os crentes em Jesus. E é com isto
que nós devemos estar envolvidos e ocupados.
O Reino não pode ser atrasado ou
retardado! Algumas
pessoas pensam que seus casamentos não podem ser atrasados, seus cursos não
podem ser atrasados. Suas profissões não podem ser atrasadas, mas deixe-me
dizer a você o que não pode ser atrasado: o Reino de Deus! O Reino de Deus
precisa estar sempre adiante de todas as nossas outras prioridades.
Jesus disse que nós não devemos
deixar para amanhã o que sabemos que devemos fazer hoje. Nosso Senhor nos diz
que não deveríamos dizer que ainda há muito tempo até chegar a colheita. Em
outras palavras, não diga que ainda temos muito tempo. Não introduza atrasos ao
processo de expansão do Reino de Deus. “Não dizeis vós que ainda há quatro meses até que venha a ceifa? Eis
que eu vos digo: levantai os vossos olhos e vede as terras, que já estão
brancas para a ceifa.” Jo 4:35
O cronômetro divino
Não podemos perder mais tempo,
pois toda ordem, instrução ou oportunidade estão condicionados ao cronos, ao tempo.
Ouça e guarde muito bem o que eu tenho a dizer: Todos os mandamentos que o
Senhor nos tem dado, tudo o que Deus nos tem falado está conectado a um
cronômetro invisível. A contagem regressiva começa a partir do momento que Deus
fala conosco. O tempo disponível para realizar aquela tarefa se reduz a cada hora,
minuto ou segundo que passa. Muitos pensam que fugindo de suas
responsabilidades para com Deus e sua obra, estão ganhando tempo, quando na
verdade estão matando o tempo. Eles pensam: Um dia, no futuro eu servirei a
Deus. Não se engane! A data de vencimento da sua porção de graça está se
aproximando rapidamente. A graça tem prazo de validade! Quanto tempo ainda
temos? Não sabemos ao certo, mas Tiago irmão de Jesus disse: “Vós não sabeis
o que sucederá amanhã. Que é a vossa vida?” E no mesmo verso ele responde: “Sois, apenas, como neblina que aparece
por instante e logo se dissipa.” Tg 4:14
Lembro-me da história de uma moça
que ainda na adolescência, após ter se convertido ao Senhor rejeitou o seu chamado
por ser muito jovem. Tempos depois, continuou rejeitando o chamado do Senhor
por estar muito comprometida com seus estudos. Adiante, se envolveu com um
rapaz e por conta disso não tinha tempo para a igreja. Anos depois, casada não
podia se dedicar ao ministério, pois sua vida era para o marido. Com o
nascimento do primeiro filho as coisas ficaram ainda mais difíceis. Assim
sucedeu com o segundo, terceiro e quarto filho. Na meia idade, seu amor pelo
Senhor e sua igreja já havia se esfriado. Enfrentando problemas de saúde, já
não tinha mais vigor para assumir compromissos com a igreja local. Envelheceu,
e na sua velhice concluiu que a sua vida não havia valido a pena. Então, num
leito de morte, essa irmã sussurrou dizendo: “A vida passou muito rápido...
Tudo se foi... Deus me perdoe...”.
O que estamos fazendo com a nossa
vida cristã? Quantos planos de curto, médio e longo prazo você está fazendo? Os
planos que você está fazendo estão alinhados com os planos de Deus?
Algumas pessoas dizem que a
liberdade é o bem mais precioso que temos. Outros dizem que o conhecimento é o
bem mais precioso. Talvez você diga que sua família é o bem mais precioso.
Conheço pessoas que creem que boas amizades é o bem mais precioso. Preciso que
todas essas coisas são de fato importantes, mas não são mais importantes do que
sua vida. E no que consiste a sua vida? Sua vida consiste nos seus dias
vividos, no seu tempo de vida. O tempo é seu bem mais precioso.
Se alguém disser que sua casa
desabou, você se entristece, mas pode dizer: Isso não é o fim. Se alguém disser
que roubaram seu dinheiro você pode dizer: Isso não é o fim. Se você ouvir de
seu patrão: Você está demitido. Certamente você poderá dizer: Isso não é o fim.
Ainda que um médico te diga: Você vai precisar amputar um braço, ou uma perna,
ainda assim você poderá dizer: Isso não é o fim. Mas se Jesus te disser: O seu
tempo acabou!
O tempo é o bem mais precioso que
você tem!
Não se engane, pois o tempo não
volta atrás, não se pode correr atrás do tempo perdido.
Quando a princesa Diana estava
planejando o seu casamento com o namorado egípcio, ela não sabia que não estava
muito longe da noite do seu acidente. A protagonista do maior casamento de
todos os tempos, agora estava alheia ao fato de que estava por ser também a protagonista
do maior enterro de todos os tempos. Ela não sabia que o seu tempo estava
findando. Você sabe a hora? Nós sabemos a hora? Se Deus tem chamado você para o
ministério, o start no relógio de Deus já foi dado. Se você não se dispor a
fazer hoje, chegará o dia quando você não será mais capaz de cumprir aquela instrução.
João
Wesley, o fundador do Metodismo, movimento que abalou a Inglaterra no Século
XVIII, escreveu 371 obras. Viajava, a cavalo, 8.000 quilômetros por ano.
Pregava anualmente 750 sermões, uma média de dois por dia. Além disso, escrevia
fielmente várias correspondências para muita gente. Como foi possível fazer
tudo isso? Em instruções a seus discípulos, ele escreveu: “Sede diligentes.
Nunca vos ocupeis em coisas triviais. Não percais tempo. Não gasteis em nenhum
lugar mais tempo do que o absolutamente necessário. Sede pontuais. Fazei tudo
exatamente no seu tempo próprio”. Além de fazer essas recomendações, ele as colocou
em prática.
Jesus
reprova os que desperdiçam o precioso tempo que de graça foi-nos cocedido. Os
que colocam a família, negócios ou riqueza pessoal antes do reino de Deus,
serão disciplinados de maneira severa.
Jesus nos convida!
“17 E na hora do jantar, mandou seu servo para dizer aos
convidados: Vinde, que tudo já está preparado. 18 E cada
um deles todos, começou a dar desculpas. O primeiro lhe
disse: Comprei um campo, e tenho que ir
vê-lo; peço-te desculpas. 19 E outro disse: Comprei cinco pares de
bois, e vou testá-los; peço-te desculpas. 20 E outro disse: Casei-me
[com] uma mulher, e portanto não posso vir. 21 E aquele servo, ao voltar, anunciou estas coisas a seu senhor. Então o
chefe da casa, irritado, disse a seu servo: Sai depressa pelas ruas e praças da
cidade, e traze aqui aos pobres, e aleijados, e mancos e cegos. 22 E o servo disse: Senhor, está feito
como mandaste, e ainda há lugar. 23 E o senhor disse ao servo: Sai
pelos caminhos, e trilhas, e força-os a entrar, para que minha casa se encha.
24 Porque eu vos digo, que nenhum daqueles homens que foram convidados
experimentará do meu jantar.” Lc 14:17-20 (Bíblia Livre)
A parábola da grande ceia
mostra como frequentemente rechaçamos o convite de Deus com desculpas. A exemplo dos convidados que
rejeitaram o convite do Senhor, muitos de
nós se escondem atrás de suas famílias ou negócios para permanecerem longe de
obedecerem a Deus. Infelizmente, Jesus especificamente menciona essas coisas
como razões que não serão sustentadas diante Dele. Nada; e eu quero repetir,
nada é mais importante que o cumprimento da vontade de Deus através do nosso
serviço a Ele. Quando Deus nos chama, não temos o direito de usar a sua esposa,
marido, ou filhos como razão para renunciar o chamado. Quando Deus nos chama,
não temos o direito de usar um trabalho, bens materiais, entretenimento ou
lazer como razões para justificar a ausência. Ao contrário do que muitas
pessoas boas e corretas pensam, nosso serviço a Deus é mais importante que
qualquer outra coisa. O convite de Deus deve ser sempre considerado
como mais importante, não importando que inconveniente tenhamos. Desculpar-se
para esquivar-se do chamado de Deus é uma loucura. Jesus nos recorda que o dia
virá em que Deus deixará de convidá-lo e escolherá outros, caso você não aceite
o convite. Será muito tarde para entrar neste banquete. John Piper chega
a dizer que devemos amar o chamado ministerial mais que a própria vida.
A recusa dos convidados foi um
insulto direto ao dono da casa. A festa estava preparada, e não havia
tempo a perder. O anfitrião não esperaria pelos convidados que o trataram tão
rudemente, mas ordenou que os seus servos fossem buscar os mendigos para os
substituírem.
Nosso encargo maior
Lembre-se que a nossa
maior missão e principal tarefa com relação ao Senhor é a de proclamarmos as
virtudes daquele que nos chamou das trevas para sua maravilhosa luz (1Pe
2:9-10).
Nos evangelhos,
Cristo nos chama de sal da terra e luz do mundo. Em Atos, ele nos chama de minhas testemunhas, pois temos uma
mensagem que pode mudar mundo. Essa mensagem é o evangelho! A notícia de que Deus
se tornou homem em Jesus para nos salvar, morreu por nós, dando-nos de graça o perdão
dos pecados, vencendo a morte através da ressurreição. A salvação da humanidade
depende dessa boa nova!
Comunicá-la não é uma
opção, mas uma ordem. Por isso deve ser priorizada, pelo menos, por três
motivos encontrados em Atos.
1.
O
desejo do Pai celestial
A obra de Jesus é a realização do
desejo do Pai. Em Atos, existem várias declarações a respeito do envio do
Filho, e destacamos as seguintes:
“22 Varões israelitas, atendei a estas palavras: Jesus, o
Nazareno, varão aprovado por Deus diante de vós com milagres, prodígios e
sinais, os quais o próprio Deus realizou por intermédio dele entre vós, como
vós mesmos sabeis; 23 sendo
este entregue pelo determinado desígnio...” At 2:23
“Vós conheceis a palavra que se divulgou por toda a Judéia,
tendo começado desde a Galiléia, depois do batismo que João pregou, 38 como
Deus ungiu a Jesus de Nazaré com o Espírito Santo e com poder, o qual andou por
toda parte, fazendo o bem e curando a todos os oprimidos do diabo, porque Deus
era com ele...” At 10:37-38
Jesus nos ensinou a
orar pedindo ao Pai que manifeste a sua vontade aqui na Terra como ela é no
céu. Mas como definir essa vontade de Deus que deve se manifestar na Terra? Podemos
dizer que essa vontade é Deus ver sua criação restaurada.
A morte entrou no
mundo pelo homem caído, pelo primeiro Adão. Todavia, a vida também entrou no
mundo, mas pelo segundo Adão, Jesus Cristo O Espírito vivificante. Cada pecador
que se arrepende, decidindo se entregar ao Senhor, coopera para que a vontade e
o desejo de Deus se cumpra na Terra.
Podemos afirmar que Deus
Pai deseja que todas as pessoas sejam salvas de acordo com 2Tm 2:1-4.
“1 Antes
de tudo, pois, exorto que se use a prática de súplicas, orações, intercessões,
ações de graças, em favor de todos os homens, 2
em favor dos reis e de todos os que se acham investidos de autoridade, para que
vivamos vida tranqüila e mansa, com toda piedade e respeito. 3 Isto é
bom e aceitável diante de Deus, nosso Salvador,
4 o qual deseja que todos os homens sejam salvos e cheguem ao pleno
conhecimento da verdade.” 2Tm 2:1-4
Pedrinho o sapateiro
Nós existimos para
que a vontade de Deus se cumpra. Será que estamos cooperando para a alegria e
prazer do coração de Deus? Deixe-me contar uma estória sobre um irmão muito precioso
chamado Pedrinho que queria muito agradar a Deus.
Pedrinho converteu-se
em um culto pentecostal e a partir desse dia decidiu viver para agradar a Deus.
Sapateiro de 1ª qualidade, propôs então confeccionar um lindo par de sapatos
para o seu Salvador. Apaixonado por Jesus, gastou boa parte de seus dias de
vida, trabalhando com afinco na fabricação dos calçados mais importantes da sua
vida. Separou os materiais mais raros e caros para sua obra. Finalizado o
trabalho, só restava esperar o grande dia de se encontrar com o Senhor. Chegado
o tão esperado dia, Pedrinho se apresenta diante de seu Senhor e oferece-lhe os
tão investidos sapatos. Jesus, ao receber o embrulho, que diga-se de passagem
estava muito bem feito, abrindo a caixa e visualizando o lindo e maravilhoso
par de sapatos, voltou seu olhar para o irmão Pedrinho e perguntou: Meu amado
filho Pedrinho, nunca te contaram nada a respeito do meu gosto? Pedrinho
surpreso, respondeu com outra pergunta: O Senhor não gostou do material ou da
cor dos sapatos? Jesus então com muito carinho disse: Pedrinho, eu não gosto de
sapatos, gosto mesmo é de alpargatas. Mas para você não perder a viajem,
Gabriel gosta de sapatos, dê a ele.
O que nós podemos
aprender com essa estória? Podemos aprender que será uma grande frustração
naquele dia, descobrir que muito do que estamos fazendo para o Senhor não irá
agradá-lo. Boa parte dos nossos esforços não tem nada haver com a vontade de
Deus. Uns pensam que podem tocar o coração de Deus apenas cantando louvores.
Nesse pensamento, gastam todo seu tempo e esforços. Outros pensam que vão
cumprir o propósito da sua existência dançando, fazendo coreografias
mirabolantes. Outros ainda, acreditam que pregando bons sermões ou escrevendo
bons livros estarão alegrando o coração do Pai. Veja bem, eu não estou
diminuindo o valor dessas tantas atividades, até acredito que elas tem o seu
lugar na vida cristã. Todavia, isso tudo o Senhor já tem.
Deixe-me dizer algo
para você meu caro ouvinte: Deus está interessado em ter o que Ele ainda não
tem! Mas como pode ser isso? Tem algo que Deus ainda não possui sendo ele o
criador de todas as coisas? Sendo ele o Governador de todo o universo? Sim, tem
algo que Deus não tem, e por que Ele ainda não tem, Ele nos pede para que
entreguemos a Ele. No texto de Provérbios 23:26, Deus nos pede o que ele ainda
não tem: “Dá-me,
filho meu, o teu coração, e
os teus olhos se agradem dos meus caminhos.” Pv 23:26
Deus quer o coração
dos homens, quer ver o homem, a sua maior expressão e coroa da sua criação de
volta ao plano original. Quer resgatar os pecadores do império das trevas e
conduzi-los ao Reino do Filho do seu amor. Quer resgatar os que se perderam nos
caminhos de pecado e de morte. Deus quer almas! Essa é a necessidade do Senhor.
Muitos crentes estão
gastando seus dias de vida empreendendo tantas coisas, mas longes e distantes
do coração do Senhor. Que tal sermos parecidos com Jesus e arrancarmos um largo
sorriso da boca de Deus Pai? Se você quer agradar a Deus acertando em cheio em
seu coração, dando a Ele o presente que Ele espera ganhar, descubra o que está
em seu coração. É assim que fazemos antes de presentear alguém. Se alguém
quiser presentear minha esposa, é aconselhável me perguntar o que ela está
precisando ou quer ganhar. Assim, você vai atingir o alvo como uma flecha
certeira. Agora deixe-me ir além. Que tal, além de presentear quem você ama,
promover também uma grande festa para essa mesma pessoa? Isso mesmo, além do
presente, você pode dar uma festa para o Pai celestial.
Quer saber como cumprir
a vontade de Deus e ainda promover uma grande festa celestial? Dê a Ele uma
alma. Leve a Ele um pecador arrependido. Em toda a Bíblia, o único relato onde vemos
acontecer um grande júbilo no céu é quando um pecador se arrepende. “Digo-vos que,
assim, haverá maior júbilo no céu por
um pecador que se arrepende do que por noventa e nove justos que não necessitam
de arrependimento.” Jo 15:7
O princípio bíblico em atos
Para que a missão de Deus
tivesse continuidade e fosse cumprida até o fim, Cristo chamou a igreja (a
comunidade dos discípulos missionários) para proclamar o evangelho. Ela cumpre
sua parte na parceria falando de Jesus e manifestando a graça de Deus. Devemos também
desejar que os não cristãos tornem-se cristãos. Devemos ter um coração aberto
para evangelizar missões. Fazendo assim, “somos embaixadores em nome de Cristo”. 2Co
5:20
Devemos pedir um
coração semelhante ao de Deus, cheio de amor e misericórdia. Pronto a aceitar o
pecador. Entretanto, não basta ter desejo apenas: é preciso ir e evangelizar.
Vejamos outro motivo.
2. A ordem do Senhor Jesus
O Mestre que sempre
proclamava o reino de Deus (Mt 4:17) deu ordem aos seus discípulos a fazerem o
mesmo: pregar o evangelho. A grande comissão diz: “19
Ide, portanto, fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do
Pai, e do Filho, e do Espírito Santo; 20 ensinando-os a guardar todas as coisas
que vos tenho ordenado. E eis que estou convosco todos os dias até à consumação
do século.” Mt 28:19-20
Essa é a ordem de Jesus
à igreja. Priorizamos a evangelização, quando obedecemos ao que Cristo nos
designou: sermos discípulos missionários. Por isso, “a Grande Comissão
foi dada por Cristo não somente aos apóstolos, mas também, por extensão a todos
os seus seguidores”. Assim como Cristo foi o primeiro missionário, todo
discípulo dele é também um missionário. Todos nós, verdadeiros cristãos, somos
missionários de Jesus, enviados a cumprir a sua ordem. Todavia, não cumprimos a
grande comissão de qualquer jeito. Não basta apenas entregar folhetos ou dizer
“Jesus te ama!”, é preciso mais empenho evangélico e profundidade bíblica.
Quando Jesus nos manda anunciar, devemos fazer como ele mandou. Em primeiro lugar,
devemos ir e fazer discípulos, ou seja, anunciar a mensagem de tal modo
que as pessoas entendam e desejem ser parecidas com Jesus. Em segundo lugar,
devemos batizar e ensinar todas as coisas que ele ordenou (Mt 28:19-20).
O que isso quer dizer? Já que o discípulo deve parecer com seu mestre, devemos
ensinar-lhe, com fidelidade, a palavra de Jesus (At 2:42).
Em João 15, Jesus
deixa claro o chamado de cada cristão. Fomos chamados para frutificar almas
para o Senhor.
Só deve ser batizado
quem crer na mensagem (Mc 16:16). Na igreja primitiva, os novos convertidos não
eram apenas adeptos, nem apenas simpatizantes da fé ou cristãos nominais: eles
se tornavam discípulos: “Crescia a palavra de Deus, e, em Jerusalém, se
multiplicava o número dos discípulos; também muitíssimos sacerdotes obedeciam à fé (At 6:7 – Grifo
nosso).
Não devemos evangelizar
e batizar só por números: temos que fazer a proclamação com ensino e
consolidação, para que, de fato, a pessoa se torne discípula de Jesus,
multiplicadora de seu ensino, pescadora de homens. O Senhor da igreja nos deu
essa ordem e obedecer-lhe é uma prioridade.
3. O poder do Espírito Santo
Outro motivo que
temos para colocar a evangelização como prioridade é que fomos capacitados pelo
Espírito
Santo para isso. Vale
lembrar que todo crente que se rende a Cristo recebe o Espírito Santo (1 Co
3:16). Lídia só pôde crer em Jesus porque Deus lhe abriu a mente (At 16:14), e,
assim, quando creu no Senhor, ela recebeu
o Espírito Santo. De
fato, todo aquele que recebeu Jesus em sua vida é morada do Espírito de Deus.
Deste modo, todo cristão tem a capacidade de proclamar o evangelho. Não há desculpas
para não evangelizar. Todos podemos, pois Deus está em nós. Além disso, podemos
ficar ainda mais inflamados pela obra missionária e isso acontece quando somos batizados
no Espírito Santo. Esse batismo faz o nosso coração arder pelo evangelismo
local e por missões. Veja o exemplo de Pedro. Logo depois de receber esse poder
do alto, levantou-se diante de uma multidão e, com toda ousadia, declarou: “Cada
um de vocês deve abandonar o pecado, voltar-se para Deus e ser batizado no
nome de Jesus
Cristo para o perdão dos seus pecados.” (At 2:38 – BV).
Quem recebe essa
dádiva espiritual tem um coração missionário. Jesus não nos batiza apenas para
ficarmos falando em línguas ou chorando nos cultos. O princípio bíblico
apresentado em Atos é que crentes batizados no Espírito Santo ficam ainda mais entusiasmados
para evangelizar e falar das grandezas de Deus. No livro de Atos, sempre que as
pessoas são cheias do Espírito Santo são impulsionadas a proclamar Jesus Cristo.
Vejamos o texto de Atos 4:31: “Tendo eles orado, tremeu o lugar onde
estavam reunidos; todos ficaram cheios do Espírito Santo e, com
intrepidez,anunciavam
a palavra de Deus.” Por assim ser, espera-se que o crente batizado no Espírito Santo evangelize
mais, pois, para isso, recebeu o “poder do alto”. Quem é capacitado por Jesus
com o Espírito Santo,
terá a proclamação
como prioridade em sua vida, pois a missão do Espírito é convencer a humanidade
do seu estado
pecaminoso (Jo 16:8).
A evangelização era a
tarefa mais importante dos primeiros cristãos, também devido ao senso de
urgência que habitava o coração deles. Sabiam que pregação era o único meio de
as pessoas serem salvas. Entendiam que o objetivo de evangelizar era “para lhes abrires os
olhos e os converteres das trevas para a luz e da potestade de Satanás para
Deus, a fim de que recebam eles remissão de pecados e herança entre os que são
santificados...” (At 26:18).
A pregação cristã é muito
importante. Dela depende a libertação e a salvação de muitos. Em nossos dias,
pessoas continuam morrendo sem Cristo e condenadas. Se Cristo voltasse hoje,
muitos seriam condenados, sem terem o pleno acesso à mensagem do evangelho.
Isso é lamentável! Pense nisto: a nossa proclamação deve ter o mesmo caráter de
urgência que havia em Atos. Na mente de Paulo, esse princípio estava muito
claro. Ele cria e ensinava que a única possibilidade de alguém ser salvo é a
pregação do evangelho. Que possamos nos esforçar para pregar a mensagem de
Cristo, tendo em mente o juízo vindouro e sabendo que o evangelho é o poder de Deus
para a salvação de
todo aquele que crê
(Rm 1:16).
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