20150518

Atos, uma história inacabada! Parte 8 - Desejo, ordem e capacitação, o tripé da evangelização eficaz. At 1:8. Pr. Edenir Araújo. Culto de Celebração - 17/05/15

“mas recebereis poder, ao descer sobre vós o Espírito Santo, e sereis minhas testemunhas tanto em Jerusalém como em toda a Judéia e Samaria e até aos confins da terra.” At 1:8

“4 Todos ficaram cheios do Espírito Santo e passaram a falar em outras línguas, segundo o Espírito lhes concedia que falassem. 5 Ora, estavam habitando em Jerusalém judeus, homens piedosos, vindos de todas as nações debaixo do céu. 6 Quando, pois, se fez ouvir aquela voz, afluiu a multidão, que se possuiu de perplexidade, porquanto cada um os ouvia falar na sua própria língua.” At 2:4-6

“...pois nós não podemos deixar de falar das coisas que vimos e ouvimos.” At 4:20b

“Tendo eles orado, tremeu o lugar onde estavam reunidos; todos ficaram cheios do Espírito Santo e, com intrepidez, anunciavam a palavra de Deus.” At 4:31

E todos os dias, no templo e de casa em casa, não cessavam de ensinar e de pregar Jesus, o Cristo.” At 5:42

“4 Entrementes, os que foram dispersos iam por toda parte pregando a palavra. 5 Filipe, descendo à cidade de Samaria, anunciava-lhes a Cristo. 6 As multidões atendiam, unânimes, às coisas que Filipe dizia, ouvindo-as e vendo os sinais que ele operava. 7 Pois os espíritos imundos de muitos possessos saíam gritando em alta voz; e muitos paralíticos e coxos foram curados. 8 E houve grande alegria naquela cidade.” At 8:4-5

pregando o reino de Deus, e, com toda a intrepidez, sem impedimento algum, ensinava as coisas referentes ao Senhor Jesus Cristo.” At 28:31

Se eu tivesse de narrar esses versículos nessa mesma sequência conectados uma história, ficaria assim:

E Jesus prometeu aos seus discípulos dizendo: Vocês vão receber muito poder, ao descer sobre vós o Espírito Santo. A partir daí vocês serão tranformados em minhas testemunhas. Só então, pregarão minha palavra em Jerusalém e também por toda a Judéia e Samaria e até as extremidades da terra (At 1:8).

Dez dias depois dessa promessa, o Espírito Santo foi derramado, fazendo valer as palavras de Jesus. Então, todos ficaram cheios do Espírito Santo e passaram a falar em outras línguas, segundo o Espírito lhes concedia que falassem. Nessa mesma ocasião, estavam habitando em Jerusalém judeus, homens piedosos, vindos de todas as nações da Terra.

Quando, pois, se fez ouvir a voz celestial, afluiu a multidão, que se possuiu de perplexidade, porquanto cada um os ouvia falar na sua própria língua (At 2:4-6). Transbordantes e cheios do Espírito Santo, muitos daqueles crentes eram reprimidos e exortados pra que não pregassem a Jesus, mas tomados de coragem e ousadia eles diziam: Nós não podemos deixar de falar das coisas que vimos e ouvimos (At 4:20b). Dias depois enquanto alguns irmãos oravam, tremeu o lugar onde estavam reunidos; todos ficaram novamente cheios do Espírito Santo e, com intrepidez, anunciavam a palavra de Deus (At 4:31). O amor pelo Senhor Jesus e Pela Igreja era tão forte que todos os dias, no templo e de casa em casa, não cessavam de ensinar e de pregar Jesus, o Cristo (At 5:42). Os religiosos da época, inquietos e preocupados com o avanço da igreja, passaram a perseguir ferozmente os primeiros cristãos, e os que foram dispersos iam por toda parte pregando a palavra. Um discípulo chamado Filipe, descendo à cidade de Samaria, anunciava-lhes a Cristo. Assim as multidões atendiam unânimes, às coisas que Filipe dizia, ouvindo-as e vendo os sinais que ele operava. Pois os espíritos imundos de muitos possessos saíam gritando em alta voz; e muitos paralíticos e coxos foram curados. E houve grande alegria naquela cidade (At 8:4-5). Por fim um dos maiores perseguidores dos cristãos, um homem chamado Saulo, se converteu ao Senhor, tornando-se um dos maiores evangelistas e plantador de igrejas de sua época. Por fim, foi confinado em uma prisão na casa de Cesar. Todavia, mesmo preso, não desistiu de anunciar as boas novas do Reino de Deus. Continuou sua missão pregando o reino de Deus com toda a intrepidez e sem impedimento algum. Assim ensinava as coisas referentes ao Senhor Jesus Cristo (At 28:31).

Introdução

O assunto que eu gostaria de abordar hoje é a proclamação do evangelho como prioridade e razão da existência da igreja. Proclamar as boas novas do reino de Deus é a principal tarefa do povo de Deus em relação ao mundo. Em muitas passagens no Novo Testamento podemos ver a importância da proclamação da mensagem de Cristo, mas principalmente no livro de Atos. Este livro apresenta-nos a evangelização como tarefa principal da igreja do primeiro século e mostra que essa deve ser a atividade mais importante da igreja nos dias de hoje com relação ao mundo. Reuniões de célula, culto de celebração, cursos, conferências, campanhas, são coisas boas e necessárias dentro da nossa dinâmica de igreja, mas tudo deve ser feito para edificação e evangelismo. Cremos que essa é a vontade de Deus.

Na oração modelo, Jesus ensina seus discípulos que a vontade e o Reino de Deus devem ser manifestados na Terra como já são no céu.

Por essa razão sua orientação em Mateus 6:33 é:Mas buscai primeiro o Reino de Deus, e a sua justiça...” Mt 6:33a

Mas o que significa buscar o Reino? Se interpretarmos de maneira literal, veremos que buscar o reino significa trazer o governo de Deus para este mundo. Muitos querem ir para a glória, mas Deus quer trazer sua glória para a terra através da expansão de seu reino. A igreja é a expressão do Reino de Deus e esse reino não pode ser desprezado. A igreja precisa crescer para que o Reino de Deus cresça. Não despreze a grande comissão dada à igreja. O evangelismo e a consolidação de almas é o elevado chamado de Deus para todos os crentes em Jesus. E é com isto que nós devemos estar envolvidos e ocupados.

O Reino não pode ser atrasado ou retardado! Algumas pessoas pensam que seus casamentos não podem ser atrasados, seus cursos não podem ser atrasados. Suas profissões não podem ser atrasadas, mas deixe-me dizer a você o que não pode ser atrasado: o Reino de Deus! O Reino de Deus precisa estar sempre adiante de todas as nossas outras prioridades.

Jesus disse que nós não devemos deixar para amanhã o que sabemos que devemos fazer hoje. Nosso Senhor nos diz que não deveríamos dizer que ainda há muito tempo até chegar a colheita. Em outras palavras, não diga que ainda temos muito tempo. Não introduza atrasos ao processo de expansão do Reino de Deus. “Não dizeis vós que ainda há quatro meses até que venha a ceifa? Eis que eu vos digo: levantai os vossos olhos e vede as terras, que já estão brancas para a ceifa.” Jo 4:35

O cronômetro divino

Não podemos perder mais tempo, pois toda ordem, instrução ou oportunidade estão condicionados ao cronos, ao tempo. Ouça e guarde muito bem o que eu tenho a dizer: Todos os mandamentos que o Senhor nos tem dado, tudo o que Deus nos tem falado está conectado a um cronômetro invisível. A contagem regressiva começa a partir do momento que Deus fala conosco. O tempo disponível para realizar aquela tarefa se reduz a cada hora, minuto ou segundo que passa. Muitos pensam que fugindo de suas responsabilidades para com Deus e sua obra, estão ganhando tempo, quando na verdade estão matando o tempo. Eles pensam: Um dia, no futuro eu servirei a Deus. Não se engane! A data de vencimento da sua porção de graça está se aproximando rapidamente. A graça tem prazo de validade! Quanto tempo ainda temos? Não sabemos ao certo, mas Tiago irmão de Jesus disse: “Vós não sabeis o que sucederá amanhã. Que é a vossa vida?” E no mesmo verso ele responde: “Sois, apenas, como neblina que aparece por instante e logo se dissipa.” Tg 4:14

Lembro-me da história de uma moça que ainda na adolescência, após ter se convertido ao Senhor rejeitou o seu chamado por ser muito jovem. Tempos depois, continuou rejeitando o chamado do Senhor por estar muito comprometida com seus estudos. Adiante, se envolveu com um rapaz e por conta disso não tinha tempo para a igreja. Anos depois, casada não podia se dedicar ao ministério, pois sua vida era para o marido. Com o nascimento do primeiro filho as coisas ficaram ainda mais difíceis. Assim sucedeu com o segundo, terceiro e quarto filho. Na meia idade, seu amor pelo Senhor e sua igreja já havia se esfriado. Enfrentando problemas de saúde, já não tinha mais vigor para assumir compromissos com a igreja local. Envelheceu, e na sua velhice concluiu que a sua vida não havia valido a pena. Então, num leito de morte, essa irmã sussurrou dizendo: “A vida passou muito rápido... Tudo se foi... Deus me perdoe...”.

O que estamos fazendo com a nossa vida cristã? Quantos planos de curto, médio e longo prazo você está fazendo? Os planos que você está fazendo estão alinhados com os planos de Deus?

Algumas pessoas dizem que a liberdade é o bem mais precioso que temos. Outros dizem que o conhecimento é o bem mais precioso. Talvez você diga que sua família é o bem mais precioso. Conheço pessoas que creem que boas amizades é o bem mais precioso. Preciso que todas essas coisas são de fato importantes, mas não são mais importantes do que sua vida. E no que consiste a sua vida? Sua vida consiste nos seus dias vividos, no seu tempo de vida. O tempo é seu bem mais precioso. 

Se alguém disser que sua casa desabou, você se entristece, mas pode dizer: Isso não é o fim. Se alguém disser que roubaram seu dinheiro você pode dizer: Isso não é o fim. Se você ouvir de seu patrão: Você está demitido. Certamente você poderá dizer: Isso não é o fim. Ainda que um médico te diga: Você vai precisar amputar um braço, ou uma perna, ainda assim você poderá dizer: Isso não é o fim. Mas se Jesus te disser: O seu tempo acabou!

O tempo é o bem mais precioso que você tem!

Não se engane, pois o tempo não volta atrás, não se pode correr atrás do tempo perdido.

Quando a princesa Diana estava planejando o seu casamento com o namorado egípcio, ela não sabia que não estava muito longe da noite do seu acidente. A protagonista do maior casamento de todos os tempos, agora estava alheia ao fato de que estava por ser também a protagonista do maior enterro de todos os tempos. Ela não sabia que o seu tempo estava findando. Você sabe a hora? Nós sabemos a hora? Se Deus tem chamado você para o ministério, o start no relógio de Deus já foi dado. Se você não se dispor a fazer hoje, chegará o dia quando você não será mais capaz de cumprir aquela instrução.

João Wesley, o fundador do Metodismo, movimento que abalou a Inglaterra no Século XVIII, escreveu 371 obras. Viajava, a cavalo, 8.000 quilômetros por ano. Pregava anualmente 750 sermões, uma média de dois por dia. Além disso, escrevia fielmente várias correspondências para muita gente. Como foi possível fazer tudo isso? Em instruções a seus discípulos, ele escreveu: “Sede diligentes. Nunca vos ocupeis em coisas triviais. Não percais tempo. Não gasteis em nenhum lugar mais tempo do que o absolutamente necessário. Sede pontuais. Fazei tudo exatamente no seu tempo próprio”. Além de fazer essas recomendações, ele as colocou em prática.

Jesus reprova os que desperdiçam o precioso tempo que de graça foi-nos cocedido. Os que colocam a família, negócios ou riqueza pessoal antes do reino de Deus, serão disciplinados de maneira severa.

Jesus nos convida!

17 ​E na hora do jantar, mandou seu servo para dizer aos convidados: Vinde, que tudo já está preparado. 18 ​E cada um deles todos, começou a dar desculpas. O primeiro lhe disse:  Comprei um campo, e tenho que ir vê-lo; peço-te desculpas. 19 ​E outro disse: Comprei cinco pares de bois, e vou testá-los; peço-te desculpas. 20 ​E outro disse: Casei-me [com] uma mulher, e portanto não posso vir. 21 ​E aquele servo, ao voltar, anunciou estas coisas a seu senhor. Então o chefe da casa, irritado, disse a seu servo: Sai depressa pelas ruas e praças da cidade, e traze aqui aos pobres, e aleijados, e mancos e cegos. 22 ​E o servo disse: Senhor, está feito como mandaste, e ainda há lugar. 23 ​E o senhor disse ao servo: Sai pelos caminhos, e trilhas, e força-os a entrar, para que minha casa se encha. 24 ​Porque eu vos digo, que nenhum daqueles homens que foram convidados experimentará do meu jantar.” Lc 14:17-20 (Bíblia Livre)

A parábola da grande ceia mostra como frequentemente rechaçamos o convite de Deus com desculpas. A exemplo dos convidados que rejeitaram o convite do Senhor,  muitos de nós se escondem atrás de suas famílias ou negócios para permanecerem longe de obedecerem a Deus. Infelizmente, Jesus especificamente menciona essas coisas como razões que não serão sustentadas diante Dele. Nada; e eu quero repetir, nada é mais importante que o cumprimento da vontade de Deus através do nosso serviço a Ele. Quando Deus nos chama, não temos o direito de usar a sua esposa, marido, ou filhos como razão para renunciar o chamado. Quando Deus nos chama, não temos o direito de usar um trabalho, bens materiais, entretenimento ou lazer como razões para justificar a ausência. Ao contrário do que muitas pessoas boas e corretas pensam, nosso serviço a Deus é mais importante que qualquer outra coisa. O convite de Deus deve ser sempre considerado como mais importante, não importando que inconveniente tenhamos. Desculpar-se para esquivar-se do chamado de Deus é uma loucura. Jesus nos recorda que o dia virá em que Deus deixará de convidá-lo e escolherá outros, caso você não aceite o convite. Será muito tarde para entrar neste banquete. John Piper chega a dizer que devemos amar o chamado ministerial mais que a própria vida.

A recusa dos convidados foi um insulto direto ao dono da casa. A festa estava preparada, e não havia tempo a perder. O anfitrião não esperaria pelos convidados que o trataram tão rudemente, mas ordenou que os seus servos fossem buscar os mendigos para os substituírem.

Nosso encargo maior

Lembre-se que a nossa maior missão e principal tarefa com relação ao Senhor é a de proclamarmos as virtudes daquele que nos chamou das trevas para sua maravilhosa luz (1Pe 2:9-10).

Nos evangelhos, Cristo nos chama de sal da terra e luz do mundo. Em Atos, ele nos chama de minhas testemunhas, pois temos uma mensagem que pode mudar mundo. Essa mensagem é o evangelho! A notícia de que Deus se tornou homem em Jesus para nos salvar, morreu por nós, dando-nos de graça o perdão dos pecados, vencendo a morte através da ressurreição. A salvação da humanidade depende dessa boa nova!

Comunicá-la não é uma opção, mas uma ordem. Por isso deve ser priorizada, pelo menos, por três motivos encontrados em Atos.

1.      O desejo do Pai celestial

A obra de Jesus é a realização do desejo do Pai. Em Atos, existem várias declarações a respeito do envio do Filho, e destacamos as seguintes:

“22 Varões israelitas, atendei a estas palavras: Jesus, o Nazareno, varão aprovado por Deus diante de vós com milagres, prodígios e sinais, os quais o próprio Deus realizou por intermédio dele entre vós, como vós mesmos sabeis; 23 sendo este entregue pelo determinado desígnio...” At 2:23

“Vós conheceis a palavra que se divulgou por toda a Judéia, tendo começado desde a Galiléia, depois do batismo que João pregou, 38 como Deus ungiu a Jesus de Nazaré com o Espírito Santo e com poder, o qual andou por toda parte, fazendo o bem e curando a todos os oprimidos do diabo, porque Deus era com ele...” At 10:37-38

Jesus nos ensinou a orar pedindo ao Pai que manifeste a sua vontade aqui na Terra como ela é no céu. Mas como definir essa vontade de Deus que deve se manifestar na Terra? Podemos dizer que essa vontade é Deus ver sua criação restaurada.

A morte entrou no mundo pelo homem caído, pelo primeiro Adão. Todavia, a vida também entrou no mundo, mas pelo segundo Adão, Jesus Cristo O Espírito vivificante. Cada pecador que se arrepende, decidindo se entregar ao Senhor, coopera para que a vontade e o desejo de Deus se cumpra na Terra.

Podemos afirmar que Deus Pai deseja que todas as pessoas sejam salvas de acordo com 2Tm 2:1-4.

“1 Antes de tudo, pois, exorto que se use a prática de súplicas, orações, intercessões, ações de graças, em favor de todos os homens, 2 em favor dos reis e de todos os que se acham investidos de autoridade, para que vivamos vida tranqüila e mansa, com toda piedade e respeito.  3 Isto é bom e aceitável diante de Deus, nosso Salvador, 4 o qual deseja que todos os homens sejam salvos e cheguem ao pleno conhecimento da verdade.” 2Tm 2:1-4

Pedrinho o sapateiro
Nós existimos para que a vontade de Deus se cumpra. Será que estamos cooperando para a alegria e prazer do coração de Deus? Deixe-me contar uma estória sobre um irmão muito precioso chamado Pedrinho que queria muito agradar a Deus.

Pedrinho converteu-se em um culto pentecostal e a partir desse dia decidiu viver para agradar a Deus. Sapateiro de 1ª qualidade, propôs então confeccionar um lindo par de sapatos para o seu Salvador. Apaixonado por Jesus, gastou boa parte de seus dias de vida, trabalhando com afinco na fabricação dos calçados mais importantes da sua vida. Separou os materiais mais raros e caros para sua obra. Finalizado o trabalho, só restava esperar o grande dia de se encontrar com o Senhor. Chegado o tão esperado dia, Pedrinho se apresenta diante de seu Senhor e oferece-lhe os tão investidos sapatos. Jesus, ao receber o embrulho, que diga-se de passagem estava muito bem feito, abrindo a caixa e visualizando o lindo e maravilhoso par de sapatos, voltou seu olhar para o irmão Pedrinho e perguntou: Meu amado filho Pedrinho, nunca te contaram nada a respeito do meu gosto? Pedrinho surpreso, respondeu com outra pergunta: O Senhor não gostou do material ou da cor dos sapatos? Jesus então com muito carinho disse: Pedrinho, eu não gosto de sapatos, gosto mesmo é de alpargatas. Mas para você não perder a viajem, Gabriel gosta de sapatos, dê a ele.    

O que nós podemos aprender com essa estória? Podemos aprender que será uma grande frustração naquele dia, descobrir que muito do que estamos fazendo para o Senhor não irá agradá-lo. Boa parte dos nossos esforços não tem nada haver com a vontade de Deus. Uns pensam que podem tocar o coração de Deus apenas cantando louvores. Nesse pensamento, gastam todo seu tempo e esforços. Outros pensam que vão cumprir o propósito da sua existência dançando, fazendo coreografias mirabolantes. Outros ainda, acreditam que pregando bons sermões ou escrevendo bons livros estarão alegrando o coração do Pai. Veja bem, eu não estou diminuindo o valor dessas tantas atividades, até acredito que elas tem o seu lugar na vida cristã. Todavia, isso tudo o Senhor já tem.

Deixe-me dizer algo para você meu caro ouvinte: Deus está interessado em ter o que Ele ainda não tem! Mas como pode ser isso? Tem algo que Deus ainda não possui sendo ele o criador de todas as coisas? Sendo ele o Governador de todo o universo? Sim, tem algo que Deus não tem, e por que Ele ainda não tem, Ele nos pede para que entreguemos a Ele. No texto de Provérbios 23:26, Deus nos pede o que ele ainda não tem: Dá-me, filho meu, o teu coração, e os teus olhos se agradem dos meus caminhos.” Pv 23:26

Deus quer o coração dos homens, quer ver o homem, a sua maior expressão e coroa da sua criação de volta ao plano original. Quer resgatar os pecadores do império das trevas e conduzi-los ao Reino do Filho do seu amor. Quer resgatar os que se perderam nos caminhos de pecado e de morte. Deus quer almas! Essa é a necessidade do Senhor.

Muitos crentes estão gastando seus dias de vida empreendendo tantas coisas, mas longes e distantes do coração do Senhor. Que tal sermos parecidos com Jesus e arrancarmos um largo sorriso da boca de Deus Pai? Se você quer agradar a Deus acertando em cheio em seu coração, dando a Ele o presente que Ele espera ganhar, descubra o que está em seu coração. É assim que fazemos antes de presentear alguém. Se alguém quiser presentear minha esposa, é aconselhável me perguntar o que ela está precisando ou quer ganhar. Assim, você vai atingir o alvo como uma flecha certeira. Agora deixe-me ir além. Que tal, além de presentear quem você ama, promover também uma grande festa para essa mesma pessoa? Isso mesmo, além do presente, você pode dar uma festa para o Pai celestial.

Quer saber como cumprir a vontade de Deus e ainda promover uma grande festa celestial? Dê a Ele uma alma. Leve a Ele um pecador arrependido. Em toda a Bíblia, o único relato onde vemos acontecer um grande júbilo no céu é quando um pecador se arrepende. “Digo-vos que, assim, haverá maior júbilo no céu por um pecador que se arrepende do que por noventa e nove justos que não necessitam de arrependimento.” Jo 15:7

O princípio bíblico em atos

Para que a missão de Deus tivesse continuidade e fosse cumprida até o fim, Cristo chamou a igreja (a comunidade dos discípulos missionários) para proclamar o evangelho. Ela cumpre sua parte na parceria falando de Jesus e manifestando a graça de Deus. Devemos também desejar que os não cristãos tornem-se cristãos. Devemos ter um coração aberto para evangelizar missões. Fazendo assim, “somos embaixadores em nome de Cristo”. 2Co 5:20

Devemos pedir um coração semelhante ao de Deus, cheio de amor e misericórdia. Pronto a aceitar o pecador. Entretanto, não basta ter desejo apenas: é preciso ir e evangelizar. Vejamos outro motivo.

2. A ordem do Senhor Jesus

O Mestre que sempre proclamava o reino de Deus (Mt 4:17) deu ordem aos seus discípulos a fazerem o mesmo: pregar o evangelho. A grande comissão diz: “19 Ide, portanto, fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo; 20 ensinando-os a guardar todas as coisas que vos tenho ordenado. E eis que estou convosco todos os dias até à consumação do século.” Mt 28:19-20

Essa é a ordem de Jesus à igreja. Priorizamos a evangelização, quando obedecemos ao que Cristo nos designou: sermos discípulos missionários. Por isso, “a Grande Comissão foi dada por Cristo não somente aos apóstolos, mas também, por extensão a todos os seus seguidores”. Assim como Cristo foi o primeiro missionário, todo discípulo dele é também um missionário. Todos nós, verdadeiros cristãos, somos missionários de Jesus, enviados a cumprir a sua ordem. Todavia, não cumprimos a grande comissão de qualquer jeito. Não basta apenas entregar folhetos ou dizer “Jesus te ama!”, é preciso mais empenho evangélico e profundidade bíblica. Quando Jesus nos manda anunciar, devemos fazer como ele mandou. Em primeiro lugar, devemos ir e fazer discípulos, ou seja, anunciar a mensagem de tal modo que as pessoas entendam e desejem ser parecidas com Jesus. Em segundo lugar, devemos batizar e ensinar todas as coisas que ele ordenou (Mt 28:19-20). O que isso quer dizer? Já que o discípulo deve parecer com seu mestre, devemos ensinar-lhe, com fidelidade, a palavra de Jesus (At 2:42).

Em João 15, Jesus deixa claro o chamado de cada cristão. Fomos chamados para frutificar almas para o Senhor.

Só deve ser batizado quem crer na mensagem (Mc 16:16). Na igreja primitiva, os novos convertidos não eram apenas adeptos, nem apenas simpatizantes da fé ou cristãos nominais: eles se tornavam discípulos: “Crescia a palavra de Deus, e, em Jerusalém, se multiplicava o número dos discípulos; também muitíssimos sacerdotes obedeciam à fé (At 6:7 – Grifo nosso).

Não devemos evangelizar e batizar só por números: temos que fazer a proclamação com ensino e consolidação, para que, de fato, a pessoa se torne discípula de Jesus, multiplicadora de seu ensino, pescadora de homens. O Senhor da igreja nos deu essa ordem e obedecer-lhe é uma prioridade.

3. O poder do Espírito Santo

Outro motivo que temos para colocar a evangelização como prioridade é que fomos capacitados pelo Espírito
Santo para isso. Vale lembrar que todo crente que se rende a Cristo recebe o Espírito Santo (1 Co 3:16). Lídia só pôde crer em Jesus porque Deus lhe abriu a mente (At 16:14), e, assim, quando creu no Senhor, ela recebeu
o Espírito Santo. De fato, todo aquele que recebeu Jesus em sua vida é morada do Espírito de Deus. Deste modo, todo cristão tem a capacidade de proclamar o evangelho. Não há desculpas para não evangelizar. Todos podemos, pois Deus está em nós. Além disso, podemos ficar ainda mais inflamados pela obra missionária e isso acontece quando somos batizados no Espírito Santo. Esse batismo faz o nosso coração arder pelo evangelismo local e por missões. Veja o exemplo de Pedro. Logo depois de receber esse poder do alto, levantou-se diante de uma multidão e, com toda ousadia, declarou: “Cada um de vocês deve abandonar o pecado, voltar-se para Deus e ser batizado no
nome de Jesus Cristo para o perdão dos seus pecados.” (At 2:38 – BV).

Quem recebe essa dádiva espiritual tem um coração missionário. Jesus não nos batiza apenas para ficarmos falando em línguas ou chorando nos cultos. O princípio bíblico apresentado em Atos é que crentes batizados no Espírito Santo ficam ainda mais entusiasmados para evangelizar e falar das grandezas de Deus. No livro de Atos, sempre que as pessoas são cheias do Espírito Santo são impulsionadas a proclamar Jesus Cristo. Vejamos o texto de Atos 4:31: “Tendo eles orado, tremeu o lugar onde estavam reunidos; todos ficaram cheios do Espírito Santo e, com
intrepidez,anunciavam a palavra de Deus.” Por assim ser, espera-se que o crente batizado no Espírito Santo evangelize mais, pois, para isso, recebeu o “poder do alto”. Quem é capacitado por Jesus com o Espírito Santo,
terá a proclamação como prioridade em sua vida, pois a missão do Espírito é convencer a humanidade do seu estado
pecaminoso (Jo 16:8).

A evangelização era a tarefa mais importante dos primeiros cristãos, também devido ao senso de urgência que habitava o coração deles. Sabiam que pregação era o único meio de as pessoas serem salvas. Entendiam que o objetivo de evangelizar era “para lhes abrires os olhos e os converteres das trevas para a luz e da potestade de Satanás para Deus, a fim de que recebam eles remissão de pecados e herança entre os que são santificados...” (At 26:18).

A pregação cristã é muito importante. Dela depende a libertação e a salvação de muitos. Em nossos dias, pessoas continuam morrendo sem Cristo e condenadas. Se Cristo voltasse hoje, muitos seriam condenados, sem terem o pleno acesso à mensagem do evangelho. Isso é lamentável! Pense nisto: a nossa proclamação deve ter o mesmo caráter de urgência que havia em Atos. Na mente de Paulo, esse princípio estava muito claro. Ele cria e ensinava que a única possibilidade de alguém ser salvo é a pregação do evangelho. Que possamos nos esforçar para pregar a mensagem de Cristo, tendo em mente o juízo vindouro e sabendo que o evangelho é o poder de Deus para a salvação de

todo aquele que crê (Rm 1:16).

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