20160929

Removendo as raízes do engano. Gn 3:6-10. Pr.Edenir Araújo - Culto de celebração - 25/09/16

“6 Vendo a mulher que a árvore era boa para se comer, agradável aos olhos e árvore desejável para dar entendimento, tomou-lhe do fruto e comeu e deu também ao marido, e ele comeu. 7  Abriram-se, então, os olhos de ambos; e, percebendo que estavam nus, coseram folhas de figueira e fizeram cintas para si. 8  Quando ouviram a voz do SENHOR Deus, que andava no jardim pela viração do dia, esconderam-se da presença do Senhor Deus, o homem e sua mulher, por entre as árvores do jardim. 9  E chamou o SENHOR Deus ao homem e lhe perguntou: Onde estás? 10  Ele respondeu: Ouvi a tua voz no jardim, e, porque estava nu, tive medo, e me escondi.” Gn 3:6:10

Quero usar esse texto para tratar de três raízes que obstruem o crescimento normal da vida cristã. Para isso eu gostaria de comparar nossa vida há uma planta. Podemos fazer isso baseados na Bíblia, pois em várias passagens vemos o homem sendo comparado a uma árvore. Sl 1:1-3;

“E Deus os abençoou, dizendo: Frutificai, e multiplicai-vos, e enchei as águas nos mares; e as aves se multipliquem na terra.” Gn 1:22

"1 Bem-aventurado o homem que não anda no conselho dos ímpios, não se detém no caminho dos pecadores, nem se assenta na roda dos escarnecedores. 2 Antes, o seu prazer está na lei do SENHOR, e na sua lei medita de dia e de noite. 3 Ele é como árvore plantada junto a corrente de águas, que, no devido tempo, dá o seu fruto, e cuja folhagem não murcha; e tudo quanto ele faz será bem sucedido.” Sl 1:1-3

“O justo florescerá como a palmeira; crescerá como o cedro no Líbano.” Sl 92:12

Em João 15, Jesus diz que Deus Pai é o agricultor, ele é a Videira Verdadeira e nós somos seus ramos com o desígnio de frutificar. Assim podemos comparar o homem com uma planta ou árvore.

Brotos ou folhas doentes

Em algumas plantas os brotos não desenvolvem. Em outras as folhas murcham e secam. A primeira ação que as pessoas tomam é de arrancar as folhas murchas ou secas. Todavia depois de algum tempo, percebe-se mais folhas doentes nascendo naquele mesmo galho ou planta. É ai que descobrimos que o problema não está nas folhas, mas certamente na raiz. A doença não está na aparência, mas abaixo da superfície nas raízes. Para resolver o problema dessa planta precisamos tratar das raízes.

Quando lidamos com qualquer problema, precisamos entender que os mesmos tem causa e efeito. O maior problema das pessoas é que querem resolver seus problemas lidando com o efeito apenas. Isso é paliativo momentâneo. Para resolver de vez os problemas é preciso lidar com a causa do problema tratando da raiz do mesmo.

A maior parte de nossos problemas possui uma raiz, uma causa que geralmente está bem abaixo da superfície, por isso normalmente não temos consciência dela. Se não atentarmos para isso, vamos lidar apenas com aquilo que vemos na superfície. É por isso que por muitas vezes alguns problemas se repetem nas nossas vidas. Se a planta está doente não adianta apenas cuidar de suas folhas ou tentar nutri-la melhor, é preciso escavar a raiz para descobrir a origem do problema.

Do mesmo modo, as doenças crônicas, os problemas conjugais, a depressão, a ansiedade e os problemas financeiros são como as folhas de uma planta doente. Nós podemos arrancar as folhas doentes e tirar os brotos com defeito, mas será uma questão de tempo para que a doença se manifeste novamente.

Por vezes lidamos só com a aparência externa das coisas e esquecemos que a planta tem raiz e possivelmente a doença está lá em baixo, na raiz.

Daí é preciso escavar para compreendermos que tipo de problema pode estar nas raízes.

Baseados no texto de Gênesis 3:6-10, existem três raízes do engano, raízes malignas que precisam serem removidas para termos saúde e vivermos de acordo com a vontade de Deus.  

Pode ser que você nem tenha atentado para essas raízes, mas saibam que a maior parte dos problemas da vida cristã estão nessas coisas ocultas. As nossas maiores dificuldades para vivermos uma vida cristã abundante, respondendo a Deus na liderança e no discipulado geralmente estão nessas três raízes. Entenda raízes como crenças. Uma crença errada pode fazer tudo dar errado na vida de alguém.

Voltando ao texto de Genesis 3, qual é a primeira raiz do engano?

1.      Vergonha e a culpa

“Quando ouviram a voz do SENHOR Deus, que andava no jardim pela viração do dia, esconderam-se da presença do Senhor Deus, o homem e sua mulher, por entre as árvores do jardim.” Gn 3:8

Basicamente a vergonha é a consciência da culpa. A vergonha está associada a culpa. Alguns acham que a vergonha é uma coisa boa ou virtude, mas não é. A vergonha na verdade é a consciência da culpa e acusação. Você já pensou na sua desqualificação para o exercício da sua função familiar.

O maior problema da culpa é que ela te prende ao passado, e isso de fato é uma barreira intransponível.
Uma pessoa culpada está presa ao passado e isso não pode mudar. Algumas pessoas vivem se lamentando dizendo: “Se eu tivesse estudado eu teria uma vida melhor.” Outros dizem: “Por que eu fui me casar com beltrano”. Outros ainda pensam: “Ah se eu pudesse voltar atrás...”.

Veja que esses são pensamentos corriqueiros que temos comumente, mas que não provém do Senhor. Deus não alimenta um registro de faltas e pecados. Ele não tem prazer arquivar pecados, juntar provas contra você como se fosse um advogado de acusação. 

A culpa te impede de servir a Deus

Muitas pessoas dizem: “Eu sou muito pecador para servir a Deus”, ou “Deus não vai me prosperar, pois cometo muitos pecados”. “Eu não sou digno de falar do amor de Deus, pois sou muito pecador.”

Meu Deus... como o Senhor pode me usar.

Foi exatamente isso o que aconteceu com Adão e Eva. Eles se sentiram indignos de estarem com Deus por conta do pecado cometido. Por isso fugiram.

Isso aconteceu por que eles olharam para si mesmos.

Adão e Eva olharam para si mesmos, olharam para as suas más obras... Abriram-se, então, os olhos de ambos; e, percebendo que estavam nus, coseram folhas de figueira e fizeram cintas para si... Por conta disso sentiram culpa. E o pior, tentaram se justificar pelo seu esforço próprio.

E o que produz no homem a consciência de culpa?

Muitos pensam que é o pecado que gera a culpa, mas na verdade é a lei. Só há culpa onde há lei. Legalista é qualquer um que vive com base no seu merecimento. A lei produz a culpa. Tinha lei no Édem?

Se o diabo queria destruir o homem por que ele não tentou Eva a matar Adão?

Simplesmente porque a única lei era não comer do fruto da árvore do conhecimento do bem e do mal. Não existia a lei “não matarás”.  “A única lei era não comeras”.

Ele só pode tentar com base na lei. A lei está errada?  Não! Não há nada de errado com a lei, a lei é como um espelho que reflete as nossas imperfeições. Ninguém quebra o espelho por que descobriu através dele que tem uma espinha. Isso não é sadio e nem coerente.

O maior problema foi adão tentar se justificar com a folha de figueira. Jesus teve um incidente com uma figueira. Mt 24 diz que a figueira é um símbolo de Israel por outro lado a folha de figueira significa justiça própria ou humana. A regra da Primeira menção diz que a folha de figueira representa a justiça própria, representa o esforço do homem para tentar resolver o problema da culpa e da vergonha.

Deus quer remover a raiz da culpa e da vergonha em Jesus. Só Jesus pode remover a culpa e a vergonha.

Deus não aceitou o trabalho das mãos do homem (justiça própria), mas vestiu Adão e Eva com peles de um animal (justificação pela graça). Aquele primeiro sacrifício ou animal sacrificado no Édem apontava para Cristo. Pois Hebreus prefigura a morte do Cordeiro que é Jesus. Já no Edem, o Senhor já demonstrava seu desejo de lavar seus pecados e apagar seu passado através do sangue de Jesus.

Aqueles que estão em Cristo são nova criatura e as coisas velhas se passaram e tudo se faz novo.

“E, assim, se alguém está em Cristo, é nova criatura; as coisas antigas já passaram; eis que se fizeram novas.” 2 Co 5:17

No grego, a palavra “novas” é “Kainós” que significa “recentemente feito, fresco, recente, não usado, não surrado, sem precedente, novo, recente, incomum, desconhecido”.

Não há culpa e vergonha para que nasceu de novo. Toda sentença só pode ser aplicada quando se tem um relato do passado. Se não há passado, não há sentença! Seus pecados foram perdoados e apagados, esquecidos na crus de Cristo.

Hoje, vamos remover a raiz da vergonha e da culpa vestindo-nos de Cristo!

Vamos para a segunda raiz do engano

2.      Medo

“9  E chamou o SENHOR Deus ao homem e lhe perguntou: Onde estás? 10  Ele respondeu: Ouvi a tua voz no jardim, e, porque estava nu, tive medo, e me escondi.” Gn 3:9

A vida de muitos cristãos é completamente cheia de medos. Conheço muitos irmãos que vivem atormentados com medo de Deus não ouvir a sua oração, medo do amanhã, medo de casar, medo de liderar célula. Tememos o futuro porque pensamos que nossos planos serão frustrados. Tememos amar e não ser correspondido. Tememos compromissos, pois pensamos que não seremos suficientemente capazes de honrá-los. Tememos os desafios do ministério pois no fundo falta-nos fé em Deus. Tememos medo de correr riscos. Tememos depender tão somente de Deus e de seu poder, por isso nos esquivamos de viver a vida cristã de acordo com a vontade de Deus. Acredite todo o medo é proveniente da falta de conhecimento do quanto somos amados.

No fim desse raciocínio, o medo que temos é o medo da morte.

O medo de Adão era o medo da morte. Adão achou que Deus iria mata-lo, pois ele não morreu quando comeu do fruto e concluiu que Deus iria mata-lo. As pessoas correm e tem medo de Deus, pois pensam que Deus irá derramar da Sua íra.

Deus não foi atrás de Adão para fulmina-lo, mas para perdoá-lo através de seu amor incondicional.

Deus é amor!!!

Deus é amor, mas também é justiça! Esses são os irmãos justiceiros. Para estes, Deus tem de se manifestar em justiça fulminando a todos os pecadores. Esses irmãos estão na lei, ainda não experimentaram a graça. Certamente não foram justificados pelo sacrifício de Cristo.

Deus já fez justiça em Jesus. Ele nos justificou e hoje nós somos justificados em Cristo.

O amor é definido no Novo Testamento não como o nosso amor a Deus, mas o amor dele por nós. Temos ouvido muitas pregações dizendo que temos de amar a Deus.

Mas como podemos fazer isso? Obedecendo a lei! Mas será que alguém consegue cumprir a lei? Não! Enquanto acharmos que devemos amar a Deus estamos vivendo na base da Lei. Se for apenas um mandamento jamais conseguiremos cumpri-lo. Como já disse, ninguém jamais conseguiu cumprir a lei.

O primeiro mandamento da lei era o homem amar a Deus.

“1 Estes, pois, são os mandamentos, os estatutos e os juízos que mandou o SENHOR, teu Deus, se te ensinassem, para que os cumprisses na terra a que passas para a possuir; 2 para que temas ao SENHOR, teu Deus, e guardes todos os seus estatutos e mandamentos que eu te ordeno, tu, e teu filho, e o filho de teu filho, todos os dias da tua vida; e que teus dias sejam prolongados. 3 Ouve, pois, ó Israel, e atenta em os cumprires, para que bem te suceda, e muito te multipliques na terra que mana leite e mel, como te disse o SENHOR, Deus de teus pais. 4 Ouve, Israel, o SENHOR, nosso Deus, é o único SENHOR. 5 Amarás, pois, o SENHOR, teu Deus, de todo o teu coração, de toda a tua alma e de toda a tua força.” Dt 6:1-5

Isso pode ser visto no Novo Testamento na resposta que Jesus dá ao Fariseu quando foi questionado pelo mesmo.
“34 Entretanto, os fariseus, sabendo que ele fizera calar os saduceus, reuniram-se em conselho. 35 E um deles, intérprete da Lei, experimentando-o, lhe perguntou: 36 Mestre, qual é o grande mandamento na Lei? 37 Respondeu-lhe Jesus: Amarás o Senhor, teu Deus, de todo o teu coração, de toda a tua alma e de todo o teu entendimento. 38 Este é o grande e primeiro mandamento. 39 O segundo, semelhante a este, é: Amarás o teu próximo como a ti mesmo. 40 Destes dois mandamentos dependem toda a Lei e os Profetas.” Mt 22:34-40

Você percebe agora por que nenhum homem conseguiu cumprir a lei???

Voltando a raiz do medo, podemos dizer que o medo é a ausência do amor de Deus por nós.

“Nisto consiste o amor: não em que nós tenhamos amado a Deus, mas em que ele nos amou e enviou o seu Filho como propiciação pelos nossos pecados.” 1Jo 4:10

A única maneira de lançar fora o medo é experimentando o perfeito amor de Deus por nós.

No amor não existe medo; antes, o perfeito amor lança fora o medo. Ora, o medo produz tormento; logo, aquele que teme não é aperfeiçoado no amor.” 1Jo 4:18

Anular a raiz do medo não é uma questão do quanto eu amo a Deus, mas do tamanho do amor de Deus por mim. Se eu falo que amo a Deus eu estou cumprindo a Lei, mas se eu falo que sou amado eu estou na graça.

“17 Nisto é em nós aperfeiçoado o amor, para que, no Dia do Juízo, mantenhamos confiança; pois, segundo ele é, também nós somos neste mundo. 18 No amor não existe medo; antes, o perfeito amor lança fora o medo. Ora, o medo produz tormento; logo, aquele que teme não é aperfeiçoado no amor. 19 Nós amamos porque ele nos amou primeiro.” 1Jo 4:17-18

A raiz do medo vai sair quando você descobrir que é amado.

Preste atenção, removemos a primeira raiz que é a vergonha e culpa compreendendo que o Cordeiro já morreu e nos cobriu e já não há mais condenação ou culpa. Agora quanto ao medo precisamos ter os olhos abertos para perceber que o ponto central do Novo Testamento é o amor, mas o amor de Deus por nós e não o nosso amor por Ele. Nosso amor por Ele será apenas uma resposta do amor que recebemos.

Quanto entendermos que somos amados, e o quanto somos amados, mais nós o amaremos.

João, o discípulo amado.

O apóstolo João era o discípulo a quem Jesus amava. João é conhecido como o discípulo amado. Sabe quem disse isso? Ele mesmo! Ele se identifica dessa forma no seu evangelho. Não há menção nos outros evangelhos sobre João ser o discípulo amado. Ele mesmo foi quem disse ser amado em João 13:23; 19:26.

“Ora, ali estava conchegado a Jesus um dos seus discípulos, aquele a quem ele amava...”. Jo 13:23

“Vendo Jesus sua mãe e junto a ela o discípulo amado, disse: Mulher, eis aí teu filho.” Jo 19:26

Se falamos que amamos a Deus estamos cumprindo  Lei, mas se declaramos que somos amados nos colocamos debaixo da graça por que ele nos amou primeiro.

Não é por acaso que João foi o único discípulo que não negou e nem abandonou o Senhor. Ele descobriu que era amado e por conta disso permaneceu íntegro até o fim. João foi o único dos 12 que não morreu violentamente. Morreu de morte natural exilado na ilha de Patmos.

Doutra sorte, Pedro negou o Senhor.

Pedro representa aqueles que se apóiam eu seu próprio amor pelo Senhor, por isso ele rapidamente disse: “por ti darei a própria vida!” Jo 13:37-38

“37 Replicou Pedro: Senhor, por que não posso seguir-te agora? Por ti darei a própria vida. 38 Respondeu Jesus: Darás a vida por mim? Em verdade, em verdade te digo que jamais cantará o galo antes que me negues três vezes.” Jo 13:37-38

João porem estava reclinado no peito do Senhor e perguntou quem era o traidor. Somente João soube quem trairia a Jesus. Jo 13:23

Aquele que se gloriava no seu amor pelo Senhor pediu para aquele que se gloriava em ser amado pelo Senhor.

Aqui vemos dois estilos de vida. No final João estava ao pé da cruz, mas Pedro negou a Jesus. Com qual deles gostaríamos de nos identificar? Não confiamos em nosso próprio amor pelo Senhor, mas descansamos no Amor Dele por nós.

O nosso próprio amor é lei, mas o amor Dele é graça. Por isso precisamos entender a diferença entre a lei e a graça. A lei condena o melhor de nós, mas a graça perdoa o pior entre nós.

No Antigo amar a Deus era um mandamento, você tinha de dar amaor, mas agoa no novo é uma dádiva, é ser amado.

Você só vai entender o quanto você é amado no dia em que vcê entender o quanto o Pai ama a Cristo.

João viveu mais por que era amado. João foi privado de violência por que descobriu que era amado. Jogaram ele num tacho gigante de óleo quente e ele saiu nadando de braçada. Ele morrreu de velhice na ilha de Patmos. O medo encurta a vida por que gera muita doença. Mas quando sabemos que somos amados.

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