“6 Vendo a mulher que a árvore era boa para se
comer, agradável aos olhos e árvore desejável para dar entendimento, tomou-lhe
do fruto e comeu e deu também ao marido, e ele comeu. 7 Abriram-se, então, os olhos de ambos;
e, percebendo que estavam nus, coseram folhas de figueira e fizeram cintas para
si. 8 Quando ouviram a voz do
SENHOR Deus, que andava no jardim pela viração do dia, esconderam-se
da presença do Senhor Deus, o homem e sua mulher, por entre as árvores do
jardim. 9 E chamou o SENHOR Deus ao homem
e lhe perguntou: Onde estás? 10 Ele
respondeu: Ouvi a tua voz no jardim, e, porque estava nu, tive
medo, e me escondi.” Gn 3:6:10
Quero usar esse texto
para tratar de três raízes que obstruem o crescimento normal da vida cristã. Para
isso eu gostaria de comparar nossa vida há uma planta. Podemos fazer isso
baseados na Bíblia, pois em várias passagens vemos o homem sendo comparado a
uma árvore. Sl 1:1-3;
“E Deus os abençoou, dizendo: Frutificai, e multiplicai-vos, e
enchei as águas nos mares; e as aves se multipliquem na terra.” Gn 1:22
"1 Bem-aventurado o
homem que não anda no conselho dos ímpios, não se detém no caminho dos
pecadores, nem se assenta na roda dos escarnecedores. 2 Antes, o seu prazer está na lei do SENHOR, e na sua lei medita de
dia e de noite. 3 Ele é como árvore
plantada junto a corrente de águas, que, no devido tempo, dá o seu fruto, e
cuja folhagem não murcha; e tudo quanto ele faz será bem sucedido.” Sl 1:1-3
“O justo florescerá como a palmeira; crescerá como o cedro no
Líbano.” Sl 92:12
Em João 15,
Jesus diz que Deus Pai é o agricultor, ele é a Videira Verdadeira e nós somos
seus ramos com o desígnio de frutificar. Assim podemos comparar o homem com uma
planta ou árvore.
Brotos ou folhas
doentes
Em algumas
plantas os brotos não desenvolvem. Em outras as folhas murcham e secam. A
primeira ação que as pessoas tomam é de arrancar as folhas murchas ou secas.
Todavia depois de algum tempo, percebe-se mais folhas doentes nascendo naquele
mesmo galho ou planta. É ai que descobrimos que o problema não está nas folhas,
mas certamente na raiz. A doença não está na aparência, mas abaixo da
superfície nas raízes. Para resolver o problema dessa planta precisamos tratar
das raízes.
Quando lidamos
com qualquer problema, precisamos entender que os mesmos tem causa e efeito. O
maior problema das pessoas é que querem resolver seus problemas lidando com o
efeito apenas. Isso é paliativo momentâneo. Para resolver de vez os problemas é
preciso lidar com a causa do problema tratando da raiz do mesmo.
A maior parte de
nossos problemas possui uma raiz, uma causa que geralmente está bem abaixo da
superfície, por isso normalmente não temos consciência dela. Se não atentarmos
para isso, vamos lidar apenas com aquilo que vemos na superfície. É por isso
que por muitas vezes alguns problemas se repetem nas nossas vidas. Se a planta
está doente não adianta apenas cuidar de suas folhas ou tentar nutri-la melhor,
é preciso escavar a raiz para descobrir a origem do problema.
Do mesmo modo, as doenças crônicas, os problemas conjugais,
a depressão, a ansiedade e os problemas financeiros são como as folhas de uma
planta doente. Nós podemos arrancar as folhas doentes e tirar os brotos com defeito,
mas será uma questão de tempo para que a doença se manifeste novamente.
Por vezes
lidamos só com a aparência externa das coisas e esquecemos que a planta tem
raiz e possivelmente a doença está lá em baixo, na raiz.
Daí é preciso
escavar para compreendermos que tipo de problema pode estar nas raízes.
Baseados no texto de
Gênesis 3:6-10, existem três raízes do engano, raízes malignas que precisam
serem removidas para termos saúde e vivermos de acordo com a vontade de Deus.
Pode ser que
você nem tenha atentado para essas raízes, mas saibam que a maior parte dos
problemas da vida cristã estão nessas coisas ocultas. As nossas maiores
dificuldades para vivermos uma vida cristã abundante, respondendo a Deus na
liderança e no discipulado geralmente estão nessas três raízes. Entenda raízes
como crenças. Uma crença errada pode fazer tudo dar errado na vida de alguém.
Voltando ao texto de
Genesis 3, qual é a primeira raiz do engano?
1.
Vergonha e a culpa
“Quando
ouviram a voz do SENHOR Deus, que andava no jardim pela viração do dia, esconderam-se
da presença do Senhor Deus, o homem e sua mulher, por entre as árvores do
jardim.” Gn 3:8
Basicamente a
vergonha é a consciência da culpa. A vergonha está associada a culpa. Alguns
acham que a vergonha é uma coisa boa ou virtude, mas não é. A vergonha na
verdade é a consciência da culpa e acusação. Você já pensou na sua
desqualificação para o exercício da sua função familiar.
O maior problema
da culpa é que ela te prende ao passado, e isso de fato é uma barreira
intransponível.
Uma pessoa
culpada está presa ao passado e isso não pode mudar. Algumas pessoas vivem se
lamentando dizendo: “Se eu tivesse estudado eu teria uma vida melhor.” Outros
dizem: “Por que eu fui me casar com beltrano”. Outros ainda pensam: “Ah se eu
pudesse voltar atrás...”.
Veja que esses
são pensamentos corriqueiros que temos comumente, mas que não provém do Senhor.
Deus não alimenta um registro de faltas e pecados. Ele não tem prazer arquivar
pecados, juntar provas contra você como se fosse um advogado de acusação.
A culpa te impede de
servir a Deus
Muitas pessoas
dizem: “Eu sou muito pecador para servir a Deus”, ou “Deus não vai me
prosperar, pois cometo muitos pecados”. “Eu não sou digno de falar do amor de
Deus, pois sou muito pecador.”
Meu Deus... como
o Senhor pode me usar.
Foi exatamente
isso o que aconteceu com Adão e Eva. Eles se sentiram indignos de estarem com
Deus por conta do pecado cometido. Por isso fugiram.
Isso aconteceu por que
eles olharam para si mesmos.
Adão e Eva
olharam para si mesmos, olharam para as suas más obras... Abriram-se, então, os olhos de ambos;
e, percebendo que estavam nus, coseram folhas de figueira e fizeram cintas para
si... Por conta disso sentiram culpa. E o pior,
tentaram se justificar pelo seu esforço próprio.
E o que produz no homem
a consciência de culpa?
Muitos pensam
que é o pecado que gera a culpa, mas na verdade é a lei. Só há culpa onde há
lei. Legalista é qualquer um que vive com base no seu merecimento. A lei produz
a culpa. Tinha lei no Édem?
Se o diabo queria destruir o homem por que ele não tentou Eva
a matar Adão?
Simplesmente
porque a única lei era não comer do fruto da árvore do conhecimento do bem e do
mal. Não existia a lei “não matarás”. “A
única lei era não comeras”.
Ele só pode
tentar com base na lei. A lei está errada?
Não! Não há nada de errado com a lei, a lei é como um espelho que
reflete as nossas imperfeições. Ninguém quebra o espelho por que descobriu
através dele que tem uma espinha. Isso não é sadio e nem coerente.
O maior problema
foi adão tentar se justificar com a folha de figueira. Jesus teve um
incidente com uma figueira. Mt 24 diz que a figueira é um símbolo de Israel por
outro lado a folha de figueira significa justiça própria ou humana. A regra da
Primeira menção diz que a folha de figueira representa a justiça própria,
representa o esforço do homem para tentar resolver o problema da culpa e da
vergonha.
Deus quer remover a
raiz da culpa e da vergonha em Jesus. Só Jesus pode remover a culpa e a
vergonha.
Deus não aceitou
o trabalho das mãos do homem (justiça própria), mas vestiu Adão e Eva com peles
de um animal (justificação pela graça). Aquele primeiro sacrifício ou animal
sacrificado no Édem apontava para Cristo. Pois Hebreus prefigura a morte do Cordeiro
que é Jesus. Já no Edem, o Senhor já demonstrava seu desejo de lavar seus
pecados e apagar seu passado através do sangue de Jesus.
Aqueles que
estão em Cristo são nova criatura e as coisas velhas se passaram e tudo se faz
novo.
“E,
assim, se alguém está em Cristo, é nova criatura; as coisas antigas já
passaram; eis que se fizeram novas.” 2 Co 5:17
No grego, a
palavra “novas” é “Kainós” que significa “recentemente feito, fresco, recente, não
usado, não surrado, sem precedente, novo, recente, incomum, desconhecido”.
Não há culpa e
vergonha para que nasceu de novo. Toda sentença só pode ser aplicada quando se
tem um relato do passado. Se não há passado, não há sentença! Seus pecados
foram perdoados e apagados, esquecidos na crus de Cristo.
Hoje, vamos
remover a raiz da vergonha e da culpa vestindo-nos de Cristo!
Vamos para a segunda
raiz do engano
2. Medo
“9 E chamou o SENHOR Deus ao homem e lhe
perguntou: Onde estás? 10 Ele respondeu:
Ouvi a tua voz no jardim, e, porque estava nu, tive medo,
e me escondi.” Gn 3:9
A vida de muitos
cristãos é completamente cheia de medos. Conheço muitos irmãos que vivem atormentados
com medo de Deus não ouvir a sua oração, medo do amanhã, medo de casar, medo de
liderar célula. Tememos o futuro porque pensamos que nossos planos serão
frustrados. Tememos amar e não ser correspondido. Tememos compromissos, pois
pensamos que não seremos suficientemente capazes de honrá-los. Tememos os
desafios do ministério pois no fundo falta-nos fé em Deus. Tememos medo de
correr riscos. Tememos depender tão somente de Deus e de seu poder, por isso
nos esquivamos de viver a vida cristã de acordo com a vontade de Deus. Acredite todo o medo é proveniente
da falta de conhecimento do quanto somos amados.
No fim desse raciocínio, o medo que temos é o medo da morte.
O
medo de Adão era o medo da morte. Adão achou que Deus iria mata-lo, pois ele não
morreu quando comeu do fruto e concluiu que Deus iria mata-lo. As pessoas
correm e tem medo de Deus, pois pensam que Deus irá derramar da Sua íra.
Deus não foi atrás de Adão para fulmina-lo,
mas para perdoá-lo através de seu amor incondicional.
Deus é amor!!!
Deus é amor, mas também é justiça! Esses são os irmãos justiceiros. Para estes, Deus tem de se manifestar em justiça fulminando a todos os pecadores. Esses irmãos estão na lei, ainda não experimentaram a graça. Certamente não foram justificados pelo sacrifício de Cristo.
Deus já fez
justiça em Jesus. Ele nos justificou e hoje nós somos justificados em Cristo.
O amor é definido no Novo Testamento não como o nosso amor
a Deus, mas o amor dele por nós. Temos ouvido muitas pregações dizendo que
temos de amar a Deus.
Mas como podemos fazer isso? Obedecendo a lei! Mas
será que alguém consegue cumprir a lei? Não! Enquanto acharmos que devemos amar
a Deus estamos vivendo na base da Lei. Se for apenas um mandamento jamais
conseguiremos cumpri-lo. Como já disse, ninguém jamais conseguiu cumprir a lei.
O
primeiro mandamento da lei era o homem amar a Deus.
“1 Estes, pois, são os mandamentos, os estatutos e os juízos que
mandou o SENHOR, teu Deus, se te ensinassem, para que os cumprisses na terra a
que passas para a possuir; 2 para que temas ao SENHOR, teu Deus, e guardes
todos os seus estatutos e mandamentos que eu te ordeno, tu, e teu filho, e o
filho de teu filho, todos os dias da tua vida; e que teus dias sejam
prolongados. 3 Ouve, pois, ó Israel, e atenta
em os cumprires, para que bem te suceda, e muito te multipliques na terra que
mana leite e mel, como te disse o SENHOR, Deus de teus pais. 4 Ouve, Israel, o SENHOR, nosso Deus, é o único
SENHOR. 5 Amarás,
pois, o SENHOR, teu Deus, de todo o teu coração, de toda a tua alma e de toda a
tua força.” Dt 6:1-5
Isso pode ser visto
no Novo Testamento na resposta que Jesus dá ao Fariseu quando foi questionado
pelo mesmo.
“34
Entretanto, os
fariseus, sabendo que ele fizera calar os saduceus, reuniram-se em conselho. 35 E um deles, intérprete da Lei,
experimentando-o, lhe perguntou: 36 Mestre,
qual é o grande mandamento na Lei? 37 Respondeu-lhe
Jesus: Amarás o Senhor, teu Deus, de
todo o teu coração, de toda a tua alma e de todo o teu entendimento. 38 Este é
o grande e primeiro mandamento. 39 O segundo, semelhante a este, é: Amarás o
teu próximo como a ti mesmo. 40 Destes dois
mandamentos dependem toda a Lei e os Profetas.” Mt 22:34-40
Você
percebe agora por que nenhum homem conseguiu cumprir a lei???
Voltando a raiz do medo, podemos dizer que o medo é a ausência do amor
de Deus por nós.
“Nisto consiste o amor: não em que nós tenhamos
amado a Deus, mas em que ele nos
amou e enviou o seu Filho como propiciação pelos nossos pecados.” 1Jo 4:10
A única maneira de lançar fora o medo é experimentando o perfeito amor
de Deus por nós.
“No amor não existe medo; antes, o perfeito amor lança
fora o medo. Ora, o medo
produz tormento; logo, aquele que teme não é aperfeiçoado no amor.” 1Jo 4:18
Anular a raiz do medo não é
uma questão do quanto eu amo a Deus, mas do tamanho do amor de Deus por mim. Se
eu falo que amo a Deus eu estou cumprindo a Lei, mas se eu falo que sou amado
eu estou na graça.
“17 Nisto é em nós aperfeiçoado o amor, para que, no
Dia do Juízo, mantenhamos confiança; pois, segundo ele é, também nós somos
neste mundo. 18 No amor não existe medo; antes, o perfeito amor lança fora o
medo. Ora, o medo produz tormento; logo, aquele que teme não é aperfeiçoado
no amor. 19 Nós amamos porque ele nos amou primeiro.” 1Jo
4:17-18
A raiz
do medo vai sair quando você descobrir que é amado.
Preste atenção,
removemos a primeira raiz que é a vergonha e culpa compreendendo que o Cordeiro
já morreu e nos cobriu e já não há mais condenação ou culpa. Agora quanto ao
medo precisamos ter os olhos abertos para perceber que o ponto central do Novo
Testamento é o amor, mas o amor de Deus por nós e não o nosso amor por Ele.
Nosso amor por Ele será apenas uma resposta do amor que recebemos.
Quanto entendermos
que somos amados, e o quanto somos amados, mais nós o amaremos.
João,
o discípulo amado.
O apóstolo João
era o discípulo a quem Jesus amava. João é conhecido como o discípulo amado. Sabe
quem disse isso? Ele mesmo! Ele se identifica dessa forma no seu evangelho. Não
há menção nos outros evangelhos sobre João ser o discípulo amado. Ele mesmo foi
quem disse ser amado em João 13:23; 19:26.
“Ora, ali estava conchegado a Jesus um
dos seus discípulos, aquele a quem ele amava...”. Jo 13:23
“Vendo Jesus sua mãe e junto a ela o
discípulo amado, disse: Mulher, eis aí teu filho.” Jo 19:26
Se falamos que
amamos a Deus estamos cumprindo Lei, mas
se declaramos que somos amados nos colocamos debaixo da graça por que ele nos
amou primeiro.
Não é por acaso que João foi o único discípulo que não
negou e nem abandonou o Senhor. Ele descobriu que era amado e por conta disso
permaneceu íntegro até o fim. João foi o único dos 12 que não morreu
violentamente. Morreu de morte natural exilado na ilha de Patmos.
Doutra
sorte, Pedro negou o Senhor.
Pedro representa
aqueles que se apóiam eu seu próprio amor pelo Senhor, por isso ele rapidamente
disse: “por
ti darei a própria vida!” Jo 13:37-38
“37 Replicou
Pedro: Senhor, por que não posso seguir-te agora? Por ti darei a própria vida. 38
Respondeu Jesus: Darás a vida por mim? Em verdade, em verdade te digo que jamais
cantará o galo antes que me negues três vezes.” Jo 13:37-38
João porem
estava reclinado no peito do Senhor e perguntou quem era o traidor. Somente João
soube quem trairia a Jesus. Jo 13:23
Aquele que se
gloriava no seu amor pelo Senhor pediu para aquele que se gloriava em ser amado
pelo Senhor.
Aqui vemos dois estilos de vida. No final João estava ao pé
da cruz, mas Pedro negou a Jesus. Com qual deles gostaríamos de nos
identificar? Não confiamos em nosso próprio amor pelo Senhor, mas descansamos
no Amor Dele por nós.
O nosso próprio
amor é lei, mas o amor Dele é graça. Por isso precisamos entender a diferença
entre a lei e a graça. A lei condena o melhor de nós, mas a graça perdoa o pior
entre nós.
No Antigo amar a
Deus era um mandamento, você tinha de dar amaor, mas agoa no novo é uma dádiva,
é ser amado.
Você só vai
entender o quanto você é amado no dia em que vcê entender o quanto o Pai ama a
Cristo.
João viveu mais por que era amado.
João foi privado de violência por que descobriu que era amado. Jogaram ele num
tacho gigante de óleo quente e ele saiu nadando de braçada. Ele morrreu de
velhice na ilha de Patmos. O medo encurta a vida por que gera muita doença. Mas
quando sabemos que somos amados.
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