Muitos milagres
foram operados por Jesus enquanto caminhou por essa terra. Os estudiosos dizem
que 70% dos feitos de poder do Senhor está ligado a curas de enfermidades
diversas, dentre elas a cegueira se destaca.
E com relação aos
milagres de curas de enfermidades, grande a ênfase dada à cura da cegueira na
Bíblia. A cegueira é na verdade uma alusão às pessoas que estão perdidas, cegos
pelo deus deste século. A cura da cegueira é atribuída ao agir sobrenatural de
Deus. A expressão “cair as escamas dos olhos” é quando uma pessoa passa a ver
com clareza, o plano da salvação através da graça de Deus.
Cegos curados por Jesus
Há relatos bíblicos
de pelo menos seis cegos que foram curados pelo Senhor. No entanto podemos ter
certeza que muitos outros cegos foram curados por Jesus. João escreveu que:
“Há, porém, ainda muitas outras coisas que Jesus fez. Se todas
elas fossem relatadas uma por uma, creio eu que nem no mundo inteiro caberiam
os livros que seriam escritos.” Jo 21:25
Dentro dessa
compreensão, podemos dizer que muitos outros milhares de cegos foram curados
por Jesus.
Agora veja que a
ênfase que Jesus dava ao ministério de curar cegos foi predito pelos profetas,
em especial pelo profeta Isaias.
“Naquele dia, os surdos ouvirão as palavras do
livro, e os cegos, livres já da escuridão e das trevas, as verão.” Is 29:18
“4 Dizei aos desalentados de coração: Sede fortes, não
temais. Eis o vosso Deus. A vingança vem, a retribuição de Deus; ele vem e vos
salvará. 5
Então, se abrirão os olhos dos cegos...” Is 34:4-5
“6 Eu, o SENHOR, te chamei em justiça, tomar-te-ei
pela mão, e te guardarei, e te farei mediador da aliança com o povo e luz para
os gentios; 7 para abrires os olhos
aos cegos, para tirares da prisão o cativo e do cárcere, os que jazem em
trevas.” Is 42:6-7
“Guiarei os cegos por um caminho que
não conhecem, fá-los-ei andar por veredas desconhecidas; tornarei as trevas em
luz perante eles e os caminhos escabrosos, planos. Estas coisas lhes farei e
jamais os desampararei.” Is 42:16
Perceba que o
profeta ao falar sobre o Messias, insiste em dizer que a vinda de Jesus estava
diretamente ligada a trazer luz para os cegos. Isso por que os olhos são tão
determinantes para seguirmos adiante. O
exercício da fé requer visão firme e sadia.
“Portanto, também nós, visto que temos a rodear-nos tão grande nuvem de
testemunhas, desembaraçando-nos de todo peso e do pecado que tenazmente nos
assedia, corramos, com perseverança, a carreira que nos está proposta, 2 olhando firmemente para o Autor e
Consumador da fé...”.
Ainda segundo o
próprio Cristo, a importância de se ter uma visão clara, é que assim todo o
nosso corpo pode ser afetado para melhor.
“22 São os olhos a lâmpada do corpo. Se os teus olhos
forem bons, todo o teu corpo será luminoso;
23 se, porém, os teus
olhos forem maus, todo o teu corpo estará em trevas. Portanto, caso a luz que
em ti há sejam trevas, que grandes trevas serão!” Mt 6:22-23
Quando falamos que
Jesus veio curar a cegueira dos homens, isso vai muito além da cura física,
essa cura aponta para a libertação da escuridão da lei, da justiça própria.
A graça que o cego de Batsaida Enxergou
22 Então, chegaram a Betsaida; e lhe trouxeram um
cego, rogando-lhe que o tocasse.
23 Jesus, tomando o cego pela mão,
levou-o para fora da aldeia e, aplicando-lhe saliva aos olhos e
impondo-lhe as mãos, perguntou-lhe: Vês
alguma coisa? 24 Este, recobrando a vista, respondeu: Vejo os homens, porque como árvores os vejo, andando. 25 Então,
novamente lhe pôs as mãos nos olhos,
e ele, passando a ver claramente,
ficou restabelecido; e tudo
distinguia de modo perfeito. 26 E mandou-o Jesus embora para casa,
recomendando-lhe: Não entres na aldeia.” Mc 8:22-26
O primeiro milagre
de Jesus, envolvendo a cura de um cego foi o que ficou conhecido como a cura do
cego de Betsaida. Esse homem enxergou a graça de Jesus de maneira clara e
profunda. No contexto, Jesus e seus discípulos haviam acabado de entrar em uma
aldeia chamada Betsaida que significa “casa do peixe”. Betsaida figura na lista
das cidades descritas na Bíblia como impenitentes e sobre as quais Jesus lançou
um lamento.
“13 Ai de ti, Corazim! Ai de ti, Betsaida! Porque, se
em Tiro e em Sidom, se tivessem operado os milagres que em vós se fizeram, há
muito que elas se teriam arrependido, assentadas em pano de saco e cinza. 14 Contudo, no Juízo, haverá menos
rigor para Tiro e Sidom do que para vós outras.
15 Tu, Cafarnaum,
elevar-te-ás, porventura, até ao céu? Descerás até ao inferno. 16 Quem vos der ouvidos ouve-me a mim;
e quem vos rejeitar a mim me rejeita; quem, porém, me rejeitar rejeita aquele
que me enviou.” Lc 10:13-16
A palavra
impenitente é aplicada para aquele que não demonstra arrependimento por seus
erros e pecados. São os arrogantes e prepotentes que não se diminuem e nem se
constrangem. Foi assim que Jesus definiu Betsaida, uma cidade incorrigível.
Esse lamento sobre
a aldeia se deveu ao fato de que ali Jesus realizou muitos milagres. Muitas
curas e milagres aconteceram no meio daquele povo, mas apesar de tudo isso,
aquele povo permaneceu irredutível e fechado para o evangelho da graça de Deus.
O povo dessa cidade foi comparado aos povos das cidades ímpias de Tiro e Sidom.
O cego foi tirado da cidade!
Nisso explica o
fato de Jesus ter tomado o cego pela mão para tirá-lo da cidade. “Jesus, tomando o cego pela mão, levou-o para fora
da aldeia...”. Mc 8:23
Antes
do milagre, Jesus leva aquele homem para fora daquele ambiente, pois milagres
não acontecem em ambientes legalistas.
Em
nossos dias é incrível, mas diante de tanta graça e bondade de Deus, muitos
ainda desprezam a graça. E o pior, muitos criticam e zombam do que estamos
pregando. O mundo está cada vez mais hostil quanto a graça por que está cheio
de justiça própria, cheio de merecimento.
Igrejas legalistas
O
cenário piora muito quando vemos crentes da velha aliança, desprovidos de graça
pregando o legalismo maquiado de evangelho. Essas mensagens só geram medo e
acusação. Quanto mais as pessoas ouvem esse tipo de mensagem mais desanimados
ficam, mais pesarosas se tornam.
“Vês alguma coisa” - O que você está vendo? Essa foi a pergunta que
Jesus fez àquele homem.
23 Jesus, tomando o
cego pela mão, levou-o para fora da aldeia e, aplicando-lhe saliva aos olhos e
impondo-lhe as mãos, perguntou-lhe: Vês
alguma coisa? Mc 8:23
Já fora da cidade,
Jesus impõe as mãos sobre aquele homem usando o mesmo método da saliva que ele
usou com o cego de nascença do tanque de siloé, mas algo muito interessante e até
mesmo curioso acontece e que precisa ser entendido. Depois de impor as mãos
sobre o cego, Jesus faz uma pergunta: Você está vendo alguma coisa?
Na palavra de Deus nada é por acaso
Cada uma das
palavras de Jesus tem o seu propósito e os milagres de Jesus são instrutivos. O
texto, e principalmente essa pergunta do Senhor nos mostra princípios espirituais
importantes, por isso há muito por trás da pergunta que Jesus fez ao cego.
Veja que este homem
não foi curado de uma vez, antes, foi necessário que Jesus repetisse a ação de
impor as mãos. Interessante que esse foi um Milagre em dois estágios.
Diante disso surgem as perguntas
inevitáveis...
· Porque uma única
oração não seria suficiente?
· Será que a cegueira
daquele homem era tão forte?
· Será que autoridade
de Jesus não foi o bastante para que aquele homem fosse curado?
· Será que o poder de
Cristo estava diminuindo?
· Será que Jesus não
estava consagrado o suficiente?
Alguns até podem
imaginar que talvez Jesus não tivesse tempo de orar naquela madrugada? Isso nos
faz lembrar das vezes que oramos com imposição de mãos sobre algum inferno no
culto ou na célula, e depois perguntando se ele ainda está sentindo dor o
sujeito responde: “Melhorou mas ainda está doendo um pouco”. Então você derrama
óleo em sua mão, mete na cabeça do irmão e ora mais alto e forte. Daí você
pergunta novamente: “E aí irmão está melhor?”. O irmão responde: “Melhorei
bastante, mas ainda dói um pouco”. Você então suspira, limpa o suor da testa,
levanta as mãos, esbraveja contra o diabo, contra o inferno e finalmente, você
pergunta: “Está melhor irmão?”. E a resposta é a seguinte: “Ok! Estou só com
uma dorzinha, mas nada que um remedinho não resolva...
É possível que
alguém pense que algo parecido com isso que aconteceu com Jesus, mas é claro
que não foi isso. Três vezes não! A resposta para as perguntas acima é um
categórico não! Não foi isso que aconteceu com Jesus! Ele não estava sem fé!
Jesus é Deus e n’Ele reside toda autoridade e poder. Aquele homem jamais
poderia resistir a um simples olhar de Cristo.
A verdade por trás da pergunta de Jesus era que ele não queria saber “se” o cego estava vendo, mas, “o que” o cego estava vendo. Ao fazer a
pergunta, Jesus não estava fazendo um teste pra ver se a oração havia
funcionado. Jesus ao passar saliva nos olhos daquele homem e impor as mãos
sobre ele, queria na verdade saber “o
que” ele estava vendo e não “se”
ele estava vendo.
Homens andando como árvores
A visão daquele
homem foi homens andando como árvores, e essa resposta foi surpreendente. A Bíblia
faz questão de mencionar que o homem recobrou a visão. Isso mostra que o
milagre já havia acontecido, mas agora o importante é saber “o que” aquele homem estava enxergando,
e ao contar o que estava vendo, provavelmente os discípulos pensaram que ele
estava alucinando ou simplesmente estava com a vista embaçada. Todavia, eu
posso te assegurar que aquele cego viu exatamente o que Jesus queria que ele
visse. Ele não estava tendo alucinações ou tinha recebido apenas uma cura
parcial, o que é aquele cego viu refletia a crença e os padrões de pensamentos
que todos naquela cidade tinham. Eles haviam rejeitado a graça, rejeitaram a
obra completa de Cristo. Eram impenitentes e o comportamento impenitente
daquele povo era fruto da visão deturpada obscurecida e embaçada que eles
tinham de Deus e da sua graça.
Porque ele viu homens andando como
árvores?
Isto remonta e nos
remete para atitude de Adão, pois imediatamente após a queda, as Escrituras dizem
em Genesis 3:7-8 que após terem comido do fruto da árvore do conhecimento do
bem do mal os homens perceberam que haviam pecado contra Deus.
“7 Abriram-se, então, os olhos de ambos; e, percebendo
que estavam nus, coseram folhas de figueira e fizeram cintas para si. 8 Quando ouviram a voz do SENHOR Deus,
que andava no jardim pela viração do dia, esconderam-se da presença do SENHOR
Deus, o homem e sua mulher, por entre as árvores do jardim.” Gn 3:7-8
A suas vestes antes
do pecado eram vestes de glória que dava ao homem o domínio sobre todas as
coisas. Mas com o pecado eles foram destituídos desta glória e por isso se
viram com vergonha e medo, assim tentaram concertar as coisas pelo esforço
próprio fazendo folhas de figueira. Então, se esconderam entre as árvores. Na
viração do dia, quando Deus vem pra ter comunhão com o homem, O Senhor chama
Adão e Eva que estavam vestidos de folhas de figueira para sair de trás das
árvores. Isso não parece com a visão daquele homem? Homens andando como árvores?
Aquele cego ao
recobrar a visão, definiu em palavras como era o cativeiro em que ele e o
restante da aldeia estavam. Jesus fez com que ele declarasse que tinha visto
para que todos se identificassem com ele. Eles estavam ainda presos nas crenças
do homem caído, condenados e destituídos da glória.
Ele se identificava
com o primeiro Adão que jazia de baixo do juízo da lei do pecado e da morte. Essa
é a prisão na qual muitos crentes estão cativos. Sempre se relacionando com
Deus tendo como base o que fizeram de certo ou errado. Assim, vivem na
expectativa do castigo e por isso sofrem com medo do juízo de Deus.
A vida de tais
pessoas é sempre na angústia de serem castigados pelo Senhor. Vivem como se
Deus não os amassem de maneira incondicional. Se sentem sempre em débito com o
Senhor. Eles dizem: Eu não sou digno de estar aqui... Eu sou muito pecador...
Quem sou eu para pregar a palavra... Quem sou eu para ser crente...
Essa é a razão de
muitos estarem longe da igreja, de Jesus e dos irmãos.
Essas pessoas não
receberam revelação da aliança feita com o último Adão, o Cristo que veio para
nos libertar de toda a condenação da lei e nos revestir com a sua glória. Por
se sentirem nus (vergonha) diante de Deus, esses crentes costumam cozer folhas
de figueira, o que aponta para obra humana, para justiça própria, caminhando
sempre na direção de Deus confiados nas suas próprias obras na sua própria
justiça daquilo que pode fazer para Deus, assim são homens andando como árvores.
A segunda experiência – A segunda
imposição de mãos – A segunda obra
Mas depois daquela
descrição daquele relato surpreendente, Jesus então completa obra na vida
daquele homem, novamente impondo as mãos sobre o cego para o curar. Esse ato de
impor as mãos pela segunda vez, nos da clareza da obra de Cristo . Na primeira
vez, a visão foi do primeiro Adão que remonta o homem caído e condenado pela
lei, mas Jesus é o segundo Adão, é o último Adão. É a obra completa.
“45 Pois assim está escrito: O primeiro homem, Adão,
foi feito alma vivente. O último Adão, porém, é espírito vivificante.46 Mas não é primeiro o espiritual, e
sim o natural; depois, o espiritual. 47 O
primeiro homem, formado da terra, é terreno; o segundo homem é do céu.” 1Co 15:45-47
Ao impor as mãos
pela segunda vez sobre o homem, Jesus estava dando a ele a oportunidade de receber
a visão completa, Jesus estava exercendo seu chamado de restaurar a visão ao
cego e trazer luz para os que estavam entregues na limitação física daquele
homem.
Podemos traduzir
essa atitude de Jesus impondo as mãos pela segunda vez nos olhos daquele servo,
da seguinte forma...
“Filho, sim você
viu certo, você estava debaixo da maldição da lei do pecado e da morte, mas eu
vim a este mundo para tomar essa maldição sobre mim, para que você possa ser
livre. Eu vim para você ter vida, e vida em abundância. Eu sou aquele que veio
trazer cura e libertação. Eu sou O filho de Deus que veio dar a Sua vida em seu
resgate. Você viu a condenação da lei, mas agora será revelada a você, a
maravilhosa graça do Pai.”
Veja que em seguida
o cego foi completamente curado e passou a distinguir todas as coisas de modo
perfeito.
Qual foi a primeira visão que aquele
homem teve depois a sua vista completamente curada?
Ele viu Jesus, ele
viu Cristo bem diante dos seus olhos. Foi uma visão clara e perfeita da graça
de Deus. Diferentemente da primeira vez, ele viu agora o último Adão que veio
não mais para condenar e sim para salvar. Ele viu o favor do pai disponível a
todos os que crerem. Ele viu a glória de Deus que reveste o homem e o cobre em
sua plenitude.
No lugar do medo e
da vergonha, agora está a visão perfeita da graça e do favor do Pai. Só podemos
dizer que enxergamos de modo perfeito quando primeiro enxergarmos a Cristo.
Amado irmão, as
mãos do Senhor estão sobre o seus olhos agora para restabelecer também a sua
visão. Talvez suas vistas estejam embaçadas e fixas na lei que julga e condena,
e essa falta de visão clara tem levado você a tropeçar e a entrar por caminhos
errados. Sem visão não há como avançar.
Mas o Senhor hoje
quer te ensinar a distinguir todas as coisas e te fazer enxergar de modo
perfeito. Ele quer se revelar a você como um Deus que veio não para de condenar,
mas para te salvar de suas crenças e padrões equivocados. Se até aqui a sua
visão se limitava a enxergar homens andando como árvores, hoje o Senhor te diz:
Filho, receba agora minha graça e o meu favor e seja livre da condenação e
acusação que te prende. Seja livre para desfrutar de todo favor e bom sucesso
que tenho pra você. Seja livre pra enxergar a graça que o cego viu!
Não volte para a aldeia
Agora curado e
completamente restabelecido, aquele homem ouve de Jesus uma recomendação muito
importante. Jesus diz não volte na aldeia. Isso é interessante não é mesmo? Jesus
mandou embora pra casa mas disse pra ele não voltar pra aldeia. Como isso é
possível? Como ele poderia voltar pra casa sem entrar na aldeia sendo que a
casa dele ficava na aldeia. Isso nos mostra que Jesus se referia ao ambiente da
aldeia e não a cidade em si.
Jesus advertiu a
não retornar para que aqueles padrões de pensamentos. Para as crenças erradas,
para a influência da lei. Isso se assemelha
advertência que o apóstolo Paulo fez aos gálatas que uma vez tendo conhecido
graça se colocaram novamente baixo jogo da lei.
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