“34 Novo mandamento vos dou: que vos ameis uns
aos outros; assim como eu vos amei, que também vos ameis uns aos outros. 35 Nisto conhecerão todos que sois meus
discípulos: se tiverdes amor uns aos outros.” Jo 13:34-35
Diante
da importância dada pelo Novo Testamento aos mandamentos da mutualidade,
concluímos que...
A VIDA CRISTÃ SÓ PODE SER EXPERIMENTADA NA
PRÁTICA QUANDO SERVIRMOS A DEUS E AO PRÓXIMO. É aqui que entram os mandamentos
da mutualidade. É exatamente Por essa razão que a expressão
uns aos outros pode ser vista quase 50 vezes
no Novo Testamento.
Por essa razão precisamos falar sobre os mandamentos da mutualidade.
O
que Jesus espera do relacionamento entre seus seguidores? Como podemos superar
as dificuldades de convivência entre nós, a ponto de sermos uma igreja saudável
e testemunha eficaz de Cristo no mundo? Como manifestar os milagres de Deus em nós e
alcançarmos mais vidas para Jesus? O que devemos fazer para sermos reconhecidos
e chamados de discípulos?
A resposta para estas perguntas
está na prática dos mandamentos da mutualidade.
O
nosso desejo é que o Pai nos transforme pela sua palavra e cure os nossos
relacionamentos. Durante
essas próximas semanas
continuaremos examinando os
mandamentos da mutualidade cristã. Estes estão espalhados por todo o Novo
Testamento e podem ser identificados pela expressão “uns aos outros”.
ENTENDA O MANDAMENTO
A expressão “uns aos outros”, no grego é allelon, e como já mencionamos, aparece mais de 50 vezes no Novo
Testamento. Essa expressão merece máxima atenção, pois está sempre ligada ao
que chamamos de mandamentos recíprocos. Mandamentos recíprocos ou mandamentos
da mutualidade são mandamentos de troca. Eu dou amor e recebo amor. Eu recebo
respeito e dou respeito. Eu dou atenção e assim recebo atenção.
Curiosamente, estes muitos mandamentos podem ser resumidos em
um somente: “Amai-vos
uns aos outros”.O amor vem primeiro porque Deus
é amor. O amor é o carro chefe que trás a manifestação dos outros dons e sinais
de Deus. A importância do amor, pode ser notada na lista de
manifestações do fruto do Espírito Santo em Gálatas 5:22-23. No texto, o amor é
o carro chefe, é a porta que se abre para a prática da "...alegria, paz,
longanimidade, benignidade, bondade, fidelidade, mansidão, domínio
próprio." Gl 5:22-23
“22 Mas o fruto do Espírito é: amor,
alegria, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fidelidade, 23 mansidão,
domínio próprio. Contra estas coisas não há lei.” Gl 5:22-23
O amor tudo
suporta
“1 Ainda que eu fale as
línguas dos homens e dos anjos, se
não tiver amor, serei como o bronze que soa ou como o címbalo que
retine. 2 Ainda que eu tenha o dom de profetizar e conheça todos os mistérios e
toda a ciência; ainda que eu tenha tamanha fé, a ponto de transportar montes, se não tiver amor, nada serei. 3
E ainda que eu distribua todos os meus bens entre os pobres e ainda que
entregue o meu próprio corpo para ser queimado, se não tiver amor, nada disso me aproveitará. 4 O amor é
paciente, é benigno; o amor não arde em ciúmes, não se ufana, não se
ensoberbece, 5 não se conduz inconvenientemente, não procura os seus interesses,
não se exaspera, não se ressente do mal; 6 não se alegra com a injustiça, mas
regozija-se com a verdade; 7 tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta. 8 O amor jamais acaba; mas,
havendo profecias, desaparecerão; havendo línguas, cessarão; havendo ciência,
passará; 9 porque, em parte, conhecemos e, em parte, profetizamos. 10 Quando,
porém, vier o que é perfeito, então, o que é em parte será aniquilado. 11
Quando eu era menino, falava como menino, sentia como menino, pensava como
menino; quando cheguei a ser homem, desisti das coisas próprias de menino. 12
Porque, agora, vemos como em espelho, obscuramente; então, veremos face a face.
Agora, conheço em parte; então, conhecerei como também sou conhecido. 13 Agora,
pois, permanecem a fé, a esperança e o amor, estes três; porém o maior destes é o amor.” 1Co13:1-13
O amor tudo suporta!
Desde o primeiro dia da
nossa nova vida em Cristo, foi o amor de Deus, o causador do nosso novo
nascimento e conversão. É esse amor que nos tem ensinado e capacitado a viver a
vida cristã. Este imenso e infinito amor nos tem sustentado e impulsionado a
continuar a carreira que nos foi proposta. Certamente nenhum outro assunto é
tão falado na Bíblia quanto o amor. A disposição de Deus é de sempre amar o
homem, e Ele espera que nós tenhamos a mesma disposição para com Ele e o nosso
próximo. Por isso o primeiro mandamento da mutualidade é “amai-vos uns aos outros”.
No exercício dos mandamentos
da mutualidade, o amor de Deus precisa ser o start para a construção de vínculos
de amizade, companheirismo e irmandade. Estabelecer e fortalecer de maneira
duradoura a alegria, prazer e unidade nos relacionamentos, só será possível a
partir da decisão de amar incondicionalmente. Essa decisão nos fará viver
melhor e com mais qualidade.
A necessidade maior do
mundo, atualmente, é amar e ser amado. O que realmente precisamos hoje é
experimentarmos diariamente o amor de Deus nos nossos relacionamentos. A
decisão diária de amar é indispensável à sobrevivência, pois como já disse, as duas maiores necessidades
relacionais do ser humano é amar e ser amado. Sem essa atitude interior,
perdemos nossas vitalidades emocional e física. Quando pautamos o nosso viver
no amor de Deus, sentimos um profundo bem-estar que nos afeta física, mental,
social e espiritualmente. A carência afetiva como consequência da falta do amor
de Deus, leva muita gente ao divórcio, aos hospitais psiquiátricos e até ao
suicídio. A vida cristã autêntica é sustentada pelo amor de Deus, e se ele
faltar, nos faltará tudo, pois não haverá sustentação para os relacionamentos.
Quando o apóstolo Paulo escrevendo aos Coríntios diz que "O amor tudo suporta"
(1Co 13), ele está dizendo que o amor é o suporte que no entendimento literal
da palavra, sustenta todos os relacionamentos que desenvolvemos nas mais
diversas áreas de convivência.
O alvo de todo cristão deve
ser amar a Deus e ao próximo sem limites, acima das nossas razões deve estar o
amor. Todavia, para amar sem limites, precisamos nos aproximar cada vez mais de
Deus, seguir de perto os seus passos, sentir de verdade o seu coração, porque
Ele é a única fonte do amor incondicional. A própria Escritura define a pessoa
maravilhosa do Senhor dizendo “Deus é amor” (1 João 4:8). Essa frase
relativamente pequena em quantidade de palavras tem um grandioso e poderoso
significado. Os mais conhecidos e respeitados pregadores da Palavra de Deus
pelo mundo afora concordam que o “Amor de Deus”, é o principal tema de sermões
nas mais diferentes abordagens sobre a Palavra de Deus. Frases como "Jesus
te ama" ou "Deus é amor", são as expressões mais usadas e
compartilhadas em todo o mundo em aconselhamentos e evangelismos. Isso é
maravilhoso! Uma das maiores e mais nobres mensagens que podemos anunciar ao
mundo é esta: Deus ama os pecadores incondicionalmente!
Os dois versículos mais difundidos das Escrituras
Os dois
versículos mais difundidos das Escrituras Sagradas são João 3:16 e 1Jo 4:8. Por amor a nós pecadores, Jesus deixou
o céu para morrer por nós. Nunca haverá uma demonstração de amor maior do que
esta. Ele é a fonte de todo amor verdadeiro. Ele “tanto amou o mundo que
deu o seu Filho” em sacrifício para salvar a humanidade (1João 4:8; João 3:16).
O amor deve sempre se
manifestar primeiro, deve ser o motivo das nossas intenções e ações. Após a
manifestação do amor de Deus em nós, contemplaremos uma enxurrada de coisas
boas invadindo nossas famílias, amigos, vizinhos etc. Só quem aprendeu a amar
sem limites de maneira incondicional sabe o que é sufocar o ego para relacionar
melhor com Deus e o próximo. Todos
os problemas de ordem relacional sem exceção começam quando o amor dá lugar ao
ego.
Costumamos perguntar aos
casais que em crise nos procuram: "Qual é o contrário do amor?" A
resposta que ouvimos frequentemente é: "O ódio". Definitivamente o
ódio não é o que contraria o amor. O que se opõe ao amor é o ego. O ego é o principal fator de impedimento para os
mandamentos da mutualidade serem experimentados de maneira plena. A
pessoa egoísta sempre vai resistir à prática do amor verdadeiro. O sentimento
egoísta sempre quer atrair a atenção para sí, enquanto que o amor segue o
caminho oposto. Veja que quando alguém se dispõe a amar, precisa também se
dispor a oferecer (João 3:16).
Quem ama verdadeiramente não
quer atrair a atenção para si mesmo. O egoísta geralmente quer ser o centro das
atenções, quer que tudo e todos orbitem em volta de seu umbigo. Lembro-me de
uma tirinha do Garfield em que depois de muito tempo falando sobre si mesmo,
ele disse a pessoa com quem conversava: “Estou cansado de falar sobre mim;
agora você fala sobre mim.” Geralmente as pessoas egoístas são assim, pensam
exclusivamente nelas mesmas. Pessoas assim terminam sozinhas, sem razão para
viver e com uma profunda angústia.
O amor de Deus deve ser a nossa base
O amor está fincado como uma
base que não se remove, um fundamento impossível de ser arrancado. Se o que
fazemos está lançado sobre ele, certamente não seremos frustrados e permaneceremos
vencendo como Jesus venceu. A força do amor pode ser notada também nas palavras
escritas aos Romanos 8:38-39: “Porque eu estou bem certo de que nem a morte, nem a vida, nem os
anjos, nem os principados, nem as coisas do presente, nem do porvir, nem os
poderes, nem a altura, nem a profundidade, nem qualquer outra criatura poderá
separar-nos do amor de Deus, que está
em Cristo Jesus, nosso Senhor.”
Em João 13 34-35, o Senhor
mesmo disse: "Novo
mandamento vos dou: que vos ameis uns aos outros; assim como eu vos amei, que
também vos ameis uns aos outros. Nisto conhecerão todos que sois meus
discípulos: se tiverdes amor uns aos outros." João 13:34-35.
Foi só isso que o Senhor nos
pediu neste novo mandamento, amai-vos uns aos outros. Não pode existir outra
maneira de se identificar uma igreja cristã a não ser pelo amor a Deus e ao
próximo. Esta Igreja não se divide, não prega a desunião entre quem quer que
seja e nem explora ninguém. Infelizmente sabemos o quanto ela é assim
desconhecida, porque a maioria das pessoas que se diz cristã, esta cega por
outras doutrinas, não enxerga a igreja (2 Cor 4:4) (Isa 6:9 até 10). O princípio
do cristianismo é: "Amar a Deus sobre todas as coisas, e amar ao teu
próximo como a ti mesmo". Fora disso, qualquer adoração a Deus é vã (João
15:l2).
Deus, como Pai, sente-se
feliz em ver a união dos seus filhos, muito mais do que pela simples adoração
que se presta a Ele. Aliás, a melhor forma de venerá-lo, é amando ao seu
semelhante. O verdadeiro cristão é, antes de tudo, um amigo, um irmão, um ser
generoso, sincero, humilde e solidário, pronto a perdoar e a auxiliar ao outro
em qualquer circunstância. O amor ao seu semelhante está acima de tudo, até
mesmo da sua crença. Afinal, seremos julgados não pela fé que professamos, mas
pelo amor que praticamos ou deixamos de praticar. Essa é a mensagem bíblica. No
grande Dia do Julgamento o Senhor não nos perguntará qual é a nossa fé, a nossa
crença. Não deverá nem mesmo indagar se acreditávamos n'Ele. Os olhos divinos
estarão sobre o nosso coração, para provar se de fato nossa existência seguiu a
Jesus amando a Deus e ao próximo de maneira incondicional. Para o nosso Deus, o
homem simples, generoso e solidário, este é o único digno da herança divina (Mt
25:31-40; Gl 6:12).
Quem vai entrar no reino dos céus?
Declarou Jesus em Mateus
7:21: "Nem
todo o que me diz: Senhor, Senhor! entrará no reino dos céus, mas
aquele que faz a vontade de meu Pai, que está nos céus."
Mateus 7:21. O passaporte para
entrar no Reino é fazer a vontade do Pai, e qual é essa vontade? Setecentos anos
antes de Jesus nascer o profeta Isaias nos deu um vislumbre de como se deve
fazer a vontade de Deus. "Porventura, não é também que repartas o teu pão com
o faminto, e recolhas em casa os pobres desabrigados, e, se vires o nu, o
cubras, e não te escondas do teu semelhante?" Isaías 58:7. Fica claro que a vontade de Deus é que sejamos
servos, solícitos uns para com os outros, principalmente com os mais
necessitados. Esse espírito de servo só se manifestará depois que este homem
for impreguinado do amor de Deus.
No dia em que haveremos de
dar contas ao Senhor muitos também dirão: "... Senhor, Senhor! Porventura, não
temos nós profetizado em teu nome, e em teu nome não expelimos demônios, e em
teu nome não fizemos muitos milagres? 23 Então, lhes direi explicitamente:
nunca vos conheci. Apartai-vos de mim, os que praticais a iniquidade." Mt
7:22-23.
Parece-me que Jesus está
dizendo: "Vocês fizeram muitas coisas em meu nome, mas em tudo o que vocês
fizeram eu não vi o amor em vocês".
O apóstolo João também observou: "Se alguém
disser: Amo a Deus, e odiar a seu irmão, é mentiroso; pois aquele que não ama a
seu irmão, a quem vê, não pode amar a Deus, a quem não vê. Ora, temos, da parte
dele, este mandamento: que aquele que ama a Deus ame também a seu irmão."
1Jo 4:20-21. E o próprio Cristo declarou que se conhecerá os seus
seguidores por aqueles que se amarem mutuamente (João 13:34). Até o precursor
de Jesus Cristo, João Batista já mostrava que o único caminho para o Reino, era
o amor. Dizia ele ao povo: "8 Produzi, pois, frutos dignos de arrependimento e não comeceis a
dizer entre vós mesmos: Temos por pai a Abraão; porque eu vos afirmo que destas
pedras Deus pode suscitar filhos a Abraão. 9 E também já está posto o machado à
raiz das árvores; toda árvore, pois, que não produz bom fruto é cortada e
lançada ao fogo. 10 Então, as multidões o interrogavam, dizendo: Que havemos,
pois, de fazer? Respondeu-lhes: Quem tiver duas túnicas, reparta com quem não
tem; e quem tiver comida, faça o mesmo." Lucas 3:8-11
Repartir a túnica e dar de
comer aos necessitados só pode acontecer por uma atitude de amor. Portanto,
podemos parafrasear Tiago 1:27, dizendo que a religião cristã pura e verdadeira
é a que pratica e ensina o amor com o seu próprio exemplo, e não simplesmente
apenas apontando para o exemplo de Cristo. Esse papo carnal de alguns irmãos
que dizem: "Olhe para Jesus, não olhe para mim", é ilegítimo e
luciferiano. As pessoas só podem contemplar Jesus e o seu agir através de
homens. O amor de Deus só pode ser manifesto através de homens. Essa é a
principal razão porque devemos ser generosos, solidários, sabendo repartir com
o outro, esses são os sacrifícios que verdadeiramente agradam a Deus e
manifestam o seu amor (Hb 13:16).
O amor como um fator terapêutico
Está comprovado
que as pessoas que mais expressam amor são mais saudáveis física e
espiritualmente. Menos resfriados, melhor controle do
estresse e pressão sanguínea mais baixa são apenas alguns poucos benefícios
para aqueles que amam sem limites. Muitos doutores em medicina dizem que boa
parte das doenças psicossomáticas são decorrentes de sentimentos negativos
entulhados nos corações de pessoas amarguradas. Sigmund
Freud, médico e professor, que abriu as portas para a era da psicoterapia,
disse: "Você precisa amar para não adoecer”. Outro médico chamado McMillen,
afirmou que “ao Jesus dizer que devemos perdoar até setenta vezes sete, estava
pensando não só em nossas almas, mas em salvar nossos corpos da síndrome de
colite, da doença das coronárias, da hipertensão arterial e de muitas outras
enfermidades”.
A decisão de
amar para os crentes, antes de ser uma atitude espiritual é definitivamente
racional e inteligente. Pesquisas constataram que quando recebemos o afeto de
uma pessoa próxima, há uma liberação de endorfina, substância capaz de relaxar
a parede das veias e artérias. Dessa forma, a pressão arterial fica
equilibrada, além de o sangue fluir com mais facilidade. Estudiosos do
comportamento humano, psiquiatras e psicólogos têm chegado à conclusão, à luz
de experiências vivenciadas, que além de ser uma necessidade básica, o amor é
um dos mais eficazes processos terapêuticos. O Dr James Colleman, no seu livro
"A Psicologia do Anormal e a Vida Contemporânea", assim escreve:
"É estranho notar que pouco se sabe a respeito de um dos mais poderosos
fatores terapêuticos - o Amor".
Amor e saúde estão
entrelaçados de maneira surpreendente. Os homens são feitos para conectarem-se
uns aos outros, e quando bons relacionamentos são cultivados (não apenas no
campo amoroso sentimental), as recompensas são imensas. Deixe-me frisar que não
estou me referindo a paixão de um novo relacionamento emocional ou sentimental.
Na verdade a respeito da paixão não existe nenhuma evidência de que o intenso e
apaixonado estágio de um novo romance é benéfico a saúde. "Pessoas que se
apaixonam dizem que se sentem maravilhosas e agoniadas ao mesmo tempo” diz
Harry Reis, PhD, co-editor da Enciclopédia dos Relacionamentos Humanos. Ou
seja, todo esse sobe e desce pode ser um ponto de partida do estresse. Já o
amor cultivado nos relacionamentos duradouros trazem segurança, calma e
estabilidade.
Existem muitas evidências de
que pessoas que estão em relacionamentos longos, satisfatórios e principalmente
saudáveis se dão melhor em toda variedade de exames médicos. A maior parte das
pesquisas nessa área se concentra no relacionamento conjugal, mas acredita-se
que muitos desses benefícios se estendem a outras relações próximas, como
amigos ou parentes e principalmente nos relacionamentos entre cristãos. As pessoas
precisam se sentir conectadas com outras, como parte de um grupo, além de
respeitada e valorizada.
A seguir alistei alguns benefícios que a prática do amor traz a saúde
segundo pesquisas com casais e que acredito ter resultados parecidos nas outras
áreas de relacionamento entre pessoas.
·
Menos visitas médicas
·
Menos depressão
·
Menos uso de substâncias tóxicas
·
Pressão sanguínea mais baixa
·
Menos ansiedade
·
Controle natural da dor
·
Melhor controle do estresse
·
Menos resfriados
·
Cicatrização mais rápida
·
Vida mais longa
O contra
ponto disso é que quando não cultivamos o amor, alimentamos ressentimentos que
além de nos fazer inimigos do nosso próximo, nos fará adoecer fisicamente.
Pesquisas recentes constataram que boa parte dos doentes com câncer, também
temalgum problema de amargura ou rancor no coração.
Alimentar a íra adoece e
pode conduzir pessoas até mesmo a agressões e em casos extremos até a prática
de crimes contra o próximo. Certamente o que não se divulga é, que geralmente,
o maior dano se observa na própria pessoa, que como já mencionei se torna
candidato a desenvolver patologias diversas. A mágoa, rancor ou amargura são
ingredientes de um veneno que nós mesmos tomamos e esperamos que o outro morra.
O estado emocional de uma
pessoa ressentida pode ser considerado um gatilho prestes a disparar agressões
de maneira exagerada. Qualquer motivo insignificante pode ser uma fagulha que
detonará discussões e brigas sem fim. Pessoas são transformadas nos momentos de
íra. Uma mudança profunda radical da fisionomia e expressões físicas, poderão
ser facilmente notadas em pessoas desprovidas de equilíbrio emocional.
Na prática de exercícios
para o condicionamento físico, deve-se ter diligência e disciplina para se ter
um corpo saudável. Exercícios físicos praticados com regularidade condicionarão
nosso corpo e trarão mais vitalidade. Da mesma forma, amar pode ser considerado
um exercício e o seu desenvolvimento deve ser progressivo. Quanto mais
dispostos estivermos para amar a Deus e os outros, mais seremos amados. O
conhecido efeito bumerangue que nada mais é do que a lei da semeadura e
colheita fará você colher amor enquanto permanecer semeando amor.
Não se preocupe em reter
amor, pois quando o mesmo é compartilhado nunca será diminuído. Pódemos
dividí-lo infinitamente e ainda assim não diminuir. O amor é o único
tesouro que se multiplica e cresce espantosamente por divisão. É o único dom
que aumenta enquanto você o reparte. Lembro-me de ter lido isso em algum lugar:
"Doe amor; jogue-o fora; esparrame-o; esvazie seus bolsos; sacuda o cesto,
vire o copo para baixo, e amanhã você terá mais do que nunca." Isso é
tremendo!!!
A semente do amor que está
dentro de nós pelo Espírito Santo deve ser semeada nos nossos relacionamentos.
Quando a semente germinar, a plantinha precisará ser cultivada e nutrida para
que não morra. Com fé e perseverança amaremos mais e melhor. Assim todos os
nossos relacionamentos serão transformados.
A base dos relacionamentos
saudáveis deve ser fortalecida por uma decisão racional de amar, custe o que
custar. Mesmo após termos decidido amar sem limites, surgirão momentos de
insatisfação emocional, dúvidas e até mesmo um sentimento de desistência. “Será
que vale a pena insistir em determinada pessoa?”, é o que alguns perguntam
quando se frustram nos relacionamentos. É a partir daí que devemos decidir e
escolher amar novamente. Mesmo que aparentemente o sentimento tenha se esvaído,
não devemos achar que não podemos amar novamente. Essa é uma questão de
decisão, e é simples assim. O justo vive pela fé e não por sentimentos. Quando
decidimos amar o sentimento acompanhará a nossa decisão.
Nosso alvo é ser como Jesus,
e para isso, devemos pedir a Deus que nos ensine a amar. Me lembro que em uma
manhã, enquanto fazia minha leitura bíblica, me deparei com um texto que saltou
das páginas direto para o meu coração. Em Lucas 23 li que Jesus intercedeu
pelos seus ofensores dizendo: "Pai, perdoa-lhes, porque não sabem o que
fazem." Lucas 23:34a. Não consegui entender a palavra
"perdoa-lhes", achei que seria correto Jesus orar dizendo: "Eu
perdoo vocês". Afinal de contas, Jesus estava sendo agredido e
injustiçado, portando, ele deveria perdoar. Mas depois de meditar sobre isso,
entendi que quando Jesus ora dizendo perdoa-lhes, ele estava nos dizendo que em
seu coração não havia lugar para a mágoa, tristeza e amargura. Devemos guardar
nossos corações de sentimentos errados. Quando o amor enche o coração, não
deixa nele lugar para mais nada. Nem para o ódio, nem para o rancor, nem para o
orgulho. Esse é o modelo a ser seguido.
De fato, nesta série de lições, veremos diversas maneiras
práticas de obedecer a essa ordem de Jesus. Então, não querendo antecipar o
conteúdo das próximas palavras, vamos, neste momento, ater-nos apenas ao
significado do amor mútuo dos cristãos. Com a Bíblia aberta em João 13:34-35 e
olhando as palavras do Mestre, vejamos alguns aspectos desse seu ensino.
“34 Novo mandamento vos dou: que vos ameis uns
aos outros; assim como eu vos amei, que também vos ameis uns aos outros. 35 Nisto
conhecerão todos que sois meus discípulos: se tiverdes amor uns aos outros.” Jo
13:34-35
Para
começar, estudaremos a mais profunda e desafiadora das responsabilidades mútuas
dos crentes em Cristo: Amem uns aos outros.
1º Aspecto - A ordem de amar
uns aos outros
Foi com Jesus, na forma humana, que o amor começou a ser
ensinado de modo mais claro e intenso do que em qualquer outro momento da
história dos homens. Não podia ser de outro jeito, visto que ele era a prova
viva do amor do Pai pela humanidade. (Deus amou e deu Seu Filho). Ele não
apenas teorizava sobre o amor, mas expressava-o por palavras, gestos e
atitudes. De acordo com os evangelhos, Jesus era o amor em pessoa. Como diz
Clark: “Por onde passava, deixava no ar o perfume do amor”.
Observe como começa João 13
O
texto informa que, lá no cenáculo, antes de lavar os pés dos discípulos,
sabendo Jesus que havia chegado o tempo em que deixaria este mundo e iria para
o Pai, “tendo
amado os seus que estavam no mundo, amou-os até o fim. Jo 13:1”.
Veja
que o amor está no início (Deus amou o mundo...) e permanece até o fim. Paulo
disse que tudo vai passar menos o amor (1Co 13).
A
expressão “amou-os
até o fim”, no texto grego, significa, literalmente, que Jesus
amou-os até o limite de sua capacidade de amar. Mas como pode haver limites em
quem é infinito? Na realidade, o texto quer dizer que Jesus os amou até as
últimas consequências. Amou-os intensamente e com toda força. Então, imagine o
tamanho deste amor! E foi para esses homens que ele ordenou que amassem uns aos
outros. Não com um amor humano qualquer, mas com o amor com que ele os amou.
Assim que Judas se ausentou para traí-lo, sabendo que a cruz estava cada vez
mais próxima, o Senhor, na intimidade com os discípulos, declarou: “Eu lhes dou
este novo mandamento: amem uns aos outros (Jo 13:34a)”. Ali, no Cenáculo, só havia tempo para as lições
urgentes, e Jesus decidiu ensinar-lhes sobre o mandamento do amor. Tal ensino era tão imprescindível
que, só nesta conversa com os discípulos, o mesmo mandamento foi repetido cinco
vezes (Jo 13:34-35, 15:12,17). Uma vez que Deus é amor, a lição mais
importante que ele quer que aprendamos na terra é como amar. Na Bíblia, há três verbos gregos
para referir-se ao amor: agapao, phileo, eros. Mas, sem dúvida, o preferido do
Espírito Santo para designar a prática do autêntico amor cristão é verbo
agapao. É este que Jesus usa em João 13:34. Este amor não é apenas um
sentimento ou uma emoção, mas, acima de tudo, uma decisão interior, uma atitude.
É a escolha de agir em favor do outro, sem exigir nada antes e nem requerer
nada depois. É uma ação consciente, criativa, incondicional e sincera de se aproximar
de alguém com o objetivo de ajudá-lo. Amar é o ato altruísta de respeitar e de
se importar com o outro, querendo o seu bem e não o seu mal (1Co 13:8-10).
O
mandamento amem uns aos outros é uma ordem. Amai-vos está no imperativo, não é
opcional.
2º Aspecto - O modo de amar
uns aos outros:
O amor, por si só, é de difícil definição.
Todavia, em Cristo, ele se torna ainda mais profundo e complexo. Veja que
curioso: ao se referir ao amor mútuo dos cristãos, Jesus chama-o de “novo
mandamento” (Jo 13:34). Mas, se pensarmos bem, veremos que, em certo
sentido, o mandamento do amor não era novo, pois os dez mandamentos ensinavam o
amor a Deus e ao próximo. Paulo, por exemplo, explica que estes mandamentos:
“Não adulterarás”, “não matarás”, “não furtarás”, “não cobiçarás”, e qualquer
outro mandamento, todos se resumem neste preceito: “Ame o seu próximo como a si
mesmo” (Rm 13:9). Depois, com toda persuasão, o apóstolo conclui dizendo: O amor
é o cumprimento da lei (Rm 13:10b). Assim sendo, qual é a novidade, neste
mandamento?
O que há de completamente inédito é a
maneira com que este amor foi demonstrado a nós por Cristo, na cruz,
tornando-se o modelo para nos amarmos mutuamente. Por isso, está escrito: “Assim
como eu os amei, amem também uns aos outros”. (Jo 13:34b – RA). O modo de amar uns aos outros está
estabelecido: Jesus Cristo é o padrão! Piper afirma: “A novidade é
que o antigo mandamento de amar nunca havia sido exemplificado de forma tão
perfeita quanto pelo Filho de Deus”. De fato, antes de Jesus, nenhuma outra
pessoa foi capaz de falar com tanta autoridade: “Amem como eu amei”, ou: “Eu
dei o exemplo; agora, façam o mesmo”. O apóstolo João foi, entre os doze, o que
melhor entendeu essa verdade; por isso, escreveu em uma de suas cartas: “Esta é a
mensagem que vocês ouviram desde o princípio: que nos amemos uns aos outros”. (1
Jo 3:11).
Após
esclarecer o que não é o amor cristão, João explica o verdadeiro significado
desse amor: “Nisto
conhecemos o que é o amor: Jesus Cristo deu a sua vida por nós, e devemos dar a
nossa vida por nossos irmãos.” (1 Jo 3:16). Sabemos que o amor
mostrado por Jesus é incondicional, constante e autossacrificial (cf. Rm 5:8;
Jo 13:1; 2 Co 5:14). É dessa maneira que amamos verdadeiramente.
3º Aspecto - O efeito de amar
uns aos outros
O texto de João 13:34-35 mostra-nos que é exigido do cristão
um grau altíssimo de amor. Quem ama como Jesus amou, compadece-se, sofre com a
dor do outro, e, ainda mais, abre mão de seu próprio bem-estar para ajudar o
semelhante; é também capaz de dar vida pelo irmão. No exemplo de Jesus,
aprendemos que o amor cristão não deve ser exercido apenas sobre aqueles pelos
quais se descobre alguma afinidade.
Ele
nos ensinou, inclusive, a amar os nossos inimigos (Mt 5:43-44), ou seja,
procurar o seu bem e não o seu mal (cf. Rm 13:10; 15:2). Contudo, o amor cristão
deve ser ainda mais intenso no meio da família de Deus. Está escrito na Bíblia:
“Portanto,
enquanto temos oportunidade, façamos o bem a todos, especialmente aos da
família da fé.” (Gl 6:10 – NVI).
O
desejo do Senhor da igreja é que esse amor profundo, ardente, sacrificial e
recíproco seja a marca registrada do relacionamento entre irmãos. Por isso, ele
revelou: “Nisto
conhecerão todos que sois meus discípulos: se tiverdes amor uns aos outros. Jo
13:35
Efeitos
Quando o mandamento do amor mútuo é obedecido pelos cristãos,
dois efeitos são logo percebidos.
1.
O primeiro ocorre nas pessoas, dentro da igreja: elas se tornam mais parecidas
com Jesus, pois passam a viver o verdadeiro discipulado e a experimentar o
cristianismo autêntico.
2.
O segundo efeito ocorre nas pessoas de fora da igreja: elas passam a olhar para
igreja com bons olhos, pois começam a ver Cristo nos cristãos.
O
amor de uns pelos outros é a prova irrefutável de que pertencemos a Jesus. Essa
verdade pôde ser constatada na igreja primitiva. Lá, o convívio entre os irmãos
era tão bonito que a cidade inteira tinha simpatia por eles (At 2:47 - BV). Além disso, Tertuliano, um dos pais da igreja, que viveu
cerca de um século, após a morte dos apóstolos, relatou, num de seus escritos,
o que, em sua época, os pagãos falavam a respeito dos cristãos: “Vejam como
eles se amam! (...). Vejam, estão dispostos até mesmo a morrer uns pelos
outros!”. Que belo exemplo dos primeiros crentes.
Um dos sinais do fim dos tempos é o esfriamento do amor entre os
cristãos
“12 E, por se multiplicar
a iniquidade, o amor se esfriará de
quase todos. 13 Aquele, porém, que perseverar até o fim, esse será
salvo.” Mt 24:12-13
Que,
hoje, ouçamos as mesmas palavras dos não-cristãos e sejamos testemunhas
eficazes de Cristo no mundo. Diante de tudo que foi dito até agora, neste
estudo, cabe-nos reconhecer que não é nada fácil praticarmos esse amor
recíproco. Não é algo natural aos humanos decaídos. Ao contrário, a Bíblia diz
que esse amor é divino:
“7 Amados, amemo-nos uns aos
outros, porque o amor procede de Deus; e todo aquele que ama é nascido de Deus
e conhece a Deus. 8 Aquele que não
ama não conhece a Deus, pois Deus é amor. 9 Nisto se manifestou o amor de Deus em nós: em haver Deus enviado
o seu Filho unigênito ao mundo, para vivermos por meio dele. 10 Nisto consiste o amor: não em que
nós tenhamos amado a Deus, mas em que ele nos amou e enviou o seu Filho como
propiciação pelos nossos pecados. 11 Amados,
se Deus de tal maneira nos amou, devemos nós também amar uns aos outros.
12 Ninguém
jamais viu a Deus; se amarmos uns aos outros, Deus permanece em nós, e o seu
amor é, em nós, aperfeiçoado. 13 Nisto conhecemos que permanecemos
nele, e ele, em nós: em que nos deu do seu Espírito. 14 E
nós temos visto e testemunhamos que o Pai enviou o seu Filho como Salvador do
mundo. 15
Aquele que confessar que Jesus é o Filho de Deus, Deus permanece nele, e
ele, em Deus. 16 E nós conhecemos e cremos no amor que Deus tem por nós. Deus é amor, e aquele que permanece no
amor permanece em Deus, e Deus, nele. 17 Nisto é em nós aperfeiçoado o amor,
para que, no Dia do Juízo, mantenhamos confiança; pois, segundo ele é, também
nós somos neste mundo. 18 No amor não existe medo; antes, o perfeito amor lança fora o medo.
Ora, o medo produz tormento; logo,
aquele que teme não é aperfeiçoado no amor. 19 Nós
amamos porque ele nos amou primeiro. 20 Se alguém disser: Amo a Deus, e odiar a seu irmão, é
mentiroso; pois aquele que não ama a seu irmão, a quem vê, não pode amar a
Deus, a quem não vê. 21 Ora, temos, da parte dele, este
mandamento: que aquele que ama a Deus ame também a seu irmão.” 1Jo
4:7-21
Depois
de ouvir tudo isso, alguns devem estar pensando... “Eu jamais vou conseguir
amar como Cristo amou, afinal de contas Ele é Deus... Eu não tenho forças para
isso...”.
Queridos,
é por isso que, logo após ter dado o “novo mandamento” de amar uns aos outros
em João 13 ele nos prometeu o Consolador em João 14 (Jo 14:15-26). É o Espírito
Santo que nos capacita a nos amarmos mutuamente.
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