Um dos
aspectos que requer maior disciplina para o crente é o controle do pensamento.
A forma como se controla a mente irá inevitavelmente determinar a direção da
vida e delinear o caráter. Pensamentos positivos que estejam de acordo com as
escrituras (Fl 4:8) produzirão resultados positivos.
Uma mente impura, levará de forma inevitável a um comportamento
desregrado, por essa razão a Bíblia diz: porque como imagina em sua alma, assim
ele é provérbios 23 sete.
“Porque, como imagina em sua alma,
assim ele é...” Pv 23:7
Como Alfred P. Gibbs costumava dizer: “Você não é o que pensa que é,
mas o que pensa”. O conteúdo da mente do homem é o indicador do seu caráter. O
homem mais sábio disse:
“Sobre tudo o que se deve guardar,
guarda o coração, porque dele procedem as fontes da vida.” Pv 4:23
A palavra coração neste versículo representa o homem interior, e faz
sentido substituir a palavra coração pela palavra mente: “Sobre tudo o que se
deve guardar, guarda a tua mente com toda a vigilância porque dela provém as
fontes da vida”. A mente é a fonte da qual brota a maior parte do nosso
comportamento. Se controlarmos a mente, controlaremos o manancial que dela
brota.
O décimo mandamento
Não é sem
finalidade que um dos dez mandamentos se refira ao nosso pensamento.
“Não cobiçarás
a casa do teu próximo. Não cobiçarás a mulher do teu próximo, nem o seu servo,
nem a sua serva, nem o seu boi, nem o seu jumento, nem coisa alguma que
pertença ao teu próximo.” Ex 20:17
A cobiça é uma
atividade da mente. É o desejo de ter alguma coisa que está fora da vontade de
Deus. Deus disse: não cobiçarás. Foi este mandamento que deu convicção
ao coração de Paulo de Tarso. Tinha orgulho de ter sempre vivido uma vida
exteriormente respeitável. Nunca tinha cometido nenhum dos pecados mais
terríveis. Mas, quando o significado do décimo mandamento se tornou claro na
sua mente, percebeu que os pensamentos malignos são tão pecaminosos como tantos
atos imorais. Ao analisar os pensamentos ficou profundamente convicto do seu
pecado.
“7
... Mas eu não teria conhecido o pecado, senão por intermédio da lei; pois não
teria eu conhecido a cobiça, se a lei não dissera: Não cobiçarás. 8 Mas o pecado, tomando ocasião pelo
mandamento, despertou em mim toda sorte de concupiscência; porque, sem lei,
está morto o pecado. 9 Outrora, sem a
lei, eu vivia; mas, sobrevindo o preceito, reviveu o pecado, e eu morri. 10 E o mandamento que me fora para vida,
verifiquei que este mesmo se me tornou para morte. 11
Porque o pecado, prevalecendo-se do mandamento, pelo mesmo mandamento, me
enganou e me matou.” Rm 7:7b-11
Como funciona
Agora é
importante dizer como nasce o pecado. Tiago faz-nos olhar incisivamente para a
psicologia do pecado ao dizer:
“13 Ninguém, ao ser tentado, diga: Sou
tentado por Deus; porque Deus não pode ser tentado pelo mal e ele mesmo a
ninguém tenta. 14 Ao contrário, cada
um é tentado pela sua própria cobiça, quando esta o atrai e seduz. 15 Então, a cobiça, depois de haver
concebido, dá à luz o pecado; e o pecado, uma vez consumado, gera a morte.”
Tg 1:13-15
Como homem pensa
Aqui o pecado
é comparado ao ciclo da vida humana. Primeiro temos a concepção. Depois o bebê
nasce. Então cresce até a maturidade. Depois morre. O pecado é semelhante:
primeiro é concebido na mente humana. Então comece o ato. Depois o ato torna-se
habitual e, finalmente, leva a morte. Fica implícito, senão mesmo afirmado, que
se pensarmos tempo suficiente no certo pecado, mais cedo ou mais tarde acabamos
por cometê-lo. Tal como diz o velho provérbio: “Semeie um pensamento e colha
uma ação. Semeia uma ação e colha um hábito. Semeie um hábito e colha um
caráter. Semeie um caráter e colha um destino.”
O Senhor Jesus, no seu ministério, realçou profundamente a importância
dos pensamentos. Um dia, chamou um grupo de judeus para esclarecer este
assunto. Eles eram minuciosos em relação ao exterior de uma pessoa, mas indiferentes
quanto ao seu interior. Debaixo da lei de Moisés, sempre lhes tinha sito
ensinado que seriam contaminados se comessem carne de porco, coelho, marisco,
etc. E a verdade é que tais alimentos tornavam o homem cerimonialmente impuro
durante a dispensação da lei. Agora Jesus declarava o fim dessa dispensação
anunciando que a comida já não contaminava, mas os pensamentos malignos ainda
podiam contaminar.
“14 Convocando ele, de novo, a multidão, disse-lhes: Ouvi-me, todos, e entendei (Suniemi – Colocar na mente). 15 Nada há
fora do homem que, entrando nele, o possa contaminar; mas o que sai do homem é o que o contamina. 16 Se alguém tem
ouvidos para ouvir, ouça. 17 Quando entrou em casa, deixando a multidão, os
seus discípulos o interrogaram acerca da parábola. 18
Então, lhes disse: Assim vós também não entendeis? Não compreendeis que tudo o
que de fora entra no homem não o pode contaminar, 19
porque não lhe entra no coração, mas
no ventre, e sai para lugar escuso? E, assim, considerou ele puros
todos os alimentos. 20 E dizia: O que sai do homem, isso é o que o
contamina. 21 Porque de dentro, do coração dos
homens, é que procedem os maus desígnios, a prostituição, os furtos, os
homicídios, os adultérios, 22 a avareza, as
malícias, o dolo, a lascívia, a inveja, a blasfêmia, a soberba, a loucura. 23 Ora, todos estes males vêm de dentro e
contaminam o homem.” Mc 7:14-23
Nós sabemos que os pensamentos pecaminosos nos permeiam a mente
enquanto estamos conscientes. Precisamos interromper os desejos tentadores que
vem a mente espontaneamente. Qualquer pensamento ou desejo maligno, quer seja
provocado ou não, é corrupto e necessita ser julgado e purificado pelo sangue
de Cristo. É impossível viver neste mundo sem ser constantemente corrompido por
publicidade sugestiva, conversa sujeiras e outras formas indesejadas de
poluição mental. Mas o remédio é reconhecer imediatamente o pensamento como
sendo impuro e rejeita-lo instantaneamente, expulsando-o.
Nem sequer pensei
nisso
Jesus realçou
a gravidade dos pensamentos malignos no sermão do Monte, dizendo:
“21 Ouvistes que foi dito aos antigos: Não matarás; e: Quem
matar estará sujeito a julgamento. 22 Eu, porém, vos digo que todo aquele que
sem motivo se irar contra seu irmão estará sujeito a julgamento; e quem
proferir um insulto a seu irmão estará sujeito a julgamento do tribunal; e quem
lhe chamar: Tolo, estará sujeito ao inferno de fogo. 27 Ouvistes que foi dito: Não adulterarás. 28 Eu, porém, vos digo:
qualquer que olhar para uma mulher com intenção impura, no coração, já
adulterou com ela.” Mt 5:21-22;27-28
A Lei dizia “não matarás”, mas Jesus disse: “não pensa em matar”. Porque? Porque se
não pensarmos nisso, nunca o faremos. A Lei dizia: “não adulterarás”, mas Jesus
disse: “Não olhem para uma mulher com
concupiscência no coração”. Porque ele disse isso? Porque primeiramente o
ato é premeditado. Se afastarmos a concupiscência das nossas mentes, nunca
teremos de nos arrepender do ato em si. O apóstolo João repetiu os mesmos
princípios na sua primeira epístola:
“Todo aquele que odeia
a seu irmão é assassino; ora, vós sabeis que todo assassino não tem a
vida eterna permanente em si.” 1Jo 3:15
Parece um pouco extremo dizer que o ódio é crime, mas devemos lembrar
que os dois estão interligados como o desejo e a concretização, a causa e o
efeito. O ódio é crime em estado embrionário. Se não houver maldade ou ira
descontrolada, não haverá crime. A mente humana é indescritivelmente misteriosa
e maravilhosa. É como o quartel-general de um exército do qual são transmitidas
todas as ordens. A mente diz a mão para apanhar a caneta e escrever. Determina
o que tem de ser escrito. É um vasto sistema de comunicação enviando uma
constante corrente de pensamentos. Como é que tudo isso acontece?
O que é um
pensamento?
Sabe-se que um
computador destinado a duplicar as funções do cérebro humano teria de ser tão
grande como o Empire State building, e
mesmo assim, não conseguiria ser uma cópia exata da mente. Normalmente não
damos grande valor ou importância a nossa mente, no entanto, a Bíblia afirma
que ela é uma faculdade que Deus nos confiou e pela qual somos responsáveis
perante ele. Cada um de nós é como um rei, governando sobre um vasto e
complicado reino, o reino da mente, e somos responsáveis pelo que pensamos e
como pensamos. Os objetivos podem ser bons ou maus, merecedores ou indignos.
Nós controlamos os nossos pensamentos.
O lado bom da mente
Pensemos no
potencial da mente para o bem. Por exemplo, muitos cientistas estudam por muito
tempo e descobrem a cura para várias doenças. Pacificadores são ganhadores do
prêmio Nobel da Paz depois de gastarem muito tempo pensando para encontrar uma
saída pacificadora para a guerra. Inventores como Thomas Edison, facilitam
muito a vida de milhões de pessoas depois de seus inventos. Artistas nos
embriagam com pinturas ou esculturas que criaram a partir de seus pensamentos.
O que dizer dos tantos homens e mulheres de Deus que pensando, escreveram
livros tremendos, compuseram lindos hinos que certamente serão eternizados.
No entanto podemos também debruçarmos sobre a capacidade da mente para
fazer o mal. Pensemos nos tiranos sem coração pensando e criando as câmaras de
tortura, campos de concentração, câmaras de gás e fornos crematórios. Lembremos
da brutalidade que destruiu milhões de vítimas inocentes. Pensemos nos homens
que devotaram seus talentos para destruir a fé dos outros como Voltaire, Tom
Paine e Robert Ingersoll.
Dotados por Deus comentes astutas, prostituíram-nas, propagando o
agnosticismo e a infidelidade. Pensemos nos homens de hoje que organizam,
imprimem e publicam pornografia. Que maneira horrível de usar a mente!
Charlatães da imundice, poluidores do ambiente moral, promotores da impureza e
da impureza e perversão.
Em geral, pensemos no vasto potencial de qualquer mente para os
pensamentos malignos. Nenhum de nós gostaria de aparecer por uma hora com imagens
que revelassem publicamente nosso pior pensamento da semana. Todos sabemos que
a mente nos pode levar até as profundezas do pecado onde nenhum olhar humano
pode nos seguir. No campo da mente, podemos conjurar todos os tipos de
situações menos dignas, participar em relacionamentos proibidos.
Se um dos nossos amigos fosse apanhado nalguma destas situações, não
hesitaríamos em condena-lo, repletos de justa indignação. Mas quando estamos
sozinhos, talvez no escuro, podemos entregar-nos à mesma lascívia e
comportamento imoral sem sentir o mínimo sentimento de repulsa. Sem barreiras
de tempo e espaço a controla-la, a mente pode transportar-nos instantaneamente
a qualquer lugar, levar luz até uma pessoa ou pessoas com quem queremos estar,
e fazer tudo o que o nosso coração desejar.
É assustador pensar nas possibilidades malignas do pensamento do
crente. Se essas possibilidades forem frequentemente alimentadas, o resultado
pode ser desastroso. Em 1988 um tele evangelista, que pregava a centenas de
milhares em todo mundo, foi acusado de escândalo sexual. Ele confessou que desde
que era pequeno, era fascinado pela pornografia.
Hoje em dia há muitas pessoas se lamentando sob o peso de um certo
pecado, que as acorrenta. Dizem que querem a libertação, mas não se dispõem a
disciplinar o pensamento.
Ter pensamentos malignos é como ensopar trapos em Petróleo e, quando a
faísca da tentação sobrevém ficam em chamas. Podemos impedir-nos de pensar
malignamente e devemos aprender a arte de controlar o pensamento, se ainda não
o fazemos. Não há desculpa para esta tendência secreta da mente para as coisas
da carne. Através do Espírito, todo pensamento pode ser controlado e submetido
a obediência de Cristo. Todo pensamento deve ser modificado pelo espírito.
Ação radical
Bem, a base da
questão é a seguinte: a árvore deve ser cortada pela raiz. Deve haver vontade
de lidar decisivamente com pensamento. Para os descrentes significa que, antes
de tudo, tem de se converter. Através da fé em Jesus Cristo devem nascer de
novo. Somente ao receberem o poder do Espírito Santo poderão agir resolutamente
contra os pensamentos impuros.
Para os crentes, indicasse vários passos: Primeiro, colocar o assunto
diante do Senhor em oração. As palavras de Davi formam uma petição aplicável a
cada um de nós:
“Cria
em mim, ó Deus, um coração puro e
renova dentro de mim um espírito inabalável.” Is 51:10
Estas palavras fazem parte da confissão de Davi depois de seu duplo
pecado de adultério e homicídio. Parece que elas contêm uma admissão explícita
de que o seus pecados começaram com pensamentos descontrolados.
Em segundo lugar, devemos julgar todos os pensamentos que entraram na
nossa mente como se estivéssemos na presença de Cristo. O verdadeiro teste,
quer para pensamentos quer para ações, acontece quando eles são levados a sua
presença. Este fato é sugerido na segunda carta aos Coríntios 10:4-5.
“4 Porque as armas da nossa milícia não são carnais, e sim
poderosas em Deus, para destruir fortalezas, anulando nós sofismas 5 e toda
altivez que se levante contra o conhecimento de Deus, e levando cativo todo
pensamento à obediência de Cristo...”. 2Co 10:4
Devemos submeter a
Cristo cada pensamento, e confiar no seu veredito, como escravos que somos
dele. Depois, devemos confessar como pecado e impureza cada um dos pensamentos
que não recebam a sua aprovação. Quer desçamos a rua, quer andemos no
automóvel, onde quer que estejamos, devemos confessar aquele pensamento maligno
dizendo: Senhor isto é pecado. A minha mente ficou impura. Perdoa-me por favor.
Invoco o poder do sangue do Cordeiro. Depois, é claro que devemos expulsar o
pensamento das nossas mentes. A promessa de misericórdia não é para os que
apenas confessa os pecados, mas para os que os confessam e abandonam.
“O que encobre as suas transgressões
jamais prosperará; mas o que as confessa e deixa alcançará misericórdia.” Pv
28:13
Na prática teremos que aprender a dizer não 10.000 vezes por dia.
Sempre que formos tentados a pensar de maneira negativa, devemos dizer: “Não! Não
dou abrigo a esse pensamento. Rejeito este pensamento expulso no nome do senhor
Jesus”. Na prática teremos
Temos de aprender a pensar como a Bíblia aconselha (Fl 4:8). O fato é
que não se pode pensar sobre as das coisas e ao mesmo tempo pensar no pecado.
Se tivermos a mente ocupada com Cristo e a sua pureza, o pensamento e a
corrupção não terão lugar. Quanto mais nos ocuparmos com Cristo, mais
semelhantes a ele nos tornaremos.
“E todos nós, com o rosto desvendado, contemplando, como por
espelho, a glória do Senhor, somos transformados, de glória em glória, na sua
própria imagem, como pelo Senhor, o Espírito.” 2Co 3:18
O bom-senso diz-nos que se quisermos uma vitória sobre nosso
pensamento, devemos disciplinar o que lemos, o que vemos e com quem
confraternizamos. Os livros e os romances sugestivos, os filmes de Hollywood,
os programas de televisão em geral, oferecem poluição ambiental instantânea. Há
também certos objetos que despertam a licenciosidade na vida de cada um. Uma
boa fogueira pode nestes casos ser muito útil. Por fim, é bom que nos ocupemos
com o serviço do Senhor. A ocasião de maior perigo são as de ociosidade, quando
o corpo está alimentando e descansado. Há uma grande proteção e segurança numa
vida de serviço incansável na obra de Deus. O homem que aprendeu a redimir o
seu tempo ocioso, luta muito menos com pensamentos desordenados que tentam
invadir a sua mente. Talvez isso seja sugerido em Provérbios 16:3:
“Confia
ao SENHOR as tuas obras, e os teus desígnios serão estabelecidos.” Pv 16:3
Confiar
ao Senhor as obras das nossas mãos é consagrar-nos a Ele. É este, pois, o
caminho para manter a mente santa com diligência.
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