“1 Então, vieram os homens de Quiriate-Jearim e
levaram a arca do SENHOR à casa de Abinadabe, no outeiro; e consagraram
Eleazar, seu filho, para que guardasse a arca do SENHOR. 2 Sucedeu que, desde aquele dia, a arca ficou
em Quiriate-Jearim, e tantos dias se passaram, que chegaram a vinte anos; e
toda a casa de Israel dirigia lamentações ao SENHOR.” 1Sm 7:1-2
“10 Não quis Davi retirar para junto de si a arca do
SENHOR, para a Cidade de Davi; mas a fez levar à casa de Obede-Edom, o geteu. 11 Ficou a arca do SENHOR em casa de
Obede-Edom, o geteu, três meses; e o SENHOR o abençoou e a toda a sua casa.”
2Sm 6:10-11
Introdução
Como aprendemos e ouvimos do
pastor Roque na semana passada, a Arca da Aliança, símbolo da presença de Deus,
ficou vinte anos na casa de Abinadabe e nada aconteceu. A mesma arca ficou três
meses na casa de Obede-Edom e ele mudou de vida, prosperou, e toda sua casa foi
amplamente abençoada.
A mesma arca que só ocupou
espaço na casa de Abinadabe, trouxe vida para casa de Obede-Edom! O Deus era o
mesmo! A arca era a mesma! A missão era a mesma para
ambos! Mas com um, nada de bom aconteceu em vinte anos, e com o outro tudo o
que você possa imaginar de bom aconteceu em apenas três meses. Abinadabe e
Obede-Edom apontam para dois tipos de pessoas, dois tipos de cristãos e dois
estilos de vida.
Na ultima semana, sobre Obede-Edom, aprendemos que o
mesmo reverenciou e valorizou a presença de Deus, por isso tantos milagres
aconteceram com ele e sua casa. Mas hoje, a pergunta que faço é:
Porque não
aconteceu absolutamente nada na casa de Abinadabe?
1. Abinadabe
e sua família se acostumaram com a presença de Deus e deixaram de honrá-la.
O texto nos diz que quando a Arca foi levada do
arraial dos Filisteus, ela foi guardada na casa de um levita chamado Abinadabe.
Abinadabe era pai de Eleazar, Uzá e Aiô. A arca ficou muito tempo na casa de
Abinadabe. Se quando Davi foi retirar a arca os filhos de Abinadabe eram
jovens, isso significa que quando a arca chegou a casa deles eles ainda eram
crianças. Isso nos faz crer que eles cresceram vendo a arca. Eles estavam
acostumados demais de ver a arca de perto. Certamente, a arca na casa de
Abinadabe, era mais uma peça decorativa, um móvel apenas.
Para Abinadabe e seus filhos,
era tudo muito comum, por isso Uzá não viu problema algum em tocar a arca (2Sm
6:6), apesar de haver uma ordem expressa de Deus que somente o sacerdote a
tocasse.
Quando algo se torna muito
comum para nós, perdemos a noção de valor
Quando você está muito familiarizado com alguma coisa
você deixa de atribuir valor e passa a ignorar porque aquilo fica rotineiro.
Por exemplo: como temos cultos e células todas as semanas, isto se torna algo
muito comum e as pessoas deixam de dar o devido valor a manifestação da
presença de Deus naquele dia, por isto muitos faltam aos cultos porque pensam:
“Há eu perdi o culto esta semana mas na outra eu irei” E ai perdem o mover da
presença de Deus daquele culto que jamais se repetirá!
Alguns irmãos erroneamente
ignoram e desprezam a reunião de oração ou reunião de célula, e fazem isso
porque é só mais uma reunião.
Alguém me disse dias atrás que estava com saudades de
trabalhar nos encontros, pois há anos não participava dos eventos.
O fenômeno da acomodação
Os psicólogos estudaram e descobriram um fenômeno
chamado acomodação. A ideia é que toda vez que um novo objeto ou estímulo entra
no nosso ambiente, ficamos intensamente atentos a ele, mais a atenção
enfraquece com o tempo. Assim, por exemplo, quando usamos um relógio de pulso
pela primeira vez, percebemos o relógio o tempo todo, mas depois de algum tempo
nem sequer notamos que ele está ali. Isso é acomodação.
Você sabia que podemos nos
acomodar e acostumar com a vida cristã?
O pastor John Ortberg disse
que “A acomodação espiritual é em alguns casos pior do que a depravação
espiritual”. Isso procede de fato porque a acomodação espiritual gera aparência
apenas.
Não há nada mais perigoso do que se acostumar com a
presença de Deus, a acomodação nos deixa desatentos e vulneráveis aos sutis
ataques do maligno. A acomodação também produz ociosidade e abre portas para
que a mente seja bombardeada pelo nosso inimigo. Lembram do ditado popular
“cabeça vazia é oficina do diabo?”; isso procede e é a causa de parte do
esfriamento de muitos irmãos.
A oficina do mal
Conta-se uma história na qual o diabo resolveu vender
todas as ferramentas da oficina do mal. Lá estavam: o ódio, a malícia, a
inveja, a enfermidade, e muitos outros instrumentos usados para enfraquecer e
desviar as pessoas do propósito de Deus. Jogado num canto estava um instrumento
aparentemente inofensivo chamado “comodismo”. Parecia bem gasto, e era o mais
caro de todos. Perguntaram ao diabo por que aquele instrumento custava tanto, e
ele respondeu: “Bem, é porque esse é o mais fácil de se usar, pois ninguém sabe
que pertence a mim. Com este instrumento, eu paraliso o mover de Deus com muita
facilidade, impedindo os crente de evangelizar e ganhar almas para Jesus”.
O comodismo é a principal causa
da estagnação dos crentes
A estória que contei sobre a “Oficina do mal” Ilustra
uma verdade pouco percebida. Cristãos acomodados, prestam um desserviço ao
Reino de Deus. Cristãos acomodados trazem mais dano que ra igreja do que o
próprio Diabo. Que o Espírito nos convença que não se ganha nenhuma batalha na
zona de conforto.
Na casa de Obede Edom era diferente, para eles ter a
arca na casa deles a cada dia era um prazer uma honra e eles a cada manha
recebiam algo novo de Deus. A cada reunião da célula, e a cada culto Deus tem
algo novo para você!
2. Para Abinadabe cuidar da
arca era um peso, uma obrigação.
A arca em sua casa era um peso para ele, não um
prazer. Certamente eles pensaram assim: No início era sinal de bênção. Mas
depois que levaram a arca para o meio da guerra e o povo perdeu a batalha,
Ofinir e Finéias morreram. Depois a arca foi levada para o templo de Dagom,
Dagom caiu duas vezes e se partiu. Em seguida os filisteus ficaram todos cheios
de tumor. Parece que depois disso, a arca ficou com uma fama ruim entre o povo.
E isso talvez explique o porquê que Abinadabe ficou com a Arca em sua casa, mas
não demonstrou nenhum encargo por ela. Para ele aqueles vinte anos foi um peso.
Para muitos hoje também servir ao Senhor se tornou um peso, uma obrigação, por
isto nada de sobrenatural acontece em suas vidas.
Como é cozinhar para alguém quando se está apaixonada?
Você dedica tempo, dinheiro, entusiasmo, amor, etc. Faz tudo isso por que não é
uma obrigação.
3. Abinadabe não demonstrou
gratidão em ter a arca em sua casa.
Quando uma pessoa se torna familiarizada demais,
perde a noção de honra e começa a fazer as coisas por obrigação, a ingratidão é
a consequência inevitável. Às vezes é assim na nossa vida também.
O coração de Abinadabe é o coração daqueles que acham
que estão fazendo além da conta e que o céu e a terra devem gratidão a ele. Já
ouvi muitos dizerem: “Eu já fiz muito na obra de Deus, agora posso parar”. Isto
é ingratidão a Deus.
a) Um coração grato é um coração comprometido:
Obede-Edom era tão comprometido com a arca, que no dia que o rei Davi foi tirar
a arca da sua casa, ele pediu para ir junto só para continuar cuidado da arca.
Lembro-me que quando o pastor Almir teve de ir para
Poá, o mesmo me disse: Pastor, eu vou para Poá e não vou deixar de congregar na
GAIV. Ainda que isso me custe, não dixarei de estar presente aqui.
b) Um coração grato é um coração alegre: Obede-Edom
estava tão feliz pela arca que ele não queria deixa-la ir embora. Pessoas
ingratas estão sempre reclamando.
Quem é grato se alegra pelo que tem, o igrato e
murmurador se entristece pelo que não tem. A pessoa grata olha para o passado e
descanda agradecendo pelo que tem. O ingrato olha para o futuro ansioso pelo
que não tem e vive.
C) Um coração grato é um coração motivado: No dia que
Davi foi tirar a arca da casa de Abinadabe ele deve ter pensado: Até que em
fim! Já era hora! Ele estava cansado! Abinadabe sentiu-se aliviado! Ao
contrário de Obede-Edom que de tão empolgado decidiu cuidar da arca pelo resto
de sua vida. Que coração é o seu? De Obede Edom ou Abinadabe? Que você decida
mudar hoje o seu coração diante do Senhor.
“Bendize, ó minha alma, ao SENHOR, e não te esqueças
de nem um só de seus benefícios.” Sl 103:1-2
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